Partiu ontem deste nosso mundo de humanos
animados Francisco Filipe Martins, um dos grandes guitarristas e compositor da
Lusa Atenas. Ao que sei era um virtuoso da guitarra. Não o conheci
pessoalmente. Coimbra, pela grande perda cultural, está mais pobre. Convém
dizer que, salvo erro, as únicas homenagens que lhe foram prestadas ainda com
vida provieram de
uma página no Facebook
criada por amigos e admiradores do grande músico e denominada de "Grupo de Amigos de Francisco Martins" e de Emília Martins, presidente da direcção da Orquestra Clássica do Centro (OCC), em Outubro
de 2009 e Dezembro de 2012.
Como já é normal, para o ano, provavelmente, a
família irá ser agraciada com uma homenagem a título póstumo materializada numa
condecoração no Dia da Cidade. No limite ser-lhe-á atribuída uma placa
toponímica numa rua, com o seu nome, e que de aqui a uns anos já ninguém sabe
quem foi nem o que fez pela vida pública. Já escrevi alguns textos sobre isto
mesmo, a pergunta que deixo no ar é a razão de se continuar a atribuir medalhas
a esmo, no todo nacional –no Dia de Portugal- e na parte local, tantas vezes a
pessoas que pouco ou nada fizeram pela comunidade e, noutras, esquecendo
personalidades relevantes na história dos sítios.
Seguindo o exemplo dos Estados
Unidos para os artistas, porque não se consagram “aqueles que da lei da morte se libertam”, perpetuando em vida o seu
nome e a sua obra, no chão em forma de estrela, nos passeios de uma rua
designada para o efeito?
À família enlutada de Francisco
Martins, em nome de todos, se posso escrever assim, os nossos sentidos pêsames.
Em jeito de memória, deixo uma crónica de
Mário Nunes –também já falecido e que, durante vários anos, foi vereador da Câmara Municipal de Coimbra-,
publicada no Diário as Beiras, em Dezembro de 2012, e que transcreve o
seguinte:
“(...) Neste gesto de paz e esperança a OCC, dirigida pela incansável e criativa Emília Martins, agendou homenagem ao lídimo cultor da guitarra de Coimbra, Francisco Martins, corolário do tributo que lhe fora prestado em Outubro de 2009, então com a presença de grandes vultos da vida política, social e musical de Coimbra, numa organização, também, da OCC. O Pavilhão Centro de Portugal foi o espaço ideal para a homenagem. Estivemos no encontro cultural e testemunhámos que o valor e apreço de e por Francisco Martins é sobejamente reconfortante. As intervenções dos oradores com saliência para Rui Pato e Carlos Encarnação, acrescidas da leitura de poemas por Carlos Carranca, dos acordes de guitarra de Octávio Sérgio e Rui Pato, dos sons de piano por José Martins e da voz de José Miguel Baptista no “Epigrama para uma despedida”, completadas com a intervenção da Presidente da Direção da Orquestra, carregada de emoção, marcaram momentos sublimes de exaltação ao homenageado e evidenciaram atitudes de reconhecimento cultural e humanístico, que muito honram a cultura e a Canção de Coimbra."
TEXTOS RELACIONADOS
"Talvez valesse a pena pensar nisto"
"Carta a Carlos Clemente"
"Os comerciantes e a ACI(R)C(O)"
"As exéquias da indignação"
"Uma homenagem à mulher de Coimbra"
"Recebe esta medalha em nome..."
"Comendas ao desbarato"
"Baixa: um estranho cheiro no ar"
"Quanto custa atribuir o Honoris Causa"?
"Uma carta de Philadélfia"
“(...) Neste gesto de paz e esperança a OCC, dirigida pela incansável e criativa Emília Martins, agendou homenagem ao lídimo cultor da guitarra de Coimbra, Francisco Martins, corolário do tributo que lhe fora prestado em Outubro de 2009, então com a presença de grandes vultos da vida política, social e musical de Coimbra, numa organização, também, da OCC. O Pavilhão Centro de Portugal foi o espaço ideal para a homenagem. Estivemos no encontro cultural e testemunhámos que o valor e apreço de e por Francisco Martins é sobejamente reconfortante. As intervenções dos oradores com saliência para Rui Pato e Carlos Encarnação, acrescidas da leitura de poemas por Carlos Carranca, dos acordes de guitarra de Octávio Sérgio e Rui Pato, dos sons de piano por José Martins e da voz de José Miguel Baptista no “Epigrama para uma despedida”, completadas com a intervenção da Presidente da Direção da Orquestra, carregada de emoção, marcaram momentos sublimes de exaltação ao homenageado e evidenciaram atitudes de reconhecimento cultural e humanístico, que muito honram a cultura e a Canção de Coimbra."
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