terça-feira, 31 de janeiro de 2017

QUE DESTINO VAI SER DADO AO ANTIGO BESCL?

´




Precisamente há um mês encerrou o antigo BESCL, depois BES e recentemente NOVO BANCO, na esquina que faz frente para a Praça 8 de Maio e Rua Visconde da Luz.
Se até aqui pouco trago de novo, já se escrever que este prédio, pela localização privilegiada e pela área disponível, constitui um importantíssimo legado que, como motor de desenvolvimento e valor acrescentado, pode ser fundamental o seu destino para a Baixa.
O edifício é propriedade de A Previdência Portuguesa. Como sou associado desta instituição quase centenária, numa Assembleia Geral decorrida em Dezembro, último, pelo presidente do Conselho de Administração, foi dito que já havia três candidatos ao arrendamento do imóvel, e mais não foi acrescentado.
Ora, enquanto associado da vetusta agremiação, munícipe e comerciante com interesse no desenvolvimento do Centro Histórico, considero ter direito dobrado sobre o que vai acontecer ao uso deste prédio. Em conformidade, defendo que A Previdência Portuguesa, tendo a sua sede na Baixa e sendo uma instituição de interesse público, o conselho administrativo, muito para além do rendimento que as instalações possam gerar, tem obrigação de harmonizar o seu objecto com o progresso desta zona velha.
Por outro lado, o executivo municipal, enquanto representante dos cidadãos conimbricenses e da evolução da Baixa, porquanto meio de influência, tem obrigação de interceder junto da direcção de A Previdência Portuguesa. Bem sabemos que a Câmara Municipal, para além de induzir, pouco pode fazer. No entanto, embora a lei não lhe dê cobertura plena para intervir também não impede que actue na prossecução dos interesses em causa. Por conseguinte, como tem sido feito ao longo das últimas décadas, não pode, nem deve, lavar as mãos como Pilatos e alhear-se deste assunto.
Vale a pena pensar nisto?

PUBLICIDADE INSTITUCIONAL




PUBLICIDADE INSTITUCIONAL


Depois da alegada “desistência” de Álvaro Amaro em ser candidato pelo PSD em Coimbra e ter optado pela recandidatura na Guarda, “Carlitos Pipí”, ou “Popó” -tudo depende da confiança política-, o eterno candidato independente, através de mensageiro credível, juntamente com uma caixa de bombons Ferrero Rocher, fez-nos chegar o recado. De forma clara e transmitida por boca, diz que não está disponível para concorrer pelo PSD à autarquia de Coimbra. Acrescenta ainda com manifesto enfado que Passos Coelho, de uma vez por todas, deixe de o assediar e lhe desampare a loja. “Se ao menos fosse a Cristas, do CDS, ou, sei lá, a Catarina, do Bloco, ainda vá que não vá, agora um gajo feio como é o Coelho?”-interroga com alguma segurança e ironia. Mas não se fica por aqui e prossegue: “eu gosto de verdadeiros desafios! Se concorresse contra o meu colega “Manel da Pera” eram favas contadas. Nem precisava de andar a correr as lojas comerciais da Baixa em época de eleições. Aqui sou o rei, como quem diz, o verdadeiro presidente da junta. Se quisesse ser presidente da Câmara era só assobiar e todos votavam em mim!

CPPME dirige carta à Assembleia da República e ao Governo






12 propostas para uma Economia Sustentável e Dinâmica

O Executivo da Confederação Portuguesa das Micro, pequenas e Médias Empresas (CPPME) em sua reunião no passado dia 18, tendo em conta a insuficiência das medidas constantes do Orçamento do Estado para 2017, face à grave situação das micro, pequenas e médias empresas a resvalarem perigosa e crescentemente para a insolvência, concluiu ser urgente reclamar medidas legislativas que contrariem o penoso quotidiano deste importantíssimo segmento  da economia Portuguesa.
A carta reivindicativa, de que a seguir se destacam as primeiras 12 medidas para uma economia sustentável e dinâmica, constitui, uma vez mais,  o nosso  apelo e contributo à Assembleia da República e ao Governo:

  1. A criação da conta-corrente entre o Estado e as Empresas;
  2. A extinção do Pagamento Especial por Conta (PEC);
  3. A alteração ao chamado IVA de Caixa, ou seja, a entrega deste, de facto, só após a boa cobrança.
  4. A alteração ao critério de apuramento tributário em sede de IRC/RS que penaliza os micro-empresários aderentes sempre que o salário mínimo aumenta, bem como o alargamento do tecto de adesão a este regime para 300.000€ de Volume Anual de Negócios (VAN);
  5. A redução do IVA do gás e eletricidade para a taxa existente em 2011 (6%) para todas as atividades económicas;
  6. Diminuição da taxa do Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP);
  7. Alteração ao serviço de normalização contabilística (auditorias obrigatórias), por forma a que o Revisor Oficial de Contas (ROC) só deverá intervir nas médias e grandes empresas;
  8. Revisão dos coeficientes de apuramento do Valor Patrimonial Tributário (VPT), em imobiliário para o comércio e indústria, com tributação de benefícios, em particular nas zonas periféricas de cidades e vilas de forma a anular situações em que o VPT é superior ao valor de mercado, com consequências nefastas para os Micro, Pequenos e Médios Empresários (MPME) no pagamento do IMI de imobiliário próprio e nos IMT;
  9. Portugal 2020 – Garantir que as Micro e Pequenas Empresas (MPME) não sejam discriminadas, como em Quadros Comunitários anteriores, e que as verbas destinadas às MPME sejam investidas na criação de emprego, na promoção da sustentabilidade das empresas e que os MPME tenham participação directa na definição e aplicação das receitas;
  10. Alteração ao regime de arrendamento não habitacional (arrendamento comercial), por forma a favorecer o crescimento da economia.
  11. Alteração do Decreto-Lei nº 12/2013, sobre o apoio social aos MPME, com carreira contributiva mínima, por forma a ter aplicação prática;
  12. Reforma dos MPME com carreira contributiva mínima de 40 anos, sem penalizações e sem a obrigatoriedade de suspender a função de sócio gerente.

Seixal, 18 de Janeiro de 2017

O Executivo da Direcção da CPPME

sábado, 28 de janeiro de 2017

ESPÓLIO FOTOGRÁFICO DA CINEARTE EM RISCO DE SE PERDER?






A Foto Cinearte nasceu em Coimbra, na Rua Visconde da Luz, em 1947. A grande marca dedicada à fotografia, viria a ser adquirida em Janeiro de 1979 por Vasco Henriques. No apogeu do retrato, no tempo em que para registar qualquer cerimónia para a posteridade, ou simplesmente “tirar” um “passe” para um qualquer documento oficial, eram estes profissionais insubstituíveis, O Vasco chegou a deter quatro estabelecimentos no ramo, três na Baixa e um nas Escadas de Quebra Costas.
No desenrolar de uma revolução tecnológica, com os telemóveis a, de modo amador, ocupar o lugar dos antigos profissionais, e com a fotografia a democratizar-se e a chegar a todos -se bem que, pelo trabalho de arte destes especialistas, esta troca nunca será plena-, sabe-se que há sempre vencidos e vencedores. Seguindo o curso e a dinâmica da transformação operada pela via digital, o Henriques progressivamente viu-se obrigado a encolher o número de estabelecimentos, neste momento detém dois: um no Centro Comercial Sofia, na artéria com o mesmo nome, e a velhinha Foto Cinearte, na Rua Visconde da Luz. Embora com todo o acervo no seu interior, por se tornar inviável manter este velho “museu” da cidade em actividade, encerrou portas no ano passado. Acontece que não escrevo sobre um espólio qualquer, salvo melhor opinião, trata-se um património de valor incalculável. Na sua instituição agregada de sete décadas de história da cidade, é constituído por 300 mil chapas. Nestes negativos, para além de retratos de pessoas, estão documentadas desde 1978 todas as Queimas das Fitas, Festas da Latada, Serenatas, Saraus, Bailes de Gala, Garraiadas, Bênção e Vendas da Pasta, cortejos da procissão da Rainha Santa e Chás Dançante. Pelo seu valor cultural, trata-se de um conjunto de imagens demasiado consagrado de Coimbra e para Coimbra para pensar que, de ânimo leve, se possa abandonar como outros legados que, outrora, já se perderam pelos labirintos da passividade e deixa-correr.
Tanto quanto julgo saber, Vasco Henriques já contactou a Câmara Municipal de Coimbra para que esta entidade, certamente através do pelouro da Cultura, se manifeste a favor, ou não, da intenção de adquirir estes testemunhos retratados.
Como ressalva, transcendendo-me, escrevo esta crónica sobre o ponto de vista de alertar para a salvaguarda de um património artístico, social e cultural que julgo ser importante para a Lusa Atenas, universalizada pelo mundo inteiro pela sua ligação aos estudantes universitários e às suas festas anuais alegóricas. Quero dizer, portanto, que, como cidadão que escreve, não tomo posição quanto ao valor, comercial ou utilitário, do que possa estar em causa. Adivinho que esta imensa acumulação pode representar uma vida de trabalho com inteira dedicação à fotografia, mas esta negociação, a haver, é com as partes interessadas. É à edilidade e a Vasco Henriques que, sentados frente a frente, cabe discutir os pormenores.


TEXTO RELACIONADO

"Acervo do Sporting Nacional salvaguardado"

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

UM COMENTÁRIO RECEBIDO SOBRE...

(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)




Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem "EDITORIAL: O FORROBODÓ DAS NOMEAÇÕES NA EMPRESA ÁG...":



"Escusado será dizer que o pensamento de Salazar não é para levar em conta"

Tem toda a razão e aprecio o toque de ironia na citação do Salazar. Como se sabe, quando a velha raposa hipócrita dizia que “é apenas verdade que se pode fazer administração fora de toda a política partidária", sabia bem que quem não pertencia à União Nacional (depois ANP), o único partido autorizado, não tinha lugares de topo na Administração Pública. A inscrição na UN era até feita nos próprios governos civis. Já para não falar na acumulação com as grandes empresas privadas. Boa malha, Luís Fernandes. Citar o Salazar, só mesmo por brincadeira.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

EDITORIAL: O FORROBODÓ DAS NOMEAÇÕES NA EMPRESA ÁGUAS DE COIMBRA

(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)





O Diário de Coimbra (DC) de hoje, na página 06, titula: “PSD repudia nomeação de José Ferreira Nunes para as Águas de Coimbra”. Continuando a citar o jornal, “A nomeação de Ferreira Nunes para o Conselho de Administração da empresa municipal Águas de Coimbra, divulgada anteontem em reunião da Câmara, está a ser questionada e mesmo repudiada pelo PSD, que coloca em causa a legalidade da indigitação da autarquia. (…) o PSD de Coimbra manifestou “repúdio pela nomeação do Sr. Ferreira Nunes, por este não possuir a devida formação, currículo e experiência para a função de administrador”, querendo ainda saber se o nomeado “teve, tem ou mantém negócios ou qualquer outra relação contratual com a empresa Águas de Coimbra.

SALAZAR, ESTÁ QUIETINHO...

Para a formação da consciência pública, para a criação de determinado ambiente, dada a ausência de espírito crítico ou a dificuldade de averiguação individual, a aparência vale a realidade, ou seja, a aparência é uma realidade política. E este errado conhecimento das coisas é pior que a ignorância delas -Discursos (1940), Salazar


Antes de entrar na análise do corpo da notícia do DC e da citação de António Oliveira Salazar, estadista nacionalista português -que aqui se aflora pelo seu lugar na história contemporânea de Portugal e não por qualquer saudosismo exacerbado, eleito em 2007, pela RTP, o maior português de sempre-, sem querer tomar partido entre o PS e o PSD, como cidadão, mais ou menos atento ao que se passa à sua volta, que gosta de ver as coisas com olhos de ver, era bom contar um pouco da história da empresa Águas de Coimbra.
A empresa Águas de Coimbra (AC) nasceu em 2003 na vigência de Carlos Encarnação, eleito pelo PSD, presidente da Câmara Municipal de Coimbra entre 2001 e finais de 2010, quando renunciou, nesta altura, a favor do seu-vice-presidente Barbosa de Melo. Logo em 2003 foi nomeado presidente do conselho de Administração da AC o então vice-presidente de Encarnação, Pina Prata e ex-aequo presidente da ACIC, Associação Comercial e Industrial de Coimbra, extinta por processo de falência no ano passado. Como é sabido, por quem se lembra, Prata, por dissidências internas, entrou em rotura com Carlos Encarnação. Foi substituído na gestão das águas por Paulo Canha, já falecido e o subsequente seguidor na presidência da ACIC de Pina. Canha seria transferido para as Águas do Mondego e entraria Jorge Temido. A seguir a Temido entraram outros gestores, todos na linha ideológica do PSD. O que é histórico e gostava de relevar é que numa década os processos em tribunal investigados pelo DCIAP aos administradores foram mais que muitos -e, com a prevalência da presunção de inocência, não estou a escrever que foram todos inculpados, lembro-me que alguns foram absolvidos. Sobre o ponto de vista documental, gostava apenas de ressalvar o monte de problemas e o aproveitamento político-partidário que foi sempre esta empresa municipal de Coimbra -e que, pelos vistos, agora com a edilidade sobre gerência do PS continua a ser.

MAS, NÃO HÁ VERGONHA?

Prosseguindo no pensamento de Salazar, que dizia: “é apenas verdade que se pode fazer administração fora de toda a política partidária, mas neste sentido estrito não se há-de dizer ”pode-se”, há-de dizer-se “deve-se”. Quando, porém, se tem em mente a verdadeira, a alta acepção da palavra “política”, julgo impossível fazer-se, sem esta, administração que se imponha e valha” -extractos de discursos, 1930.
Em face do que os cidadãos em Coimbra, e no restante Portugal, assistem nesta "ResPública das Bananas", o que se espera para acabar com este regabofe das nomeações? O que falta para separar a “administração da Coisa Pública” da “administração política”? Porque razão é que sempre que mudam os eleitos os gestores de empresas municipais e da administração pública são substituídos? Dá jeito, sabemos, para colocar os prosélitos, mas, ao menos façam a coisa de modo mais subliminar e decente. O cidadão é estúpido? Valha-os Deus! Depois queixam-se de Trump ter sido eleito nos Estados Unidos e a Europa estar a virar à direita? Quem são os estúpidos aqui?
(Escusado será dizer que o pensamento de Salazar não é para levar em conta)
(Foto do jornal online Observador)



O parlamentar do PCP anunciou os diversos projetos de lei e de resolução em conferência de imprensa, na Assembleia da República, na véspera da previsível rejeição da baixa da Taxa Social Única (TSU), incluída pelo Governo e parceiros na negociação do aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN), através de apreciação parlamentar.

"Destaca-se a redução do PEC e a programação da sua extinção até ao final da legislatura, resultante de propostas apresentadas pelo PCP nos Orçamentos do Estado para 2016 e 2017, mas referem-se também outras importantes propostas que permitem a redução de parte dos custos energéticos, nomeadamente na eletricidade, gás de garrafa e combustíveis utilizados na pesca e agricultura", afirmou.” 

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

BARRÔ E A DESERTIFICAÇÃO DA ALDEIA

(Foto de 2008)





Barrô, a aldeia da minha naturalidade situada entre a Mealhada e o Luso, solenizou neste fim-de-semana a festa anual em honra do seu padroeiro, São Sebastião. Ontem, domingo, com a celebração da Eucaristia e subsequente procissão, foi o apogeu das festas profana e religiosa.
Comparando anos recuados, em que seria um dia cheio em todo o lugar e mais propriamente no largo da capela com a vinda dos filhos da Diáspora e pelos nativos, deu para ver o quanto a aldeia, por um lado, está esvaziada de habitantes, por outro, o quanto o Dia da Festa de Ano perdeu importância no encontro de pessoas que por lá nasceram e cresceram. Por outro ainda, e pode ser o caso, o divórcio entre as pessoas que lá habitam e a comemoração anual.
Há cerca de uma trintena de anos, esta povoação do concelho da Mealhada e pertencente ao distrito de Aveiro teria cerca de meia-centena de casas, a maioria em mau estado de conservação, e mais ou menos uma centena de habitantes. Com gente muito Preciosa, nessa altura, através dos sentidos, apanhávamos o fervilhar de vida da localidade pelo ruído, pelo cheiro e pelo rodopiar de agricultores, com as suas enchadas ao ombro ou foicinhos a tiracolo, a sulcar caminhos de terra-batida em direcção às suas leiras, que, juntamente com o ordenado da fábrica, complementavam o seu sustento. Ao entrar no pequeno povoado, entre outro burburinho, éramos recebidos pelo mugir dos bois, pelo zurrar dos burros e pelo latir dos cães. Tudo parecia indicar que a população estava em multiplicação sem fim à vista. Edificou-se uma nova escola primária (básica) e um enorme pavilhão multiusos.
Com a facilidade de crédito bancário, foram construídas novas vivendas com jardim exterior que, pela arquitectura, rivalizam com a cidade, e muitas das restantes foram restauradas a preceito.
Como motor de desenvolvimento e ponto de encontro, a dar força anímica ao pequeno lugarejo, havia um café à entrada do burgo e, mais para cima, passando o campanário com a capela agregada em relativo estado de conservação, encontrávamos a taberna do senhor António, o “Toino da Loja”, conjunta com a mercearia e onde se podia comprar tudo desde linhas até petróleo.
Para além da festa anual, em Janeiro, realizavam-se ainda mais duas: as Alminhas e a de São José.
Na última década, talvez para ser equitativa em relação a outras aldeias, a Junta de Freguesia de Luso (ou a Câmara Municipal da Mealhada), mandou alcatroar todas as ruas do interior e em redor do sítio. Para além disso, louve-se a acção, mandou colocar placas toponímicas e deu números de polícia a todas as habitações.
Há cerca de cinco anos o santuário, cujo santo mártir é São Sebastião, com uma coleta entre o povo, foi restaurado e, pelo bom gosto, transformou-se num pequeno templo lindíssimo. 
Em redor, era ali, no seu terreiro, perante arcadas de acácias e as ruas engalanadas com flores de papel, que as festas anuais de Janeiro eram organizadas. Nesta alegoria, o povo saía à rua e, com o coreto de madeira a desafiar o Sol, e com o intenso cheiro a carne assada nos fornos de lenha, era ali que se dançava até altas horas da noite.
Em contraposição, mais que certo por serem pequenas capelinhas e por falta de interesse da comunidade, deixou-se morrer as celebrações em honra de São José a das Alminhas.
Agora, deu para apreender que tudo mudou. As artérias, outrora enfeitadas com arcadas populares e pétalas de rosas no chão, detinham apenas uma fita plástica, colorida, aqui e acolá. Quem não soubesse, pelo embelezamento, não adivinhava que havia festa no lugar.
O baile, realizado tradicionalmente no largo da capela, talvez pelo frio assustador que a comunicação social apregoa ao mundo, teve lugar no pavilhão multi-usos.
O templo e os andores, outrora ornamentados de forma amadora e simples pelos mordomos, deu lugar a um arranjo de flores sumptuoso, certamente profissionalizado por uma florista, que enchia o olho -imagina-se que não se olhou a meios para alindar as imagens transportadas por quatro pessoas.
Ontem, após a celebração da missa, a procissão, com vários andores erguendo as figuras de santos, saiu à rua por volta das 16h30. Ao longo de cerca de noventa minutos, o cortejo litúrgico percorreu as principais vielas. Na sua cauda, acolitando a banda filarmónica, pouco mais de uma dúzia de pessoas seguiam em fila a comitiva. De salientar que, ao longo do percurso, apenas uma dezena de janelas estavam abertas a saudar o préstito, o que, repetindo, dá para questionar sobre o que está a acontecer ao aldeamento: ou está vazio de residentes ou os seus habitantes, sentados nos seus acolhedores sofás e tendo em frente um computador, estiveram a marimbar-se para alegoria sacro e profana.
Qualquer uma destas premissas, a desertificação acentuada ou o desinteresse crescente, pode ser verdade. A contribuir para a evacuação da população, há muitos anos que as fábricas que davam trabalho encerraram. A escola, por falta de crianças, fechou. O café e a taberna e mercearia do “Toino da Loja”, como um protesto surdo contra o abandono a que estão sujeitas as nossas terras, encerraram portas. Só o pavilhão centro-desportivo, remando contra-a-maré, vai resistindo à destruição do convívio.
Ontem, enquanto se circulava pela estrada principal e secundárias, em que só a música da banda filarmónica quebrava o silêncio atroador, deu para verificar que, apesar de tudo, poucos são os prédios em ruína completa. É uma pena que das chaminés daqueles reformados edifícios, outrora cheios de alma e que neste dia rebentavam pelas costuras com familiares vindos de longe, não saísse o tal fiosinho de fumo em direcção ao céu. Estamos perante uma ilusão de óptica da modernidade.

sábado, 21 de janeiro de 2017

A BAIXA VISTA DA MINHA JANELA





TEXTO ESCRITO A QUATRO MÃOS.
POR MÁRCIO RAMOS E LUÍS FERNANDES

Antes de tudo concordo com a visão da crónica “Editorial: Detalhes que vão desaparecendo da Baixa”, mas, a meu ver, temos que ir um pouco mais ao fundo da questão.
Vamos por partes:
Se a Baixa esta no pântano que está deve-se a imensos factores, um deles pela inoperância da Câmara Municipal. Não venham cá com tretas, a autarquia não quer saber da parte baixa de Coimbra. Dou um exemplo prático: agora, em fim de mandato e prenúncio de eleições, a edilidade está a realizar várias obras pela cidade. Por aqui, o que está anunciado é a construção da futura rotunda do Arnado e a abertura da chamada Via Central. Como que a mostrar obra a fazer, mas sobre o que está feito, e é preciso cuidar, não se olha. Debrucemo-nos, por momentos, sobre o que se passa na Praça do Comércio e já por várias vezes debatido neste blogue: uma praça que merece ser desfrutada pelos habitantes e turistas foi transformada num enorme parque de estacionamento. Quando a solução e simples e barata, bastando a colocação de pilares de ferro, a edilidade faz de conta que não vê.
A Agência de Promoção para a Baixa de Coimbra (APBC), por um lado, tenta fazer um enorme esforço para revitalizar a zona histórica, mas, por outro, é muito passiva no reivindicar, devia levantar os problemas que ressaltam e que incomodam moradores e profissionais do comércio junto do poder da Praça 8 de Maio. A Baixa não é só constituída por comerciantes e hoteleiros. Poucos ou muitos, também há habitantes que advogam que esta zona velha mude para melhor e quererão ter uma palavra a dizer. Já agora uma ideia: por que não convidar também os residentes para as reuniões da APBC?
Outra coisa, continuando a existir a Junta de Freguesia São Bartolomeu, agora agregada, que acções tem feito na Assembleia Municipal para denunciar os problemas da Baixa? Alguém ouve uma palavra destes edis em defesa do centro histórico?
Se o poder local se alheia completamente das dificuldades desta área de antanho, quem vai cuidar desta zona comercial, tão empobrecida em número de transeuntes e com o comércio a pagar as favas, os particulares? Os jornais? Os blogues?
Por outro lado, e esta problemática já foi levantada nesta página, por muito que se entenda a razão da desmotivação dos comerciantes, o comércio não pode continuar a praticar os mesmos horários, sobretudo no verão, desde há quatro décadas.
Se pelo estacionamento gratuito, climatização e limpeza não se pode competir com as grandes superfícies, obrigatoriamente, tem de se inventariar o que se pode fazer melhor. E aqui, inevitavelmente, a complementar, entram os serviços de fiscalização da edilidade.
Chamamos à colação o estado aporcalhado, miserável e vergonhoso, em que se encontram as antigas instalações das desaparecidas Galerias Coimbra. Lembro que tem como vizinhos uma frutaria e um café. Outro exemplo é o de um prédio no Largo da Freiria que está entaipado e a servir de residência para gatos há cerca de uma década. Se este prédio estivesse junto à moradia do presidente da Câmara Municipal, e este autarca tivesse que suportar o fedor emanado do seu interior, já há muito que o assunto estaria resolvido. Pode não haver lei para obrigar um proprietário a cuidar de uma loja ou prédio abandonado, mas é obrigação dos eleitos através de sufrágio pressionarem para que não se mantenham eternamente situações de degradação que conspurcam e contribuem para a desertificação e abandalhamento do que deveria ser mesmo o coração da cidade.
Pode interrogar-se se os serviços da Câmara Municipal saberão destas ocorrências? A resposta é afirmativa. Claro que sim. Neste blogue já se escreveram imensos textos sobre este assunto e os responsáveis fazem ouvidos de marcador. Tudo continua igual. O resultado é levar à desistência pelo cansaço e, honra lhe seja feita, conseguem-no.
Há demasiado conformismo por parte de todos, comerciantes, hoteleiros e residentes. Todos reclamam, reclamam -incluindo o editor deste sítio- mas de palpável nada se faz. Deveria haver uma movimentação geral para obrigar o executivo a tomar pequenas medidas essenciais no dia-a-dia. Veja-se hoje a notícia de primeira página do Diário de Coimbra em que é escrito que as câmaras de video-vigilância da Baixa estão desligadas (há meses) por motivos meramente burocráticos. Segundo o jornal, “PSP diz que pediu a renovação da licença em 2015 mas o processo ainda não está concluído”. Admite-se um desleixo assim? Só se entende por que estas pessoas que detém o poder e a obrigação de assegurar a segurança pública não sentem, não vibram e, adivinha-se, para terem os seus ordenados garantidos no final do mês não dependem do estado anímico desta zona comercial. Estivessem eles directamente ligados e veríamos se acontecia uma escandaleira desta natureza!
É preciso mudar este situacionismo incomodativo. Sabe-se muito bem que uma folha de papel facilmente pode ser rasgada. Tentem fazer o mesmo com um livro. É verdade que continuam a ser folhas, mas unidas são mais fortes, tanto que se torna impossível. 

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

EDITORIAL: DETALHES QUE VÃO DESAPARECENDO DA BAIXA

(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)




A mostrar que a Baixa está cada vez mais desertificada e é pouco apetecível para quem comercializa, contrariamente a anos anteriores, os vendedores de bonecos artesanais de presépio fabricados em Barcelos -já que Coimbra, na última década, perdeu a última fábrica de barros tão característicos da cidade- não estiveram presentes com bancas na Praça do Comércio neste último Dezembro.
Pode ser um pormenor entre outros, mas é nestes detalhes, ínfimos, que se vê o estado evolutivo da zona histórica. Aos poucos, sem que demos por isso, vão desaparecendo pequenos serviços que, pela companhia diária ou temporal, fazem parte de nós. Quando encerram, por parte do público, vem a conhecida exclamação geral: “encerrou? Ai, não pode ser! Faz tanta falta!
A questão que se coloca é sempre a mesma: porquê?
Muito “porquê” ou “por quê” se levanta. A principal razão é a “prestação social” que estando dentro de nós deixou de funcionar. Esta denominada prestação social é a forma como nos importamos e relacionamos com os outros -sobretudo e nomeadamente com os mais pequenos, aqueles que fazendo algumas moedas vão conseguindo equilibrar o seu dia-a-dia e à custa deste magro pecúlio financeiro nos vão fazendo companhia. Os exemplos são enormes: é o cauteleiro -ainda há três na Baixa- é a vendedeira de tremoços e pistáchios -só a Adelaide resiste na Praça 8 de Maio- são os vendedores de castanhas -salvo erro são três os que vão teimando- é a vendedeira de bolos de Ançã -a dona Mercês já arrumou o pitoresco cesto, mas passou o negócio para outra senhora-, é o popular ardina -há um único na Lusa Atenas.
Como o nosso rendimento é cada vez mais depauperado -apesar do Governo jurar o contrário- e, por isso mesmo, o dinheiro ser cada vez mais contado no nosso bolso, vemos estas pessoas quase com olhar intrusivo, depreciativo e pouco valorativo da função comunitária que exercem para tornar a cidade menos silenciosa, apagada e rotineira. Desaparecendo estes pequenos transmissores do pitoresco, com eles vão o cheiro, o ruído, a animação que quebra o bucolismo das urbes. Sem nos apercebermos, pela interacção das redes sociais, estamos a criar um sociedade profundamente egoísta, reaccionária e individualista. Tudo é feito na penumbra. Na Internet, compra-se, vende-se, comunicamos em jeito de desabafo (sem pessoalidade), postamos textos e imagens sobre a nossa vida à espera da aprovação geral -embora saibamos que este “geral” é uma massa abstracta que se está a marimbar para o que plasmamos.
Sem começar agora, e este (de)mérito cabe por inteiro à ASAE, com a nossa passiva complacência e ordenação de grandes empresas e entidades políticas, está em marcha um movimento de extermínio do pequeníssimo mercador. Tudo em nome do povo e das boas práticas, diz-se. É de supor que dentro de uma década ou talvez menos já não se encontrem vendedores hortícolas e outros produtos do campo nos mercados tradicionais. Se duvidarem, vão ao Mercado Municipal Dom Pedro V, aqui em Coimbra, e tentem adquirir ovos caseiros, saídos das capoeiras e alimentados tradicionalmente.
Por o Governo ter criado a Unidade de Missão para a Valorização do Interior, a cargo da professora universitária e conimbricense Helena Freitas, dá impressão que é agora que, de facto, se vai olhar para a desertificação dos lugares mais longínquos do litoral do país. Não é por não confiar em Helena Freitas, que conheço e acredito que estará a fazer o melhor que sabe e pode, que afirmo que não acredito que sejam implementadas medidas estruturantes de salvação das zonas afectadas. Em vez de uma visão holística, do todo, falta uma preciosa atenção para tudo o que é pequenino. As aldeias, sem o pequeno café, sem mercearia, estão convertidas em dormitórios silenciosos, em cemitérios de vivos.
A televisão privada SIC, através de reportagens como, por exemplo, “Eu é que sou o presidente da Junta” e outras sobre a região transmontana, tem feito mais para tornar pública esta calamidade do que todos os governos nacionais dos últimos quinze anos.
E comecei a escrever esta crónica por que hoje fui a um pequeno quiosque da Baixa e, em conversa, fiquei a saber que a EDP, dentro em breve, vai suspender os recebimentos de energia eléctrica de consumidores particulares nestes pequeníssimos estabelecimentos. Apesar de não parecer, a situação é de tal modo grave que vai levar ao encerramento de mais algumas destas casas típicas -falei com dois operadores e a manifestação de preocupação pelo futuro foi o mesmo: encerrar. Um deles ainda me disse mais: “como uma das casas de venda de jogo da Baixa está em situação económica difícil -há quem fale já em fecho proximamente- também não temos raspadinhas para vender, estamos a fazer o quê, aqui? Jornais poucos se vendem. O tabaco continua a cair...
Se neste caso das raspadinhas, aparentemente, não se poderá fazer muito -por que este grande estabelecimento de jogo com abrangência nacional está dependente de uma boa relação comercial com a Santa Casa da Misericórdia e, ao que parece, não há-, já com a EDP é diferente. Esta grande empresa de capital maioritário chinês, que já foi nossa, detém (ou deveria deter) uma enormíssima responsabilidade social. Ao coarctar aos pequeníssimos lojistas este serviço, a administração saberá muito bem que está a mandar para o charco umas dezenas, senão centenas, de pessoas que, trabalhando muitas horas para servir os seus clientes, dão movimento aos centros urbanos.
Pelo menos até se dar com as bentas na porta encerrada, quem é que perde dois minutos a pensar nisto?

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

FOI MULTADO E NÃO CONCORDA? PODE EVITAR PAGAR PEDINDO O REGISTO FOTOGRÁFICO

Resultado de imagem para multas na estrada




Se foi multado(a) e não concorda com a multa, ou até mesmo se acha que não infringiu a lei, pode evitar o pagamento da mesma desde que saiba os passos a seguir...”

Jantar Republicano evocativo dos 126 anos da revolta do 31 de Janeiro de 1891







O Movimento Republicano 5 de Outubro (Núcleo de Coimbra), mais uma vez, irá comemorar a data emblemática da Revolta de 31 de Janeiro de 1891, como momento crucial do percurso do Portugal Republicano.
Assim sendo, exortam-se os Republicanos para participarem num jantar a realizar no próximo dia 31 de Janeiro, terça-feira, a partir das 19h30, no Restaurante A Brasileira, localizado na rua Ferreira Borges, em Coimbra.
As inscrições podem ser feitas até ao dia 28 de Janeiro, para anabela8@hotmail.com ou para Carlos Esperança aesperancaenator@gmail.com ou tm. 917322645.
Não esquecer, no ato de inscrição, de referir a preferência por peixe ou carne, bem como se deseja sopa.

Ementa:
Entradas variadas; Sopa de alho francês (só para quem o indicar); bacalhau à casa ou, lombinho de porco gratinado com rolinhos de bacon; bolo de limão e coco, fruta laminada (laranja/ maçã) e café. Bebidas: vinho; água e sumos.
Preço 15,00 € (Pagamento no local)

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

BOM DIA, PESSOAL...

UM DEBATE EM ENCONTRO DE COMERCIANTES

Caro Colega:

A Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, com o intuito de dar continuidade aos encontros de comerciantes para partilha de ideias e avaliação da atividades desenvolvidas, pretende agendar um novo encontro para o dia 15 de Fevereiro (quarta-feira), pelas 19h30, no Salão Brazil.
Esta reunião terá a seguinte ordem de trabalhos:

·         Avaliação da Campanha de Natal e seu impacto na actividade comercial
·         Sugestões para o Plano de Atividades de  2017
·         Propostas para revitalização do Centro Histórico
·         Outros assuntos
Solicitamos  que caso estejam interessados em participar nos informem até ao próximo dia 13 de Fevereiro de 2017, por telefone (239 842 164), telemóvel (914872418 Carina Alves), ou por email (apbcoimbra@gmail.com).
A V/colaboração é fundamental, atenciosamente,
A Direção da APBC

APBC - Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra
Rua João de Ruão, 12 Arnado Business Center, piso 1, sala 3
3 000-229 Coimbra
Tel. 239 842 164  Fax. 239 840 242 Tel. 914872418
apbcoimbra@gmail.com
www.baixadecoimbra.com

VAMOS À FEIRA?

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

ACERVO DO SPORTING NACIONAL SALVAGUARDADO





Num relevante gesto de cidadania, Sérgio da Assunção Ferreira, proprietário do Snack-bar Padaria Popular, com sede no Largo da Freiria, ofereceu gratuitamente à Câmara Municipal de Coimbra o acervo do desaparecido Sporting Nacional, prestigiada colectividade da Baixa de Coimbra, fundada em 1919, e sem actividade há mais de uma década.
Por o edifício do histórico clube cultural da cidade fazer paredes-meias com o seu estabelecimento, há cerca de um mês o nosso amigo comum adquiriu o prédio em acentuado estado de degradação. Naturalmente que, devido ao abandono por parte dos associados da popular agremiação, o espólio, constituído por fotografias, documentos, troféus e porta-estandarte, encontra-se em mau-estado. No entanto, é de crer que, mesmo assim, será possível não apagar a memória de um centro cultural tão importante para a Baixa como foi o Sporting Nacional.
Um exemplo a seguir pela comunidade, este, de Sérgio Ferreira. Uma grande salva de palmas pela sua sensibilidade na preservação de tudo o que possa engrandecer a zona histórica. Não é de mais salientar a responsabilidade individual de cada cidadão na salvaguarda do passado da cidade. Sem esta colaboração imprescindível, imperativa e necessária, a urbe fica amputada de uma grande parte de momentos que marcaram um tempo e a vida de muitos de nós.

CÂMARA RESPONDE AFIRMATIVAMENTE

Ao documento exarado por Sérgio Ferreira ao Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Manuel Machado, o empresário já recebeu hoje resposta afirmativa de que, muito em breve, uma comitiva oficial fará uma deslocação ao velho clube e aferirá do destino a dar ao que resta do Sporting Nacional.
Por saber que os serviços municipais estiveram bem e que estão atentos a manifestações culturais dos seus munícipes também merecem uma salva de palmas. É bom saber que, futuramente, não se repetirá o que aconteceu com a Cicade, a última fábrica de barros de Coimbra, cujos moldes antiquíssimos foram destruídos à marretada.

O “CARLITOS PIPI” DESEJA A TODOS OS SEUS FÃS UM ANO NOVO CHEIO DE ESPERANÇA






O nosso embaixador geral da “peace & love” e da boa disposição, com assento social junto ao nosso primeiro rei, Dom Afonso Henriques, na Praça 8 de Maio, abarcando todas as questões nacionais, internacionais e intergalácticas, de seu nome de baptismo Carlos Alberto dos Santos Duarte e popularmente mais conhecido por “Carlitos pipi” ou “Carlitos popó”, através deste jornaleco de navegação local e mundial, vem informar todos os seus fãs, amigos, conhecidos e outros que hão de vir que está cá para as curvas, rectas e contra-curvas. Aproveitando este tempo de antena, deseja a todos um óptimo Ano Novo de 2017.

sábado, 14 de janeiro de 2017

UM HOMEM MORREU BALEADO NAS AMEIAS





Esta noite, por volta da meia-noite, um homem caiu baleado sobre o asfalto no Largo das Ameias, em frente ao Café Angola e ao estabelecimento de roupas P&Y.
Noticiado pelo Diário as Beiras online, escrito sobre a pena de Paulo Marques, o nefasto acontecimento é tratado como suicídio. Acrescenta o jornal que a vítima, de identidade desconhecida, transportava uma caixa com munições no bolso das calças.
As informações recolhidas no local são díspares e apenas há unanimidade de que, de facto, o homem morreu. Embora sem certeza absoluta, há também uma certa consonância em torno do sacrificado. Alegadamente, trata-se do Carlos “pintor”, um reconhecido calcorreante destas pedras milenares. A ser assim, falamos de um sujeito que faz(ia) umas carocas na zona histórica e, habitualmente, traja(va) fato-macaco salpicado com manchas de tinta. Diz-se também que não teria sido um suicídio mas antes um homicídio.
Depois de falar com várias pessoas presentes no largo nesta manhã solarenga, um vai adiantando que “tanto quanto se espalha por aí, ouviram-se dois tiros. Às tantas foi um ajuste de contas. Dizem que ele vinha ali de um estabelecimento de diversão nocturna -diz o nome e e aponta para uma rua estreita. Você acha que uma pessoa que se pretende suicidar consegue dar dois tiros na cabeça? É improvável, não é? E mais, e vai escolher uma praça central para o fazer?”
De facto, pensando melhor, a vontade de colocar termo à vida por razões pessoais é uma decisão muito solitária, nobre e recatada, que implica cometer o acto fora de olhares que possam dissuadir, ou que origine imediata censura. Socialmente, a morte provocada sem causa, tendo por objecto somente terminar um caminho, é tratada com algum desrespeito -a própria Igreja Católica Romana só há poucos anos passou a aceitar fazer exéquias religiosas ao autocídio.
Já o contrário, quando com a morte se pretende defender ou reivindicar uma causa social, de fanatismo religioso, político, ou outro, ambicionando o suicidário tornar-se mártir pelos seus seguidores, a acção tem outro significado de admiração para uma determinada comunidade. Pode também ter um fundo de denúncia pública contra a inércia das autoridades em pôr cobro a ofensas continuadas contra a vítima -nos últimos anos assistimos através da difusão da Internet a cada vez mais situações deste género, sobretudo jovens.
Fosse suicídio ou homicídio, a verdade é que um homem morreu, e a morte, natural ou provocada, é sempre um acontecimento. Paz à sua alma.


POST SCRIPTUM

Tratou-se de um homicídio seguido de suicídio. Segundo o Diário de Coimbra de hoje, segunda-feira,, “o presumível homicida de José Augusto Lopes, perto da meia-noite de sexta-feira, na Granja de Semide, seria um seu antigo funcionário, Marco Costa, de 39 anos, que residia em Vale Marelo, localidade praticamente vizinha.
É praticamente uma certeza que o indivíduo será o autor da emboscada montada à entrada da Quinta da Vinha Morta, de que foi vítima Zé Padeiro, seu antigo patrão, quando este regressava a casa, cerca das 23h30.
Actualmente estavam desavindos e um historial de doença mental da parte do homicida, confirmado ontem pela família, pode explicar a acção violenta que teve na noite de sexta-feira. (…) Já na baixa da cidade, no Largo das Ameias, cerca das 0h40, acabaria por tirar a vida, com um tiro de pistola 7,65mm, calibre só permitido a forças de segurança e às forças armadas.

Quanto à referência ao Carlos “pintor, dado como presumível vitima suicida, as minhas desculpas pela referência e longa vida entre nós. Para os que partiram, um assassinado e outro autor de duas mortes, sem qualquer julgamento, que descansem em paz

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

AMARO SAÍDO DA CARTOLA

Álvaro Amaro candidato do PSD à Câmara de Coimbra e Poiares Maduro cabeça de lista à Assembleia Municipal



"Álvaro Amaro candidato do PSD à Câmara de Coimbra e Poiares Maduro cabeça de lista à Assembleia Municipal"



BOM DIA, PESSOAL...

O JORNALISMO QUE ESTAMOS A (RE)CONSTRUIR

(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)


"Estudo: Precariedade e medo de perder o emprego condicionam jornalismo"

"Um terço dos jornalistas trabalha sem qualquer vínculo laboral, uma tendência que está a aumentar, indica o maior inquérito realizado em Portugal." Continue a ler aqui






TEXTOS RELACIONADOS



UM COMENTÁRIO RECEBIDO SOBRE E UMA RESPOSTA





Miss Curvy deixou um novo comentário na sua mensagem "UMA LOJA IMPORTANTE NA BAIXA QUE SE VAI":


É uma pena, sim. Vamos ver se vai para lá algo... espero que sim.
Já agora, acho que queria dizer “aura” de modernidade e não “áurea”.



***************************************


RESPOSTA DO EDITOR


Começo por agradecer o comentário e a seguir a atenção dispensada à ortografia. É bom sentir que tenho leitores atentos. Humildemente, gostava de dizer que prescrevo muitos erros. Às vezes, mesmo depois de fazer a revisão mais do que uma vez, só me apercebo deles no dia seguinte. Creio que, quem escreve, sofre da mesma (d)eficiência.
Neste caso concreto, tive sorte, Áurea. Escrevi bem. Ou seja, se em vez de “áurea”tivesse empregado “aura” também estaria. Não entendas esta minha explicação como mostra de superioridade. Estou apenas a tentar safar-me e ficar bem na fotografia -mas tu também ficas por que de certo modo também está correcto. Pode empregar-se uma ou outra, tudo depende do conceito abrangente. Vou então socorrer-me de quem sabe mais do que nós:

Áurea é o substantivo ou adjetivo feminino de áureo que descreve uma coisa feita de ouro, dourada, que brilha ou resplandece.
Em sentido figurado, áurea representa uma coisa magnífica, valiosa, brilhante. Ex: Depois de muito esforço, o atleta teve uma vitória áurea sobre o seu adversário.
A palavra áurea é muitas vezes confundida com aura, no entanto, são palavras distintas com significados diferentes. A aura é um conceito místico, definido como uma força espiritual invisível para quase todas as pessoas e que rodeia o ser humano. Ex: Ele é um ser humano muito bondoso, tem uma aura áurea.
Áurea ou áureo pode se referir ao apogeu ponto mais alto de alguma coisa. Ex: Os anos 70 foram os tempos áureos da nossa organização.” (Retirado de aqui)