quinta-feira, 31 de maio de 2018

BOM DIA, PESSOAL...

BAIXA: CRÓNICA DA SEMANA PASSADA




DEUS NÃO DORME

1 - Na segunda-feira da semana passada, entre as 04h00 e as 04h30, o alarme da ourivesaria Rogério, na Rua Eduardo Coelho, tocou durante cerca de 20 minutos. Colocando em sobressalto a zona, durante o tempo em que durou o retinir não apareceu qualquer autoridade ou particular. Ou seja, se os ladrões tivessem conseguido penetrar na loja teriam feito uma limpeza completa na maior das calmas. Felizmente para o proprietário, as grossas grades de protecção, embora forçadas ao limite, resistiram bem ao ataque de barras de ferro. No chão de calçada portuguesa ficaram os estilhaços do lambril de pedra que serviu na alavancagem.
Na noite seguinte, de segunda para terça, por volta das 04h00, presumidamente os mesmos indivíduos que tentaram assaltar a ourivesaria Rogério, na Rua Eduardo Coelho, na madrugada anterior, voltaram novamente ao local do crime para tentar consumar a tarefa.
Adivinhando que iriam voltar, o comerciante proprietário da casa de compra e venda de ouro decidiu passar a noite na loja para assegurar a defesa dos seus bens. Sorte a dele. A meio da noite, ouvindo ruídos de alguém a tentar rebentar com as grades, percebeu imediatamente que se preparavam para o arrombamento derradeiro. Ligou para a PSP e, pelos vistos, desta vez esta força de polícia esteve muito bem. Rapidamente e em força, com vários agentes a deslocarem-se para o local, não só evitaram o assalto como quase os prenderam. Prosseguem agora as investigações para alcançar os assaltantes.

ENCERRAMENTOS COMERCIAIS

2 - Por estes dias, encerraram mais dois estabelecimentos comerciais na Baixa: um na Rua da Sofia, que vendia livros, junto ao edifício onde funcionou o Diário de Coimbra, outro na Rua do Carmo, que pertenceu à Relíquias do Passado, uma casa de velharias ali ao lado e que detém próximo desta duas lojas abertas -salienta-se que já foi arrendada para o mesmo ramo e por uma senhora, muito profissional e muito estimada, que, vinda da parte alta da cidade, merece todo o nosso respeito. Amanhã ou depois falarei da sua (boa)vinda para o nosso meio.
Desde Janeiro deste ano, é o 20º encerramento comercial na Baixa.

PERDIDOS E ACHADOS
Foto de Liga dos Combatentes / Núcleo de Coimbra.
3 - Na última quinta-feira, nas instalações da Liga dos Combatentes, na Rua da Sofia, a PSP promoveu uma hasta pública de artigos perdidos e achados.
Para além de escrever que a transferência de instalações, da 2.ª Esquadra para a entidade ligada aos Combatentes da Grande Guerra, certamente promovida pelo presidente do núcleo de Coimbra da Liga, tenente-coronel Paulino, foi uma óptima iniciativa e para repetir, já que traz movimento à rua classificada como Património da Humanidade, e poderia ficar por aqui.
Se quiser saber mais clique aqui (em cima).

FALECIMENTOS
Foto de António Alves.
4 - Durante décadas o “senhor João”, como era carinhosamente referenciado, foi nosso companheiro diário entre a matina e o entardecer. Até há volta de seis anos quando largou o negócio na Rua da Fornalhinha, junto à antiga dos sapateiros, na sua loja de sapataria calçou meia-cidade e arredores. Com o seu semblante simpático e sarcástico, não perdoava uma crítica com graça. Se quiser ler mais clique aqui (em cima).

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Na segunda-feira da semana passada, faleceu António Arnault, distinto advogado e muito conhecido na Baixa da cidade. Por ter sido ministro dos Assuntos Sociais no II Governo Constitucional e mentor da Lei sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS) era considerado o “Pai" do SNS. Fundador e filiado no Partido Socialista, em conformidade, com honras de Estado, as cerimónias fúnebres decorreram no Convento de São Francisco onde, a prestarem condolências, não faltaram personalidades desde o Presidente da República, primeiro-ministro, Presidente da Assembleia da República e dezenas de altas individualidades do reino.

TERMÓMETRO COMERCIAL
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5 - Já que São Pedro continua a castigar ferozmente o comércio com chuva grossa, fina e miudinha sem método e sem equilíbrio neste princípio de Junho, os comerciantes da Baixa da cidade estão pensar em queixar-se a Deus do péssimo serviço que o santo, guardador do tempo e do templo, está prestar às pequeníssimas, pequenas e médias empresas, sobretudo na área do pronto-a-vestir. Ainda não está definida a forma de queixume a levar ao Criador. Alegadamente, diz-se por aqui, se Deus não fizer nada, para o ano, como medida limite, pode vir a perder o Dia Santo do Corpo de Deus, que ainda se comemorou este ano.

HOJE É DIA SANTO... DIA DO CORPO DE DEUS!

Foto de Iva Marina.

EXEMPLOS VINDOS DA TERRA DE VERA CRUZ

http://www.coimbra.mg.leg.br/principal



Através de um amigo, fiquei a saber agora que em Minas Gerais, no Brasil, existe uma outra cidade de Coimbra. Também sede de município, vale a pena perder uns minutos a consultar a sua página, sobretudo o “Fale com a Câmara” e ler uma ou várias actas das sessões. Nestas predominam a unanimidade e a distribuição de documentos, com intervalo de uma assembleia, para consulta e apresentação de projectos para “serem incluídos na ordem do dia da próxima reunião ordinária.
Claro que nesta nossa Coimbra milenar, deste lado do oceano, segundo afirma a oposição, também é assim!

quarta-feira, 30 de maio de 2018

COIMBRA: MORREU SANTOS CARDOSO

Foto de Deolindo Pessoa.
(Foto retirada do seu mural no Facebook)




Uma sociedade que agiganta a valorização de uns
e desvaloriza abaixo do mínimo outros com passados
similares, na defesa da causa pública, é uma colectividade
despótica, que, agindo na injustiça, constrói mitos e não heróis”

Segundo os jornais diários de hoje, Diário de Coimbra e Diário as Beiras, morreu ontem Santos Cardoso. Hoje, pelas 15h00, no centro Funerário Nossa Senhora de Lourdes realizou-se o funeral, seguindo o féretro para o Complexo da Figueira da Foz, onde foi cremado uma hora depois.
Segundo o Diário de Coimbra (DC), “João José dos Santos Cardoso, que foi vereador na Câmara Municipal de Coimbra em três mandatos, faleceu ontem aos 84 anos. Eleito pelo Partido comunista, Santos Cardoso seria, profissionalmente, um administrador hospitalar de referência e, como ontem destacaram alguns dos seus amigos nas redes sociais, um defensor do Serviço Nacional de Saúde.
Como ressalva, conheci pessoalmente Santos Cardoso, e falei com ele algumas vezes, aquando do falecimento do seu filho João Cardoso, em 2015, este também uma figura muito grada e interventiva aqui na Baixa da cidade. Portanto, tendo sido amigo do seu primogénito, para além de me lembrar muito bem dos mandatos na autarquia, entre 1980 e 90, conhecia mal o agora finado. No entanto, pela pouca convivência que tive, deu para ver que era uma pessoa assertiva, humilde, sensata, comedida e justa.
Segundo alguém muito próximo, foi tudo muito breve. Há uma semana sentiu-se mal e em oito dias tudo acabou. Santos Cardoso, numa modéstia peculiar e absoluta mesmo até no funeral -que mais abaixo desenvolverei-, morreu como sempre viveu.
Embora já tenha dado pessoalmente os meus sentimentos à família enlutada, volto a reiterar em meu nome e em representação da Baixa, se posso escrever assim, um pouco da nossa solidariedade neste momento de sofrimento.

UMA SOCIEDADE INJUSTA, ATÉ NA MORTE

Alguns dias depois do desaparecimento de António Arnault -que em traços sumários o cargo mais relevante que exerceu foi o de ministro dos Assuntos Sociais do segundo Governo Constitucional, em 1978, e responsável pela Lei do Serviço Nacional de Saúde em 1979-, em que foram decretados três dias de Luto Nacional e um em Coimbra e cujas cerimónias fúnebres foram realizadas no Convento de São Francisco, a despedida de Santos Cardoso, vereador comunista na Câmara Municipal de Coimbra durante três mandatos, pela carência de reconhecimento público no acto derradeiro, dá que pensar.
É certo que no velório, entre as 14h00 e as 15h00, para despedida do corpo, permaneceram cerca de trinta pessoas no complexo funerário.
É certo que, em curta visita de condolências, se apresentou Manuel Machado e Carlos Cidade, presidente e vice-presidente da autarquia.
É certo que, desde Manuel Rocha, líder da bancada na Assembleia Municipal pela CDU, até Francisco Queirós, vereador com pelouros no Executivo pela CDU, passando por Manuel Louzã Henriques e outros filiados no Partido comunista, muitos marcaram presença e se mantiveram até ao levantamento da urna.
Já sabemos que nas próximas sessões do Executivo e da Assembleia Municipal vão ser aclamados votos de pesar pelo desaparecimento deste edil comunista.
Sabemos também que, durante dois dias, ontem e hoje, a bandeira do município estará a meia-haste.
E pronto! Enquanto munícipes equitativos e de boa justiça, podemos todos dormir em paz.
Acontece que, ainda que ninguém me leve a sério, perante o que vi e constatei na qualidade de munícipe ergo bem alto a bandeira da injustiça social e da indignação.
Comecemos pela notícia da sua morte nos dos matutinos conimbricenses. Para além da foto, a notícia mereceu um pequeno rectângulo igual ao desaparecimento de um qualquer empresário caído nas teias da morte.
A seguir, para quem se apercebeu no final das exéquias, ressaltou a falta da bandeira do município a cobrir a urna. Uma omissão simplesmente lamentável.
Se calhar, se não tivesse havido exagero nas exéquias de António Arnault, provavelmente não estaria agora a fazer a comparação entre as mesmas cerimónias.
Uma sociedade que agiganta a valorização de uns e desvaloriza abaixo do mínimo outros com passados similares, na defesa da causa pública, é uma colectividade despótica, que, agindo na injustiça, constrói mitos e não heróis -veja-se o caso recente de um migrante em França ao salvar uma criança numa varanda de um prédio.
Sem equilíbrio, não usando a mesma bitola para atribuir a cada um o que merece, tentado distrair as massas para o acessório e esquecendo o essencial, está a surfar-se a onda ocasional do mérito. A consequência é a perda de objectividade do senso comum.
Claro que nada disto é feito ao acaso. Por trás de grandes homenagens estão sempre as máquinas partidárias a tentar capitalizar votos.

UM PRECEDENTE

Não se pense que esta injustiça agora cometida com Santos Cardoso aconteceu assim, em caso isolado, por ele seguir a ideologia comunista. Nada disso! Em Julho de 2013 morreu Mário Nunes, um ilustre conimbricense e também vereador independente ao serviço da coligação PSD/CDS, e aconteceu praticamente o mesmo. Chamei-lhe as exéquias da indignação. E, para tornar o facto mais incompreensível, salienta-se que o governo local era da sua própria cor política. O que leva a supor que em questões de homenagens nenhuma outra força política bate o PS.
Há um porém! Com a morte de Arnault, cedendo o Convento de São Francisco às exéquias, foi aberto um precedente que, numa igualdade obrigatória, futuramente deveria ser extensível a todos os servidores do Estado, entre outros, nomeadamente vereadores e deputados com mais de um mandato cumprido ao serviço de Coimbra.

O ADIAMENTO, POR HENRIQUE MONTEIRO

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BOM DIA, PESSOAL...

terça-feira, 29 de maio de 2018

COIMBRA: PORQUE É QUE OS PARTIDOS COM ASSENTO NO PODER CAMARÁRIO NÃO UTILIZAM TODAS AS FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÃO AO SEU DISPÔR?

(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)



Esta página tornou-se, volto a afirmar,
uma sucursal do "Somos Coimbra".
Já que ninguém passa pela página própria
do Facebook, passam as publicações deles
por aqui amiúde, diariamente!”

Há dias, e não foi a primeira vez, um membro da Página da Câmara Municipal de Coimbra (Não Oficial) fez o seguinte comentário: “Esta página tornou-se, volto a afirmar, uma sucursal do "Somos Coimbra". Já que ninguém passa pela página própria do Facebook, passam as publicações deles por aqui amiúde, diariamente!
A resposta dada foi assim: (…) tenho a certeza de que está a ser injusto. Nesta página cabem todas as ideologias, tendências e credos desde que cheguem cá. Que haja alguma força partidária que venha dizer que não demos à estampa uma qualquer sua publicação. Se o movimento Somos Coimbra é o mais dinâmico em termos de comunicação a culpa será dos administradores desta página? Tenha paciência, mas acho que essa sua acusação, por ser tremendamente injusta, não lhe fica bem!
Antes de prosseguir, a título de ressalva porque nem todos conhecem o sítio da Internet, esclareço que o mural foi criado, há cerca de três anos, por um cidadão de nome Gonçalo S. Gunty, que não conheço pessoalmente. Embora não habite na urbe, alegadamente apaixonado por Coimbra teve por objectivo criar um painel virtual independente onde coubessem publicações e comentários, em jeito de lamento ou elogio, sobre acções e omissões decorrentes na cidade e, por reflexo natural, que o órgão administrativo de superintendência municipal tomasse conhecimento e viesse replicar.
Certamente por verificar que eu serei porventura, o “cliente” que mais publica crónicas na página, convidou-me para moderador. Em que assentou o seu critério de escolha ainda estou para saber.
Esclarece-se ainda que este mural não oficial com assento digital detém 5992 membros.
Decidi pegar neste assunto porque, como escrevi em cima, embora a participação escrita de outros partidos ou movimentos não seja da responsabilidade dos administradores do site, de facto, pode gerar algum prurido nada melhor do que falar abertamente da matéria em causa.
E depois da constatação, isto é, de que os partidos locais com assento parlamentar, dos vereadores com e sem pelouros atribuídos, exceptuando o movimento Somos Coimbra, comunicam pouco com os eleitores, vamos a especulações:
Comecemos pelo Partido Socialista, que ganhou as últimas eleições em Outubro de 2017 para autarquia e, em 11 lugares, elegeu 5 vereadores. Que me lembre, considerando o anterior mandato também de liderança socialista, perante centenas, senão milhares de questões formuladas por conimbricenses, pequenos problemas que por vezes são enormes para quem os enfrenta, até agora, nunca o Gabinete de Comunicação da Câmara Municipal de Coimbra se dignou vir dar nota. Por arrastamento, provavelmente os departamentos responsáveis pelo suprimento das queixas dos munícipes também nunca deram um “ai espera aí que já lá vou!” -por vezes, isoladamente, são alguns funcionários da edilidade que comentam ou escrevem que vão dar conhecimento superior.
Há tempos, um membro da página comentou um problema que visava indirectamente um vereador com pelouro no executivo. Como faz parte da lista dos meus denominados amigos no Facebook, entrei em contacto com ele, via email, e interroguei se não queria comentar. Não houve resposta.
Ao não interagir com os membros do site, nem que fosse através do oficial gabinete de comunicação, salvo melhor opinião, o executivo de maioria socialista está a desperdiçar uma oportunidade de ouro. Ao fechar-se na sua concha, parece mostrar medo dos comentários que possam advir. Consigo entender mas, se, enquanto lista proposta pelo partido, o grupo de poder foi candidato ao lugar e foi eleito, é óbvio, tem que demonstrar manter uma certa tolerância com quem discorda das suas soluções ou métodos governativos. O que cada recorrente particular está obrigado é a utilizar argumentos e não ofensas ao desbarato -e para isso, enquanto moderadores, cá estamos para expulsar quem não cumprir as regras de convivência social.
Passemos à CDU, Coligação Democrática Unitária composta pelo PCP e PEV. Que me lembre, nunca o vereador eleito com pelouros, Francisco Queirós, publicou ou simplesmente comentou qualquer assunto que lhe diga respeito, directa ou indirectamente. Tal como os restantes vereadores com pelouro, o mutismo é o seu discurso habitual.
Foquemos agora a coligação Mais Coimbra, composta pelos partidos PSD/CDS-PP/MPT/PPM. Dos seus três vereadores, sem pelouro, o único, no caso uma senhora, que vai publicando qualquer coisa é Madalena Abreu. Dos restantes dois eleitos pouco ou nada se sabe. Correndo o risco de estar a meter foice em seara alheia, mais uma vez defendo que estes edis não estão a aproveitar um instrumento que, em princípio, chega a seis mil pessoas (embora nem todos sejam votantes na cidade).
E agora, para terminar, para analisar, resta-nos o movimento Somos Coimbra. Na qualidade de eleitor independente e moderador, constato que, em comparação com os pares com assento no hemiciclo, este agrupamento político utiliza muito a página para passar a sua mensagem. Ainda bem que o faz, porque, enquanto contrapoder, ao realizar a sua acção noticiosa, por um lado, está a contribuir para a formação política dos conimbricenses, por outro, é um recurso que está a ser bem usado já que os jornais locais pouco escrevem sobre as propostas da oposição -saliento que este problema não é recente, de tão antigo já tem barbas brancas. A nossa comunicação social está mais receptiva ao poder que manda na Praça 8 de Maio do que os oponentes. Ora, está de ver, já o escrevi várias vezes, esta assimetria de poder gera um tremendo desequilíbrio e contribui para (de)formar cidadãos num pensamento único e, por vezes, num politicamente correcto. Portanto, não é de admirar que, parafraseando um amigo analista que também escreve muito, a cidade dos doutores não tenha a chamada “sociedade civil” ou “massa crítica”.
Quem procura ir ao fundo das coisas, facilmente verifica que, por cá, grassa a palmadinha nas costas no poder instituído ou no candidato que se prevê vir a ocupar a cadeira no futuro. Em público, raramente as pessoas dizem o que pensam seja lá sobre que assunto incidir mas, se for político, então o “camaleonismo” salta imediatamente e a máscara afivela-se com despudor. É uma espécie de jogo de espelhos entre o trafulha e a vítima, em que ambos estão à defesa. Um e outro sabem que dali não levam nada mas, pasme-se, continuam a alimentar o desafio para inglês ver. É um bocado triste, para não dizer asqueroso, mas é o que temos.
Não sei se, com esta longa história, trouxe um pouco mais de luz. Mais que certo não acrescentei nada, mas fica a intenção. Quem quiser noticiar qualquer assunto, seja particular, instituição, movimento ou partido, estamos sempre abertos para o fazer. Aliás, só assim se entende o objecto da Página da Câmara Municipal de Coimbra (Não Oficial).

segunda-feira, 28 de maio de 2018

ENA PÁ! UM MILHÃO E MEIO É MUITA FRUTA!

(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)




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Onze anos depois, mais de onze mil publicações, mais de uma centena de grandes  e pequenas lojas encerradas na Baixa e, no mesmo espaço, outras tantas que abriram e voltaram a cerrar portas, tantos momentos pessoais de tristeza e outros de alegria, imensas histórias contadas de pessoas anónimas, mas singulares, que, não fora o facto de me ter cruzado com elas uma ou várias vezes, nunca teriam ficado para a posteridade, tantas dezenas de sujeitos que partiram desta vida, na sombra da endémica ignorância social, contribuindo para a construção de uma vivência cheia de luz e cor, e que não teriam merecido uma simples linha num qualquer jornal, continuamos por cá a escrever sobre assuntos, para uns importantes para outros pouco significativos. O primeiro post que escrevemos, nos já idos anos de 2007, foi “D. Quixote e o “lixo” Urbano”. E assim chegámos ao milhão e meio de visitas.
Quarenta e quatro anos depois do 25 de Abril de 1974, em que a liberdade de expressão, amadurecida e já com barbas na responsabilidade individual, deveria constituir um dos primados da existência, verifica-se que o exercício livre da escrita é cada vez mais difícil de desempenhar. Se quem escreve na linha de intervenção social disser sempre bem e nunca manifestar oposição, é certeiro, terá milhentos amigos. Se, pelo contrário, cortar a direito e escrever o que pensa está o caldo entornado. A agradar será sempre a um leitor que nunca manifesta opinião e raramente agradece o esforço despendido. Talvez por isto mesmo se diga que o “escritor” é um eremita revolucionário, sem amigos e sem alguém que lhe dê o devido valor. Para continuar a exercer, com independência e justiça, tem de ter acoplada uma elevada dose de loucura. Quem escreve sem ter um sindicato a protegê-lo, oferecendo o corpo às balas, está à mercê de qualquer atirador isolado.
Como erva daninha que se multiplica até ao infinito, o que por aí se desenvolve mais, por um lado, é o incógnito que atira e foge sem assumir seja o que for, por outro, é o pensamento único, o politicamente correcto, que a todo o custo tenta abafar a opinião contrária.
Dentro de todas as similitudes e o seu oposto, sem intenção de agradar a este ou àquele, embora saibamos que há muito boa gente que adorava que encerrasse a página e arrumasse de vez o vício de escrever num frasco de formol para a posteridade, cá continuamos a “botar faladura” e debitar opinião.
Em balanço geral, se interrogassem o que ganhámos com isto, o que responderíamos? Para além do enorme gosto que temos em defender uma posição bem vincada na comunidade, absolutamente nada!
Muito obrigado por, enquanto leitor diário, continuar a ler o que plasmamos e nos ajudar a continuar. Aquele virtual abracinho de amizade.

sábado, 26 de maio de 2018

BOM DIA, PESSOAL...

BAIXA: PARTIU O JOÃO ALVES

Foto de António Alves.




Durante décadas o “senhor João”, como era carinhosamente referenciado, foi nosso companheiro diário entre a matina e o entardecer. Até há volta de seis anos quando largou o negócio na Rua da Fornalhinha, junto à antiga dos sapateiros, na sua loja de sapataria calçou meia-cidade e arredores. Com o seu semblante simpático e sarcástico, não perdoava uma crítica com graça.
Embora não fosse uma completa surpresa para mim -encontrei o seu filho António há cerca de dois meses com ar abatido numa destas ruelas e confidenciou-me que o pai estava bastante doente no hospital-, o senhor João partiu ontem sem avisar. Para trás fica uma vida dedicada ao comércio da Baixa na qual, como todos nós, foi serventuário fiel no sentido de serviço público e mal remunerado.
O velório de corpo presente tem lugar este domingo na capela mortuária da Igreja de São José, a partir das 16h00. A anteceder o funeral, a cerimónia fúnebre com missa decorre na segunda-feira, às 11h00, seguindo depois para o cemitério da Conchada.
Em meu nome pessoal e em nome da Baixa comercial, se posso escrever assim, os nossos sentidos pêsames para toda a família enlutada. Até sempre, descanse em paz, senhor João!

sexta-feira, 25 de maio de 2018

BOM DIA, PESSOAL...

LEILÃO DA PSP: PERGUNTAS IMPLÍCITAS

Foto de Liga dos Combatentes / Núcleo de Coimbra.
(Imagem retirada da página da Liga dos Combatentes)




Ontem, nas instalações da Liga dos Combatentes, na Rua da Sofia, a PSP promoveu uma hasta pública de artigos perdidos e achados.
Para além de escrever que a transferência de instalações, da 2.ª Esquadra para a entidade ligada aos Combatentes da Grande Guerra, certamente promovida pelo presidente do núcleo de Coimbra da Liga, tenente-coronel Paulino, foi uma óptima iniciativa e para repetir, já que traz movimento à rua classificada como Património da Humanidade, poderia ficar por aqui.
Começou às 10h00. Para apreciar o ambiente, cheguei uma hora depois e estive lá até ao meio-dia e meia, aquando da interrupção para almoço, e foi muito interessante o que apreendi. Dei por bem-empregue o tempo despendido. Nestas duas horas e meia, entre os 2 e os 18 euros, foram licitados cerca de 70 lotes. Sete caixotes de papelão, grandes e médios, foram esvaziados -e outros cinco aguardaram para depois, no segundo round.
Pelo que antevi, o acto, a abrir, começou com a venda de vários guarda-chuvas e continuou com vestuário e adornos. Com o pregoeiro a anunciar o preço, a qualidade e a marca dos produtos com alguma graça o tempo passou depressa. Contrariando anos anteriores em que havia muitos usados, este ano contavam-se pelos dedos das duas mãos os artigos em segunda-mão.
Impressionou-me deveras a enorme quantidade de têxteis novos... com marcas vendidas pelas grandes superfícies. Desde vestidos com etiquetas com custo de 100 euros até calças e camisas dentro do mesmo valor, ali ressaltava a alusão a marcas consideradas de luxo. Que eu me apercebesse, só uma vez ecoou na sala um artigo de marca que poderia ter sido vendido na Baixa: a Lefties (já desaparecida).
Por outro lado, de uma forma tão ligeira tendo em conta o custo, dá que pensar: como é que se pode perder tantos objectos? Será que, seguindo o que está acontecer no país, os conimbricenses dão cada vez menos valor às coisas? Ou, sendo a causa outra, será que tem a ver com o poder de compra do ranking nacional? Segundo o INE, Instituto Nacional de Estatística, exceptuando Lisboa e Porto, que detêm mais 10 por cento do poder de compra nacional, Coimbra faz parte de 10 municípios onde os rendimentos são maiores. Terá a ver com isso?



quinta-feira, 24 de maio de 2018

UM PENSAMENTO DE VEZ EM QUANDO...

(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)





POR CARLOS JOÃO CASCAIS FIGUEIREDO

O fluxo turístico vai surgindo numeroso. Pelo magnífico e bem organizado Festival Europeu da Canção, na generalidade, procuram Sol, praia, gastronomia e episódios da nossa História patente nos museus.
Aqui temos qualidade no serviço, e servimos muito bem. São milhares que procuram desfrutar das nossas praias, saborear o nosso peixe. E carne também, obviamente! Não nos podemos alhear dos quilómetros de costa marítima que possuímos.
No entanto, se queremos alcançar um custo de vida mais bonificado, temos de ser melhores, gerando mais qualidade aos vários níveis.
São vias a explorar com profissionalismo.

RIR PARA NÃO CHORAR...

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(Por Henrique Monteiro)

quarta-feira, 23 de maio de 2018

CMC: A OPOSIÇÃO, O ATRELADO E O SUPERVILÃO MALÉFICO

Resultado de imagem para executivo municipal de coimbra, 2017
(Foto desviada do jornal Notícias de Coimbra)




Basta olhar para a história recente, das eleições de há seis meses atrás:
os Cidadãos por Coimbra (CpC) perderam o único vereador; a CDU
perdeu cerca de 1500 votos; a coligação dos partidos da direita baixou
a sua votação e perdeu um vereador; o PS manteve o seu eleitorado de
2013 com cerca de 35%; a abstenção foi de cerca de 44%.”
Quem acompanha minimamente a política local através da comunicação escrita e redes sociais, se perder um minuto para pensar, fica surpreendido com o que se passa na Câmara Municipal de Coimbra.
A pouco mais de seis meses passados sobre as eleições autárquicas (Outubro de 2017), a um ano das eleições para o Parlamento Europeu e a 17 meses das eleições legislativas, vale a pena tentar uma análise sobre o situacionismo.
Comecemos pela composição dos vereadores eleitos no executivo: 5 pelo Partido Socialista (PS) (com pelouro).
Um eleito pela Coligação Democrática Unitária (CDU, agregando o PCP e o PEV, (com pelouro).
Pela Coligação Mais Coimbra, composta pelo PSD/CDS-PP/MPT/PPM, foram eleitos 3 vereadores (sem pelouro).
Pelo movimento Somos Coimbra foram eleitos dois vereadores (sem pelouro).

PORTANTO...

Ou seja: se considerarmos que a CDU é oposição, as forças de contestação são maioritárias no hemiciclo, isto é, seis contra cinco. Por conseguinte, o PS é minoritário no executivo.
Como complemento, lembro que também na Assembleia Municipal de Coimbra o PS, igualmente, está representado em número inferior de deputados.

MAS...

Aqui surge uma interrogação: a CDU no executivo, ainda que em parceria, faz parte integrante da governança PS ou, pelo contrário, faz parte da oposição? Ou nem uma coisa nem outra?

PASSEMOS À FRENTE...

Quem lê as declarações escritas, quer nos jornais locais ou nas redes sociais, dos representantes da oposição, da Coligação Mais Coimbra e do movimento Somos Coimbra, e da ambígua CDU o que apreende?
Avancemos pela Coligação Mais Coimbra. Comecemos no Facebook, na página individual de cada um dos seus vereadores:

Madalena Abreu, com cerca de 3600 amigos, o léxico ideológico de proximidade vai da CDU ao PS, passando pelo CDS até ao movimento Somos Coimbra.
Embora com um trabalho político de embaixadora, com punhos de renda, nota-se ser a mais atirada em grandes textos de reflexão, quer na Internet quer no jornal Diário as Beiras.
Lendo os seus comentários na rede social desta professora universitária, pressente-se, por um lado, um cuidado em não ofender alguém, por outro, uma grande necessidade de agradar a gregos e a troianos.

Paulo Leitão, com 3250 amigos, a variedade ideológica distribui-se entre todos os partidos, desde correlegionários laranja até à CDU, passando pelo PS e o CDS.
A criação escrita na rede social deste engenheiro é pouco profícua. Sem grandes tiradas criativas, lendo o pouco que plasma, não se adivinha muito sobre o seu pensamento político.

Paula Pego, com pouco mais de uma centena de amigos na Internet, parece apresentar-se muito comedida e pouco a exposições mediáticas. Sem rasgo ideológico que a cole muito à Social Democracia, esta professora universitária não mostra o que vai na sua alma sobre o futuro de Coimbra.

Sobre os vereadores do movimento Somos Coimbra podemos percepcionar:

José Manuel Silva, com 5000 amigos no Facebook, esgotando e fechando a porta a mais amizades, este vereador, nos relacionamentos de proximidade ideológica, abarca membros locais de todos outros partidos à esquerda e à direita.
Este médico e professor universitário no activo é, sem margem para dúvidas, o “enfant terrible” da oposição regional. Na página do movimento que preside são constantes as setas envenenadas e frustração derramada de nada poder fazer contra o líder do executivo Manuel Machado. Acusa regularmente o autarca do PS lhe barrar sistematicamente as portas até na consulta de documentos necessários ao seu trabalho de edil.
Em nome do movimento a que preside, os adejectivos de “déspota”, “autocrático”, surdo, mudo são repetidos. É também recorrente a acusação a Machado de ostracizar as propostas do agrupamento político.
Como um superdotado sempre em acção, uma espécie de sempre-em-pé, é notória a sua capacidade de resistência e ambição de tentar aglutinar apoios na cidade que lhe venham a garantir a reeleição no próximo mandato.

Ana Bastos, sem se poder contabilizar o número de amigos no Facebook, adivinha-se que esta vereadora e professora universitária contabilize muitas centenas senão milhares.
Na sua página não se vislumbra um pensamento político pessoal. O que aparece em copy-paste são textos prolixos do movimento Somos Coimbra.

Sobre a CDU podemos perceber o seguinte:

Francisco Queirós, o vereador eleito pela Coligação Democrática Unitária e na Câmara com pelouros desde 2009, na sua página do Facebook a cerca do número de amizades não deixa muito a descoberto. Nas largas dezenas que dão para ver, desde a esquerda à direita é abrangente o léxico ideológico.
Percorrendo o site, é recorrente a criação literária e a defesa dos ideais comunistas. Na sua página raramente responde a interpelações.
Nos seus artigos de opinião no Diário as Beiras -como o desta última Segunda-feira, 21 de Maio, em que aflorava o estado degradado da Baixa- é manifesta a demarcação averbada das políticas socialistas no concelho de Coimbra.

MAS, AFINAL, TANTO PALEIO PARA QUÊ?

Correndo o risco de nem um leitor chegar ao fim, alonguei-me nesta crónica. De modo aborrecido, com uma intenção deliberada, mostrei o que me pareceu de relevante nas suas páginas do Facebook. E porquê? Por três motivos:

No primeiro, foi tentar mostrar que a ideia de total incapacidade na governação conimbricense que os partidos da oposição, incluindo a CDU, passam aos munícipes é falsa.
Perfazendo a coligação Mais Coimbra, o movimento Somos Coimbra e a CDU uma maioria de seis vereadores é muito fácil, acordando entre si, de fazerem aprovar qualquer moção, proposta e tomadas de posição.

Na segunda justificação, tendo em conta as relações transversais entre a esquerda e a direita por parte de cada vereador da oposição na rede social, dá para constatar que não se unem no parlamento camarário porque não querem. Em especulação, provavelmente, pela lógica partidária egoísta, dá mais jeito continuar a choramingar e a fazer dos socialistas no poder uma espécie de muro de lamentações.

No terceiro fundamento, valendo o que valer este escrito, é alertar para as três forças em presença que continuar a seguir o mesmo procedimento político de desunião, que já vem desde 2013, mais que certo, vai ter custos elevados.
Basta olhar para a história recente, das eleições de há seis meses atrás: os Cidadãos por Coimbra (CpC) perderam o único vereador; a CDU perdeu cerca de 1500 votos; a coligação dos partidos da direita baixou a sua votação e perdeu um vereador; o PS manteve o seu eleitorado de 2013 com cerca de 35%; a abstenção foi de cerca de 44%.
É preciso fazer um desenho?
Se a CDU não mostrar ao longo destes três anos e meio a descolagem do PS corre o sério risco de nas próximas eleições para a Câmara de Coimbra perder o seu único vereador.
Se a coligação Mais Coimbra não mostrar mais empenho, está de ver, os resultados da próxima eleição vão ser catastrófico, sobretudo para o PSD.
Se o movimento Somos Coimbra não for muito mais além do que parece ir e não surpreender, pode acontecer o mesmo que ao CpC, que elegeu apenas deputados para a Assembleia Municipal.
Era bom pensar que, contrariamente ao que se diz, estes movimentos independentes de cidadãos são efémeros. As pessoas votam neles como experiência na novidade e na esperança de serem diferentes dos partidos. O passado recente já mostrou que não são. E quando assim acontece, depois de uma tentativa vã, os eleitores regressam aos agrupamentos partidários, que, apesar de todos os vícios já descritos e apesar de tudo, oferecem mais segurança e liberdade democrática.
E fico-me por aqui. Não fui muito longo, pois não?

BAIXA: CRÓNICA DA SEMANA PASSADA




MOMENTO CATÁRTICO

Conforme estava anunciado, na quinta-feira da semana passada, Francisco Queirós, vereador eleito pela CDU, Coligação Democrática Unitária, com os pelouros da Habitação e Desenvolvimento no Executivo de maioria socialista, às 19h00 estava presente na sede do PCP, Partido Comunista Português, na Rua Adelino Veiga, para receber os comerciantes e ouvi-los sobre a grave crise que se abateu na Baixa de Coimbra.
Na primeira semana, entregando um prospecto explicativo, comunicou que a CDU tinha apresentado e feito aprovar na Assembleia Municipal de Coimbra uma resolução, uma carta de intenções, com 11 medidas, entre várias, desde o estacionamento gratuito em parques periféricos até reforço das equipas de limpeza.
Na segunda semana, usando novamente o trato pessoal e entregando um pequeno folheto, convocava os comerciantes da Baixa para uma reunião na sede do partido a que está agregado.
À solicitação compareceram 12 pessoas ligadas ao comércio. As perguntas que ficam são: 
Os comerciantes não apareceram porque, de facto, as coisas não estão tão más assim?
Ou, em sentido diferente, poderemos pensar que não estiveram presentes porque não acreditam na CDU?
E se fosse outro partido ou movimento a convidar seria diferente?

FINITO


Fechou há dias uma das duas lojas da Mercearia à Portuguesa, na Rua da Gala. Certamente para conter custos, uma vez que a cerca de vinte metros abriu há cerca de um mês outra do mesmo género, teria sido uma decisão ponderada pelo jovem empreendedor Fábio Teixeira, o proprietário.
Desde Janeiro deste ano, é o 18º encerramento comercial na Baixa.

PARA REFLECTIR

Já passaram seis meses desde a tomada deste novo executivo liderado por Manuel Machado. Ao longo da campanha eleitoral com promessas de recuperação da Baixa, a verdade é que não se vê qualquer movimento, por parte dos socialistas, para implementar medidas que evitem os encerramentos.
Basta dar uma volta pela parte baixa da cidade para verificar que outros fechos estão em linha. Sem querer parecer tétrico, só para adiantar: um na Rua da Sofia; dois na zona da Rua Simões de Castro; dois na Rua das Padeiras.

TERMÓMETRO TURÍSTICO




Embora os visitantes que aportam à Baixa diariamente sejam em grande número, verifica-se que, já desde o ano passado que é assim, o turismo que que procura a cidade é muito pobre nos gastos. Para além de uns cafés e algumas refeições consumidas, alegadamente, no comércio pouco deixa. Como "recuerdos", os turistas levam consigo fotografias e fotos de tudo o que mexe. Com brasileiros e franceses a constituir a maioria e alguns ingleses em minoria, é óbvio que mesmo assim venham a nós e deixem o pouco do vosso reino.

PROTEÇÃO DE DADOS? O QUE É ISSO?

(Imagem do Jornal Económico)


"Vem aí as novas regras de Proteção de Dados: sabe o que muda para si, enquanto cidadão?"

terça-feira, 22 de maio de 2018

BAIXA: O CRIMINOSO VOLTA SEMPRE AO LOCAL DO CRIME








Esta noite, por volta das 04h00, presumidamente os mesmos indivíduos que tentaram assaltar a ourivesaria Rogério, na Rua Eduardo Coelho, na madrugada de anteontem, voltaram novamente ao local do crime para tentar consumar a tarefa.
Adivinhando que iriam voltar, o comerciante proprietário da casa de compra e venda de ouro decidiu passar a noite na loja para assegurar a defesa dos seus bens. Sorte a dele. A meio da noite, ouvindo ruídos de alguém a tentar rebentar com as grades, percebeu imediatamente que se preparavam para o arrombamento derradeiro. Ligou para a PSP e, pelos vistos, desta vez esta força de polícia esteve muito bem. Rapidamente e em força, com vários agentes a deslocarem-se para o local, não só evitaram o assalto como quase os prenderam. Diz quem sabe que os ladrões ainda foram perseguidos em direcção à Praça do Comércio onde estaria uma viatura de marca Passat roubada há duas noites. Como o carro foi abandonado no local, hoje, durante o dia, alegadamente, esteve guardado por um agente daquela polícia de segurança pública.

BOM DIA, PESSOAL...

segunda-feira, 21 de maio de 2018

BAIXA: ASSALTO FRUSTRADO A OURIVESARIA COM A AJUDA DE DEUS



Esta noite, entre as 04h00 e as 04h30, o alarme da ourivesaria Rogério, na Rua Eduardo Coelho, tocou durante cerca de 20 minutos. Colocando em sobressalto a zona, durante o tempo em que durou o retinir não apareceu qualquer autoridade ou particular. Ou seja, se os ladrões tivessem conseguido penetrar na loja teriam feito uma limpeza completa na maior das calmas.
Felizmente para o proprietário, as grossas grades de protecção, embora forçadas ao limite, resistiram bem ao ataque de barras de ferro. No chão de calçada portuguesa ficaram os estilhaços do lambril de pedra que serviu na alavancagem.
Longe vai o tempo em que a PSP até estava atenta e prendia os assaltantes em flagrante. Foi em 2013, há cinco longos anos, neste mesmo estabelecimento e no tempo em que ainda havia alguma esperança de podermos dormir seguros.
Segundo um residente que pediu o anonimato, cerca da 1h30 dois homens tentaram abrir as grades. Provavelmente, como não conseguiram, alegadamente, teriam voltado depois apetrechados com material pesado. Como foram surpreendidos pela resistência da chapa e pelo sobressalto sonoro, mais que certo, foram pressionados a desistir.
Não é demais lembrar que a Baixa entre a noite e a madrugada fica deserta e entregue a si mesma.
Valerá a pena continuar a martelar nos ouvidos surdos das autoridades competentes?

sábado, 19 de maio de 2018

UM COMENTÁRIO RECEBIDO SOBRE...





Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem "CDU: O QUEIRÓS TOCOU A REBATE E SÓ RESPONDERAM DOZ...":
SE A MALTA DO PC (PARTIDO COMUNISTA) DE COIMBRA QUER LÁ GENTE, QUE NÃO SE DEITE COM O INIMIGO COMO TEM SIDO APANÁGIO DESDE QUE O MM (MANUEL MACHADO) CHEGOU AO PODER. QUEM LIA O QUE QUEIRÓS ESCREVIA NOS DIÁRIOS LOCAIS ANTES DE CHEGAR AO PODER, E COMPARAR COM AQUILO QUE FAZ HOJE QUE "TEM O PODER" PERCEBE RAPIDAMENTE QUE QUALQUER CONVERSA COM ESSE INDIVIDUO É PURA PERDA DE TEMPO. QUER É TACHO SENÃO NÃO COMPACTUAVA COM TUDO ISTO!



Joana deixou um novo comentário na sua mensagem "CDU: O QUEIRÓS TOCOU A REBATE E SÓ RESPONDERAM DOZ...":
Em jeito de resposta ao senhor "Anónimo": O PCP não compactua "com tudo isto". Prova disso é que o vereador do PCP foi o único (!!) a votar contra aquela monstruosidade que é o Aldi de Santa Clara. São opções políticas, e o PCP tem sempre tomado opções que ajudem os comerciantes e a Baixa em geral. Na sua maioria contra “Manueis” Machados, PS, PSD, ou quem quer que seja. O PCP tem a sua posição, e não se vende.

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Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem "CDU: O QUEIRÓS TOCOU A REBATE E SÓ RESPONDERAM DOZ...":
Bem, o senhor de cabelos brancos, falou, falou, tem aqui o discurso transcrito, terminando em apoteose com "eu vou estar de olho em si", mas o que o Queirós disse resume-se a "argumentos que ninguém acreditou...". Bom truque ;). 

CDU: O QUEIRÓS TOCOU A REBATE E SÓ RESPONDERAM DOZE (3)




Estamos a retratar a última parte de um “espectáculo” político promovido pela CDU, Coligação Democrática Unitária, em que foram convidados os comerciantes para, na sede do PCP, na Rua Adelino Veiga, em Coimbra, serem ouvidos de viva voz e debatidos problemas graves que assolam a Baixa comercial. Ao convite responderam 12 pessoas. Marcou presença Francisco Queirós, vereador da CDU com os pelouros da Habitação e do Desenvolvimento no Executivo municipal.
Quem não foi, alegadamente, pode justificar de várias maneiras: estava ocupado nas horas indicadas; não foi convocado pessoalmente pelo vereador; estes convites nunca deveriam ter sido realizados por um homem com barriga saliente e já entradote, mas, antes, por uma camarada cheia de convicções revolucionárias e atributos físicos em conformidade; a reunião deveria ser acompanhada, no mínimo, com croquetes e bolos de bacalhau e bom tinto; não gostar do anfiteatro onde se desenrolou a encenação. Sim, porque o que tinha sido anunciado nas duas semanas antecedentes, sem pretender enganar alguém, era uma encenação teatral.

I
Estamos então no desenvolvimento da peça, no terceiro acto. Trata-de uma espécie de tribunal plenário -por irónico que seja, a fazer lembrar os julgamentos políticos do Estado Novo. Trata-se do processo 17-05-2018.
O arguido (ou arguidos) é o poder local, no caso, por questões estratégicas, julgado à revelia.
Os queixosos eram os comerciantes, mas, estranhe-se, ou talvez não, a CDU, embora implicada no processo até ao pescoço, tinha-se constituído assistente.
Como juiz estava o vereador da CDU, Francisco Queirós.
A "defender o Estado", em representação do "Ministério Público", estava o camarada João, também membro da CDU.
Como se vê, a imparcialidade reinava na sala.
Pelo desenrolar dos primeiro e segundo actos, deu para verificar que a culpabilidade, a haver veredicto, caía por inteiro no chefe do executivo, que não estava presente. Se estivesse, bem à maneira portuguesa, ser-lhe-ia estendida uma passadeira vermelha.
No prosseguimento do drama, através da retórica de Queirós, deu para constatar que a CDU, apesar de fazer parte do executivo socialista, era uma vítima do algoz Machado, o dono da Câmara Municipal.
A CDU não tem feito mais pela Baixa porque não pode. Até votou contra o Aldi, em Santa Clara, disse o representante comunista em repetição.
Tentando passar pelos pingos da chuva, disse ainda mais: “eu não consigo entender o presidente da Câmara. O princípio é ouvir os munícipes e não tratá-los mal. É fundamental que os comerciantes vão às reuniões de câmara. Obriguem o Manuel Machado a falar com as pessoas! Mas uma coisa posso dizer: não vamos deixar morrer a Baixa de Coimbra!”

II

O julgamento decorria algo monótono. O juiz , no caso o vereador Queirós, substituindo a acusação e, ex aequo, chamando a si a defesa da CDU, pela excelente performance, convencia por inteiro a assistência constituída pelos poucos comerciantes. A demonstração de inocência da coligação era total. A reverência ao cordial vereador manifestava-se em forma de alocução: o stor desculpe, mas o culpado desta situação é o presidente da Câmara!
Imagina-se o representante da CDU a esfregar a barriga de contentamento e a pensar para si: “isto correu melhor do que eu esperava!”.
E estava quase a tocar a campainha para o correr do pano. É então que da assistência, eloquente e morna, porque há sempre um louco a quebrar a modorra societária, um tolo, já velhote e de cabelos brancos, dirigindo-se ao vereador, atira o seguinte:
Eu vim para ouvir. Não era minha intenção intervir. Mas perante o que estou a assistir não posso deixar de o fazer. Porque já falámos algumas vezes, a nível pessoal, gosto de si e reconheço-lhe grandes qualidades humanas muito superiores ao seu antecessor no cargo, mas já no campo político não posso estar mais em desacordo com a sua actuação. O que estamos a assistir aqui hoje é uma tentativa de desonerar a CDU do processo de degradação da Baixa. Ora, como sabe, o senhor é o vereador da Habitação e do Desenvolvimento desde 2009. O seu precursor esteve no seu lugar durante os primeiros mandatos de Carlos Encarnação. Na maioria dos casos de aprovação positiva, o senhor sabe que é graças à sua abstenção continuada que as medidas têm passado no executivo de maioria socialista.
Por tudo isto, fazendo de conta que não tem nada a ver com a degradação da Baixa, a CDU não pode lavar as mãos do que se está a passar. Enquanto munícipe, o que espero de si é uma posição musculada perante Manuel Machado, o presidente da edilidade. Que, aliás, do seu desempenho futuro como vereador também depende o destino da CDU na cidade. Não esqueça que nas últimas eleições os votos na coligação caíram. Eu vou estar de olho em si!
Francisco Queirós, vereador na autarquia, ali juiz em causa própria, engolindo em seco, não se deu por achado e retorquiu com argumentos que ninguém acreditou, mas também não era preciso, Afinal, tudo aquilo era uma encenação.
Sem palmas, caiu o pano! Outras peças se seguirão com outros actores. A miséria humana sempre resultou em excelentes tragicomédias. E quando alguns choram, cheios de vontade de sorrir, outros fazem cara de enterro. É o teatro da vida!

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CDU: O Queirós tocou a rebate e só responderam doze (1)
CDU: O Queirós tocou a rebate e só responderam doze (2)

sexta-feira, 18 de maio de 2018

CDU: O QUEIRÓS TOCOU A REBATE E SÓ RESPONDERAM DOZE (2)




Conforme estava anunciado, ontem, quinta-feira, Francisco Queirós, vereador eleito pela CDU, Coligação Democrática Unitária, com os pelouros da Habitação e Desenvolvimento no Executivo de maioria socialista, estava presente na sede do PCP, Partido Comunista Português, na Rua Adelino Veiga, para receber os comerciantes e ouvi-los sobre a grave crise que se abateu na Baixa de Coimbra.
Depois de fazer uma introdução, justificando o motivo porque queria ouvir de viva voz os comerciantes, o simpático professor passou a foice e o martelo, como quem diz, passou a palavra para a curtíssima assistência.
Como ressalva, para além do político com assento no Executivo municipal, não vou identificar os doze magníficos que corresponderam ao apelo do camarada nem a quem cabe as frases que se vão seguir.

COMERCIANTES PARA O PELOURINHO DA PRAÇA VELHA. JÁ!

A primeira pessoa que tomou a palavra foi uma senhora. E disse o seguinte: “Já estive em várias reuniões como esta e o resultado é sempre o mesmo. Ou seja: nada! Já todos sabem e conhecem os problemas!
Aos Domingos e Sábados à tarde está tudo fechado. Qualquer dia não temos restaurantes para comer. Estão só vocacionados para turistas. Queixas ouvimos todos os dias de turistas e de pessoas que vivem cá.
Nunca vi uma cidade tão porca como esta! Eu vejo poucos comerciantes a varrerem a rua. Não há uma atitude proactiva para mudar.
A seguir, numa espécie de pingue-pongue entre duas veteranas da arte de negociar, foi outra senhora. Disse o seguinte: “Na questão que aflora sobre os restaurantes, eu indico o “Zé Neto”, o “Giro” e o “Paço do Conde”.
Os candeeiros da Praça do Comércio estão todos com vidros partidos.
Retorquiu a primeira arguente: “não sou comunista, mas sou uma activista. Se calhar, já fiz mais barulho nesta cidade do que na minha, em Santarém.
E responde novamente a segunda: “eu estive sempre em todas as reuniões onde a senhora esteve. Estive em todas as que foram realizadas pela APBC, Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra. O que é que isso deu?
E volta a jogada novamente para a primeira tenista: “se calhar é preciso unirmo-nos. Se calhar é preciso perguntar o que se pode fazer para ajudar e deixar de reclamar.”

MACHADO, INIMIGO PÚBLICO

Como o jogo estava a ficar um tédio, meteu-se um homem no meio das duas mulheres: “a senhora fala muito bem... -dirigindo-se à primeira arguente. Nós na rua da Sofia pedimos para falar com o presidente da Câmara e ainda não conseguimos falar com ele. Eu até podia falar com ele, mas ele já deu respostas desagradáveis a quem o abordou na rua. Eu podia abordá-lo, mas para quê? Ele não ouve ninguém! Segundo pessoas que conheço, ele é extremamente indelicado. Ele fez uma praça de touros (no Terreiro da Erva).
A solidariedade institucional a funcionar. Em socorro do colega avança outro: “em relação à Baixa agora, sobre o que vou dizer, adivinho, não vão gostar. A Baixa não tem viabilidade. Não temos pessoas na Câmara que nos apõem.
Era preciso reunir com quem trabalha com os turistas.
Começo com o estacionamento. As pessoas dizem que não há estacionamento. Há muito! É é caro! Eu tenho o meu carro num parque de estacionamento a pagar. Há comerciantes que têm os carros na rua de manhã à noite.
Prossigo com a limpeza. É uma vergonha o que se passa com as pessoas que fazem lixo na rua.
Entre a Praça 8 de Maio e o Largo da Portagem há 17 lojas fechadas. Na Rua da Sofia há várias e dentro de dias vai fechar outra.
Se a autarquia não nos ouvir é difícil sair desta situação.
A taxa de ocupação de espaço público era de 10 euros por ano e passou para 10 euros por mês!

VIRA-SE O PREGO PARA A NOVA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL

A primeira senhora, a que tinha perdido a bola para um homem, tratou de recuperar a jogada. E avançou assim: “formou-se uma associação e não foi dada qualquer informação. Não sei o que querem! Deviam antes reunir com os colegas e perguntar se estamos de acordo com o que se pretende. Não é assim que se fazem as coisas!
Mas o nosso homem que chamou indelicado a Machado estava atento. E tratou de lhe retirar a partida: “espere para ver! A APBC fez o contrário e não vale nada! Mas eu dou razão à senhora”, contemporizou.
Mas o colega da Rua da Sofia, o que contou as lojas fechadas, lançando-lhe um laço, retira-o temporariamente da jogada: “a APBC foi criada na ACIC. No anterior mandato de Machado, que terminou em 2001, ele chumbou a ideia. Só foi implementada no tempo de Carlos Encarnação. Os órgãos directivos da APBC são nomeados pela Câmara. Deviam é serem eleitos pelos comerciantes!

CURIOSIDADES NESTA JOGADA DA ASSOCIAÇÃO

Sobre a recém-criada associação, a nova AICEC –Associação de Industriais, Comerciantes e Empresários de Coimbra- deu aso a dois notórios fora de jogo que, no mínimo, deveriam ter resultado em dois cartões amarelos.
O primeiro cartão em falta foi quando Queirós, naturalmente apresentando-se pela esquerda, pergunta ao argumentante: “associação? De que associação estão a falar?
Foi implícito que o camarada Francisco anda demasiado embrenhado na leitura de O Capital, de Karl Marx, e menos na análise dos jornais locais.
O segundo cartão amarelo que não foi mostrado e deveria ter sido foi quando se falou do (mau) procedimento do executivo da nova a associação e não se ouviu um pio. Estranho, muito estranho, porque havia ali no grupo de comerciantes dois membros da direcção da AICEC. Dá para perceber? Se calhar até dá, mas isso fica para outras núpcias.

CDU: O Queirós tocou a rebate e compareceram doze (3)