terça-feira, 22 de julho de 2014

CAIXA DE NINGUÉM





No princípio deste mês, na Rua das Padeiras, apareceu uma tampa de ferro partida na via pedonal, de calçada, e que oferecia alguma perigosidade, sobretudo durante a noite -normalmente relacionamos estes quadrados de ferro com o saneamento. Como ficava em frente ao estabelecimento de Luís Duarte, fazendo o que lhe cabia, este comerciante comunicou a anomalia à Câmara Municipal de Coimbra.
No dia 8 deste mês recebeu uma comunicação, via e-mail, da autarquia informando que a reclamação tinha sido encaminhada para o Departamento de Obras Municipais.
Dois dias depois passou um funcionário dos SMASC, Serviço Municipalizados de Águas e Saneamento, afirmando “que aquele assunto era da responsabilidade da EDP, ou da PT, porque passavam lá uns cabos.”
Passado outro tempo mais ou menos igual veio um graduado da PSP –“um graúdo”, nas palavras do Luís Duarte-, acompanhado de outro, e ali mesmo, perante a caixa de ferro ofendida na sua integridade, afirmou que “em princípio o caso estava resolvido e que, por isso mesmo, estava encaminhado”
Passados mais uns dias, veio outro funcionário dos SMASC e, em face daquela tentativa de destruição ferronha por parte de autor desconhecido, olhando de cima para baixo, nada disse e seguiu em frente.
Esta semana o Duarte recebeu outro e-mail das Águas de Coimbra que transcrevia o seguinte: “No seguimento da reclamação, informamos, após averiguação local, que a tampa da caixa em causa não faz parte das nossas infra-estruturas. Trata-se de uma caixa de cabos e por isso somos a sugerir que contacte a EDP ou a PT. Com os melhores cumprimentos, Rui Cardantas.”
Naturalmente, o Luís sente-se ofendido por este ziguezaguear de quem terá responsabilidade na manutenção da coisa pública e, em pingue-pongue, habilmente se desmarca. Diz ainda que não fará mais nada. Quando alguém ali se magoar e pedir ressarcimento à edilidade, então, talvez nessa altura vão a correr para a substituição da tampa de ferro.

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