quarta-feira, 13 de outubro de 2021

MEALHADA: NÓS POR CÁ… UM TEMPO VAZIO

 

(Imagem do Diário Imobiliáro)



Como se estivéssemos num limbo, estado de indefinição ou incerteza, parece que o mundo à nossa volta parou. Por um lado, como se ainda não interiorizássemos o que aconteceu ao nosso presente político e estivéssemos a remoer os acontecimentos, por outro, como se estivéssemos inertes, expectantes em relação ao futuro. Ou, se preferirmos uma metáfora, é a época de afiar as espadas e olear as armas no recolhimento oficinal para o novo combate que se avizinha a passos largos.

O motivo, sabemos bem, foi a queda do antigo regime socialista implantado no Concelho há mais de trinta anos, e liderado por um carismático de nome Rui Marqueiro. Como numa roda, que roda em movimento livre e imprevisível, o poder que foi deixou de ser e passou a ser anti-poder.

De repente, desapareceu aquele odiozinho de estimação que marcava o dia-a-dia das Redes Sociais. Como o escuro manto diáfano da noite, que submerge a luz solar do dia, deixamos de ser bombardeados pelas mensagens das forças políticas, na Internet, na via pública em outdoors, pelo som estridente saído de altifalantes transportados em automóveis. De um dia para o outro, 26 para 27 de Setembro, numa metamorfose, o Facebook tornou-se um companheiro dócil e vazio de ameaças por parte de alguns comentadores mais eivados de fanatismo.

Hoje, damos uma volta pelas diversas páginas mais interventivas da zona e, retirando alguma publicidade e notícias sobre animais perdidos ou para adopção, não há assunto nuclear para debater.

Como já é público e notório, no próximo dia 18, o novo executivo liderado por António Jorge Franco tomará posse. E a partir daí, com o novo governo local a ser escrutinado a todo o momento, com todas as respostas em cima da mesa, tudo voltará à normalidade.

Já sabemos que o Movimento Independente Mais e Melhor (MIMM), chefiado por António Franco, num universo de sete possíveis, elegeu três vereadores – o Partido Socialista outros três - e, por isso mesmo, para governar mais descansado, Franco estabeleceu um acordo após-eleições com a coligação Juntos pelo Concelho da Mealhada, que elegeu Hugo Silva para o executivo.

Como é normal, não se sabe em que linhas se cose esta aliança estratégica. Será que Hugo Silva vai ter um pelouro atribuído, e ficar a tempo-inteiro?

Que departamentos vão ser distribuídos pelos eleitos em representação do MIMM?

Vai ser criado o pelouro da Cultura, sem ser agregado a outro?

Vai ser institucional, de facto, a figura do Procurador do Munícipe de Mealhada? Lembramos que, apesar do Regulamento ter sido publicado em 15 de Março de 2019 no Diário da República, nunca foi levado à prática.

Vai ser contactada a empresa Infraestrutas de Portugal, para haver um comprometimento mais interessado e vincado na requalificação da Estação Ferroviária da Pampilhosa?

E a fusão das Águas de Luso, intentada pela Central de Cervejas em economia de escala com outras marcas, e que tanta tinta fez correr no ano passado? Como vai ficar? O conflito vai ser dirimido em tribunal, ou vai ficar em “águas de bacalhau”?

E Rui Marqueiro, o anterior presidente, que, salvo erro, em campanha eleitoral nunca foi claro se, em caso de derrota, assumiria o seu lugar na vereação, vai tomar posse, ou passa o seu lugar a José Calhoa, o segundo da lista? Se for investido, durante quanto tempo vai permanecer? Até ser colocado num lugar de prestígio, como, por exemplo, a presidência da Fundação Mata do Bussaco?

E os Serviços Administrativos da Câmara Municipal vão, ou não, ser reestruturados? É normal, sempre que muda a presidência, haver uma mexida nos serviços, por vezes, com novos Chefes de Divisão.

Tudo respostas que após o dia 18, e a seu tempo, veremos satisfeitas. Aguardemos, portanto!

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