(Imagem da Web)
AI SE EU FOSSE…
Se eu fosse
marinheiro,
de água doce ou salgada,
juro que te pegava no nevoeiro
e te levava embrulhada
nas velas do meu veleiro,
faria do mar uma auto-estrada,
de ti uma santa de mosteiro,
e mesmo que ficasses corada
levava-te pelo mundo inteiro,
mostrava-te o que é ser amada
numa terra de negreiro,
onde parece que a paixão cavada
no coração de aventureiro
é sentimento de cruzada
de exército sem timoneiro,
imagem de uma noite sonhada
com um amor em Janeiro
quando a folha nevada
é levada para o ribeiro,
naquela água sagrada
que faz andar o moleiro
em torno da farinha suada
em partículas de madeiro,
ou na terra lavrada
com os passarinhos em chinfreiro,
levava-te comigo, abraçada,
até ao universo verdadeiro.
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