quinta-feira, 31 de agosto de 2017

BOM DIA, PESSOAL...

BAIXA: MEDIDAS DESPENALIZADORAS E A FAVOR DA REVITALIZAÇÃO (15)

(Imagem de arquivo)




Tendo em conta a continuada situação de aproveitamento político, de empobrecimento e desalento que as actividades comerciais tradicionais da Baixa de Coimbra atravessam, diariamente e até às próximas eleições autárquicas de 01 de Outubro, vou sugerindo medidas que, se houvesse vontade política, poderiam servir para atenuar a queda e o encerramento de mais espaços mercantis.
Estou a escrever p'ro boneco? É o mais certo.


Elaborar um plano estratégico para a Baixa onde a habitação de longa duração seja premissa fundamental -incentivar o Governo para medidas fiscais menos onerosas.
a) Recuperação de todo o edificado camarário e destiná-lo a habitação jovem de longa duração a preços controlados -justos e não indecorosamente baixos.
b) Planear o licenciamento de alojamento local particular.



Desde há cerca de três décadas que o Centro Histórico, Baixa e Alta, perdem residentes. Os motivos serão vários. Entre outros, o barulho inconveniente durante a noite, vandalismo crescente, lixo espalhado pela via pública -estes inconvenientes facilmente seriam ultrapassados se houvesse polícia a pé diariamente a fazer patrulhamento. Depois há outros factores que contribuiram para a desertificação destas zonas velhas, entre eles, o estado de vetustez (velhice) e falta de conforto do edificado.
Com um regime de Arrendamento Urbano viciado, manipulador e altamente lesivo para os proprietários de locados com contratos antigos desde a Primeira República, aparentemente, não se esperam grandes alterações nos próximos anos. Só para exemplificar, quando um quarto custa na cidade, em média, cerca de 200 euros, na Baixa há inquilinos a pagar mensalmente por uma casa 20 euros. É óbvio que com este anacrónico e ilegítimo rendimento, os donos dos prédios nestas condições, nas últimas décadas, esquecidos e abandonados, foram empobrecendo silenciosamente e foram ficando sem recursos para mudar uma simples telha. A consequência desta política de miséria visando beneficiar uns (residentes antigos) e prejudicar outros (senhorios) leva a que haja inquilinos a viverem bem, com boas reformas, e alguns proprietários na pobreza.
Falando especificamente da autarquia de Coimbra, o seu pelouro da habitação, numa enviezada discriminação, nunca se interessou por uma legitima ordem jurídica de equilíbrio. Com políticas comunistas e técnicos positivistas, onde o que sempre contou foi a aplicação cega da lei, naturalmente que o resultado final foi haver inúmeras casas encerradas por falta de meios para serem recuperadas. Nunca a edilidade coimbrã se preocupou em desenvolver projectos que incentivassem os proprietários a requalificarem e a colocar as casas no mercado de arrendamento. A reforma morreu sempre na praia. No oposto, em “show-off”, para mostrar sensibilidade social -mas praticando uma escandalosa segregação colectiva- têm atribuído habitações com preços irrisórios e a partir de pouco mais de 5 euros-repito:5 euros. E que futuro para a Baixa? Nunca ninguém se questiona sobre o amanhã.
Para além disso, os governos nacionais, numa espécie de ódio cego ao arrendamento de longa duração, trataram de aniquilar um sector que, por várias razões sociais, deveria ser incentivado e desenvolvido. Numa espécie de escolha viciada por falta de políticas urbanas e colectivas, há décadas que as pessoas são obrigadas a comprar em vez de arrendar. A soma destas premissas, sabemos todos no que deu e vai continuar a dar: endividamento perene dos rendimentos das famílias e obstaculização da livre circulação, com danos directos na economia.
Escrevendo apenas da última década, tudo começou (mal) com José Sócrates ao promulgar em 2006 o Novo Regime de Arrendamento Urbano. Com um exagerado pendor liberalista, inflaccionou as rendas novas, manteve as antigas no irrisório e contribuiu fortemente para o desaparecimento de inúmeros estabelecimentos comerciais de tradição.
Veio Passos Coelho, em 2011, e fez aumentar a incidência fiscal dos rendimentos prediais de quinze para cerca de 30 por cento. Ou seja, hoje, um arrendamento habitacional ou comercial, seja antigo ou actual, tenha o valor de 20 ou 1000 euros, o Estado vai buscar cerca de um terço. Por outras palavras, o Estado está a ser o maior especulador, o maior interesseiro, o maior ladrão. Sigilosamente e em forma de confisco, está a hiper-inflaccionar as rendas no país com grave lesão para a economia e para o desenvolvimento das cidades.
Mas Passos Coelho, honra lhe seja prestada, neste campo de asneirada, conseguiu fazer promulgar uma lei em que as rendas antigas ficavam suspensas durante cinco anos, até 2017. Após esta data a Segurança Social, inventariando os casos mais dramáticos nos inquilinos, faria a reposição e compensação para que o arrendamento para o proprietário ficasse mais ajustado ao seu valor actual de mercado.
Veio este Governo de António Costa e, para meter o pau na roda, o que fez? Adiar a compensação por parte da Segurança Social aos proprietários para 2022. Interroga-se: o Estado, que não assume os seus compromissos e representado pelos seus governos, é pessoa de bem? Que credibilidade merece? Por outras palavras, a injustiça continua e as cidades como Coimbra continuam adiadas.
No mínimo, porque no tocante à lei geral pouco pode, o que deveria fazer a Câmara Municipal de Coimbra para atenuar a arbitrariedade nas rendas antigas? Em vez da actual redução de trinta por cento de IMI, Imposto Municipal sobre Imóveis, para o Centro Histórico, com justiça, deveria pedir junto do Governo total isenção para locados com contratos de menos de 100 euros.
Vale a pena pensar nisto?


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quarta-feira, 30 de agosto de 2017

BAIXA: MEDIDAS DESPENALIZADORAS E A FAVOR DA REVITALIZAÇÃO (14)





Tendo em conta a continuada situação de aproveitamento político, de empobrecimento e desalento que as actividades comerciais tradicionais da Baixa de Coimbra atravessam, diariamente e até às próximas eleições autárquicas de 01 de Outubro, vou sugerindo medidas que, se houvesse vontade política, poderiam servir para atenuar a queda e o encerramento de mais espaços mercantis.
Estou a escrever p'ro boneco? É o mais certo.


Obrigar a EDP a rever a segurança de todas as caixas de derivação instaladas na via pública, na Baixa.


Para melhor explicar o que se pretende, vou contar um acontecimento recente.
Cerca das 22h00 de ontem, mais precisamente no Largo da Freiria, na Baixa, um vizinho apercebeu-se que uma caixa de derivação da EDP, colocada a cerca de quarenta centímetros do chão, chispava e soltava um som parecido com o sibilar de uma cobra. Pelo que é exigível dentro dos princípios de cidadania, ligou para as “Avarias da EDP” a dar conta da ocorrência. Como é normal, vieram os técnicos de uma firma subcontratada e repararam o “curto-circuito”. Para nossa surpresa, hoje de manhã, reparámos que a caixa, que tem um pequeno orifício para cadeado ou selo, ficou apenas encostada e de fácil acesso para uma criança a abrir e ser electrocutada. Como encarar este procedimento? Desleixo unicamente atribuído ao especialista responsável pela reparação ou, em especulação, agirá assim por ordens superiores?
Sabemos bem que em caso de acidente a empresa eléctrica é responsável civil e criminalmente. Mas isso chega? E quem perde uma criança, como fica? A perda de alguém pode ser remível por dinheiro ou cadeia?
Onde cabem os princípios da prevenção e da responsabilidade social da EDP?

E não se pense que esta caixa deixada aberta é um caso isolado. Ao lado, na Travessa da Rua Velha, está outra estrutura em piores condições. Com os fios à mostra de todos, desconhecemos se está ou não ligado à corrente. Presumimos que não estará. Mas, a ser assim, o que faz ali aquele espectáculo de fios descarnados a conspurcar a paisagem? Não deveria ser retirado de vistas?
Não percorremos a Baixa toda em busca de mais anomalias, mas será de supor que estas agora relatadas não serão casos isolados e perdidos no universo de uma cidade.
Dá impressão que esta grande empresa de electricidade faz o que bem entende e, sobretudo o poder político, ninguém a chama à razão.
Atente-se, por exemplo, nos relógios que regulam a iluminação pública. Como se sabe a partir de 15 de Agosto os dias começam a encurtar a grande velocidade. Ou seja, hoje, 30 do mesmo mês, às 20h00 as ruas estreitas ficam envolvidas por um incomodativo negrume que incute um psicológico receio. Pois, seguindo o horário do pico do verão, a iluminação pública só acende por volta das 20h30. Todos os anos, nesta altura, acontece o mesmo procedimento. É um “pormenorzinho”, um ínfimo detalhe? Pode ser, mas marca toda a diferença. Dá impressão que anda tudo a rolar ao sabor da vontade do interesse de alguns.
Vale a pena pensar nisto?

TEXTOS RELACCIONADOS

TRANSCRIÇÃO DA ACTA NÚMERO 2/2017 DO CONSELHO DE REDACÇÃO DO BLOGUE QUESTÕES NACIONAIS



TRANSCRIÇÃO DA ACTA NÚMERO 2/2017 DO CONSELHO DE REDACÇÃO DO BLOGUE QUESTÕES NACIONAIS

Aos 30 de Agosto do ano da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo reuniu o Conselho de Redacção do blogue Questões Nacionais. Constituído pelo director Luís Fernandes, pelo director-adjunto António Quintans, pelo director-executivo António Fernandes, pelo chefe de redacção Fernandes Quintans, pelo fotojornalista “Olho de Lince”, pela jornalista contratada a termo certo Rosetesempre em cima”, pelo jornalista remendeiro Arnaldover p’ra além da opacidade”, pela telefonista para todo o serviço Etelvinamelhor que pudim flan”, pelo mediador nas questões transcendentais “espírito do Carvalho” foi deliberado por unanimidade o seguinte:

A cerca de um mês das próximas eleições autárquicas, conforme o nosso Estatuto Editorial e como já vem sendo hábito, esta grande equipa de super-jornalistas e outra gente boa c'mo milho, não tomamos partido por qualquer candidatura. Para nós, os candidatos são todos maus até prova em contrário. Sentem-se na cadeira do poder e provem que afinal são mesmo bons e estávamos enganados. Para este peditório, como quem diz contribuir com o nosso voto de quatro em quatro anos, demos sempre e, pela consequência, estamos cada vez mais ranhosos e empobrecidos. O nosso partido -e confessamos a nossa dependência e parcialidade- é a cidade de Coimbra e, assim com muito muito carinho especial, a Baixa.
Aqui, neste sítio alojado na Internet, há cerca de uma década, damos notícias -não vendemos- sobre o Centro Histórico. Talvez esta exagerada generosidade explique porque estamos quase nas lonas. Mas não é por esta decrepitude financeira que nos vendemos a qualquer preço -também é certo que, até agora, ainda não apareceram propostas de jeito. O que fazemos hoje já vem de longe -ainda o Sol se punha em cima do mar no horizonte e sorria, para nós e de nós, pelos disparates e desabafos que vomitamos.
Não se pense que por escrevermos sobre lojas com décadas que encerram temos por intenção beneficiar ou prejudicar um qualquer candidato. Nada disso! O que pretendemos, isso sim, é sensibilizar o poder político local para o genocídio que se nos depara diante dos olhos. Já que a imprensa local não liga ao que está a acontecer verdadeiramente e prefere pintar o quadro cénico de cores berrantes, por isso mesmo, mesmo correndo o risco de sermos apelidados de anjos da desgraça, fazemo-lo nós. Isto é, com letras de realismo-pessimista mostramos as coisas como elas são. Para nós não há copo meio-cheio ou meio-vazio. Há factos, e mais nada!
Mas também não se pense que dormimos em serviço e embarcamos nos resultados do contador do blogue. Sempre que noticiamos um encerramento de um estabelecimento o número de visitantes dispara para vários dígitos de milhar e acompanhados com lágrimas de crocodilo. Até parece que enterrámos uma pessoa. Ora, que fique lavrado em acta, tais manifestações “post-mortem” não nos tocam a existência, não nos lavam a alma, não nos enchem a barriga, nem nos motivam a escrever mais sobre os mortos. Não somos cangalheiros. Somos muitos seriozinhos, graças a Deus. O Altíssimo, se preciso for -pelo menos temos a impressão disso- pode testemunhar em como somos bons cristãos -não praticantes, mas isso não interessa nada. “Não praticantes” mas é na religião dos santos. Nada de confusões. Somos agnósticos mas isso ninguém tem nada a ver com isso. Homessa! O que nos “re liga” são as questões terrenas.
Está tudo esclarecido? É preciso fazer um desenho?
Sobre a nossa (in)dependência e (im)parcialidade vamos colocar o selo branco.
Segue-se a assinatura do único elemento que merece crédito aqui no blogue, que por acaso até sou eu.
António Luís Fernandes Quintans

BOM DIA, PESSOAL...

ENCERROU A LOJA OLIVA






Depois de trinta anos a vender e a proporcionar assistência técnica às máquinas Oliva -e negócio de outros componentes, bem como outros electrodomésticos e louça de Coimbra pintada à mão-, o José Gomes encerrou a loja Oliva, no Largo da Portagem.
Por ser amigo do proprietário do estabelecimento e dono do prédio, o Gomes, posso adiantar que foi o cansaço psicológico que o comércio nos nossos dias causa que o levou a deixar o seu amor de todos os dias e desde há muitos anos. Sendo um experiente e inteligente homem de negócios -o autocolante na montra a anunciar “Expert” diz isso- e previdente, naturalmente que preferiu dar lugar a outro. Embora não possa adiantar muito, sei que o espaço comercial no ramo agora encerrado e que se perde nos anéis do tempo, na dinâmica que se impõe, vai dar lugar a um espectacular estabelecimento de hotelaria.
Muita saúde para quem parte e boa sorte para quem vem. Ou seja, para todos, muita felicidade é o que desejamos.



É JÁ AMANHÃ ...

Foto de Somos Coimbra Autárquicas 2017.



Porque só um candidato apresentasse o programa eleitoral, até por isso, vai ser bom saber que novidades trazem os “homens do futuro” para a Baixa, para a cidade, para amanhã.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

BOM DIA, PESSOAL...

BAIXA: MEDIDAS DESPENALIZADORAS E A FAVOR DA REVITALIZAÇÃO (13)

(Imagem de arquivo)




Tendo em conta a continuada situação de aproveitamento político, de empobrecimento e desalento que as actividades comerciais tradicionais da Baixa de Coimbra atravessam, diariamente e até às próximas eleições autárquicas de 01 de Outubro, vou sugerindo medidas que, se houvesse vontade política, poderiam servir para atenuar a queda e o encerramento de mais espaços mercantis.
Estou a escrever p'ro boneco? É o mais certo!

    Recuperar o agente policial de proximidade


Para melhor ilustrar o que defendo vou contar o que se passou hoje. Cerca das 11h30, na Rua Eduardo Coelho, um idoso com cerca de setenta e poucos anos, com roupas miseráveis e sebentas e cujo fedor não se aconselha aos mais sensíveis, apoiado-se em duas canadianas e transportando numa das mãos uma folha manuscrita A3 batia com uma das muletas na porta das lojas comerciais a solicitar uma moeda. O papel, com mensagem escrita à mão dizia mais ou menos isto: Tenho uma reforma de 264 euros e não chega para eu viver. Ajude-me para eu poder comer e pagar um quarto numa pensão.
Por, na mesma altura, um colega comerciante me ter alertado em surdina que o homem se tinha metido com uma prostituta e esta lhe ter furtado todo o dinheiro, fui falar com ele. Ora, o que constatei foi um velho aparentemente desmiolado, com um discurso incoerente, que não dizia coisa com coisa. Um mendigo das palavras. Era mais um velho do esquecimento, um homem sozinho. Afirmava ser da zona de Condeixa, mas não se lembrava de que aldeia. Disse ter dormido numa pensão, na Baixa, mas não sabia onde ficava. Parecia desorientado. Como arrastava as alpercatas desmazeladas com alguma dificuldade deduzi que não iria longe e tratei de encontrar um agente da PSP na proximidade. Debalde. Nas ruas em redor, na Praça 8 de Maio e até na Rua Visconde da Luz não avistei nenhum cívico. Da Polícia Municipal a mesma coisa. Como estava a cerca de uma centena de metros da 2.ª Esquadra fui lá e relatei ao agente de serviço na triagem o que se passava e se podia mandar um agente que andasse na zona para identificar o mendicante. Seria o homem um fugitivo de algum lar de idosos? Saberia a família por onde andava? Tentei inquietar o agente. A verdade é que, tocado ou não pelos argumentos, ligou para uns subalternos que, presumivelmente, andariam na zona e ordenou que se dirigissem às ruas estreitas. A verdade também é que -pelo menos que eu visse- por estas vielas não se vislumbraram. Do viandante homem sem identidade pouco se sabe. A sua história, acabada ou recomeçada, por não ser urgente, esperará por novos capítulos.

Há cerca de dezena e meia de anos que a Baixa, na mesma linha e acompanhando o esvaziamento de moradores, foi assistindo ao desaparecimento do chamado polícia de giro. Certamente tendo por objecto unicamente a poupança de meios, e provavelmente seguindo as ordens superiores do Ministério da Administração Interna, começou por ser retirada a vigilância nocturna -o que em 2007/2008 deu numa enorme vaga de assaltos e, para tapar os olhos com a peneira, redundou na instalação das câmaras de videovigilância -que na actualidade, pela santa burocracia, estão desactivadas. Depois, quando os ventos e as levadas ciclónicas acalmaram, progressivamente, não só se foram os da noite como paulatinamente foram retirando os agentes da rua durante o dia. É certo que, de vez em quando, andavam por aqui dois agentes da Polícia Municipal, mas isso foi Sol de pouca dura. Hoje, na Baixa, numa zona densamente povoada por turistas nacionais e internacionais, contam-se pelos dedos de uma mão os profissionais de segurança visíveis.
Pode até pensar-se que o que está em causa será a segurança física e psicológica de transeuntes, mas não é só isso. Um ou dois agentes numa zona é um factor de tranquilidade que enriquece todo o meio populacional em redor. Para além disso, embora com uma conotação saudosista negativa mas utilitária, como “polícia de costumes” pode ajudar a cumprir premissas de várias posturas municipais entre elas, por exemplo, a limpeza. Se houvesse cívicos por aqui, mais que certo, não continuariam a ser depositados sacos com lixo a qualquer hora do dia. Outro exemplo, o estacionamento anárquico de automóveis em zonas proibidas não continuaria a ser uma constante. Outro ainda, a necessária identificação de pessoas de rostos e comportamentos mal amanhados -como se sabe, chama-se a isto prevenção.
Vale a pena pensar nisto?


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UM COMENTÁRIO RECEBIDO SOBRE...




Marco Pinto deixou um novo comentário na sua mensagem "BAIXA: MEDIDAS DESPENALIZADORAS E A FAVOR DA REVIT...":


Boa noite Luís. Gostava de lhe deixar uma palavra acerca dos seus últimos textos intitulados «BAIXA: MEDIDAS DESPENALIZADORAS E A FAVOR DA REVITALIZAÇÃO».
Não será bem um comentário, pois nestes doze textos/posts concordo totalmente com alguns deles, outros nem tanto e um ou dois discordo completamente.
O que queria mesmo dizer-lhe era, por um lado, dar-lhe os parabéns e depois agradecer o seu trabalho pois é notório o tempo despendido em pesquisa. Quando acabar com as suas “medidas”, parece-me que com todos os textos compilados teremos um ensaio acerca da Baixa da nossa cidade, dos seus problemas, do que foi feito, daquilo que se projecta, etc, etc.
Com esta “empreitada” em que se lançou, o Luís vai fazer calar e meter o rabinho entre as pernas a muita gente -refiro aqueles que o criticam dizendo que o “Questões Nacionais” só diz mal da autarquia e das instituições da cidade, que é um má-lingua, que a Rosete e o Arnaldo não fazem nada nem às inaugurações comparecem, que a Etelvina não atende os telefones, nem ao Dr. Machado sequer! 

Em resumo, acho mesmo que está a fazer serviço publico e quando isso acontece em Coimbra torna-se incómodo para alguns, sobretudo aqueles que têm uma memória selectiva e não gostam muito de “Luises” que têm memória de elefante, que não se esquecem das promessas feitas e, ainda por cima, escrevem (e bem!) tudo aquilo que pensam num bloguezito que já passou o milhão e duzentos mil visualizações.
Um abraço, Luis.

Marco Pinto, Coimbra

PS: Juro que o blogger desta página não me pagou nada, nem sequer um café para eu escrever estas palavras.

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

BAIXA: MEDIDAS DESPENALIZADORAS E A FAVOR DA REVITALIZAÇÃO (12)






Tendo em conta a continuada situação de aproveitamento político, de empobrecimento e desalento que as actividades comerciais tradicionais da Baixa de Coimbra atravessam, diariamente e até às próximas eleições autárquicas de 01 de Outubro, vou sugerindo medidas que, se houvesse vontade política, poderiam servir para atenuar a queda e o encerramento de mais espaços mercantis.
Estou a escrever p'ro boneco? É o mais certo!

    Desincentivar a instalação na cidade de mais grandes áreas comerciais, já que a oferta mercantil se encontra saturada.

Coimbra, cidade de média dimensão, será, porventura a nível nacional, das urbes que mais terá grandes superfícies comerciais “per capita”.
A história do seu centro histórico comercial, num marasmo e abandono notório, continua a afundar-se num lodo espesso e de conveniência de alguns.
É certo que a Baixa, seguindo uma dinâmica natural, está a mudar diariamente. O comércio já foi. O que se vislumbra sem óculos graduados ou lupa de aumento é que a zona caminha velozmente para a hotelaria. Mas a questão que sempre se coloca em tempo de balanço é: o comércio, enquanto força anímica e revitalizadora dos lugares habitados, faz ou não falta à cidade? Se não, continuemos todos a fazer de conta que não se passa nada e deixemos morrer tudo o que seja tradicional. Se pelo contrário achamos que é muito importante para um desenvolvimento harmonioso ideal, então, neste caso, criemos medidas que evitem a sua morte. Com coragem, com frontalidade, expurguemos os deuses e demónios mercantis.
Há muitos anos que esta zona de antanho está transformada num nó górdio. Há muitos anos que o seu comércio tradicional se tenta adaptar aos novos tempos. Apetece interrogar: “quo vadis” comércio tradicional? Sem que se vislumbrem soluções, continua-se a malhar no ferro frio. À espera de dias melhores, continua a a ancorar-se em pouco. Continua-se a apostar na festa para esquecer as mágoas. É o aplicar soro fisiológico ao doente comatoso. É um investir no futuro sem fundo garantido. Todos sabemos que as fardas de Mao são apenas um indício da sua decrepitude e a ponta do iceberg, mas é urgente cercear a entrada de mais grandes áreas comerciais na cidade... sobretudo, digo eu, se querem manter a Baixa viva.
Valerá a pena pensar nisto?


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A QUEDA DA IMPRENSA ESCRITA: UM ARTIGO PARA LER E RELER




A receita certa e sólida para um mercado pequeno como o português pode chegar demasiado tarde para salvar a informação de qualidade. E aí teremos um problema sério na democracia.”

UM TEXTO APANHADO NO FACEBOOK





Apanhei o texto abaixo transcrito na Página da Câmara Municipal de Coimbra (não oficial).
Preto no branco, fica demonstrado o que já há muito tenho vindo a denunciar.
Fiquemos então com a crónica:


Peço desculpa ir partilhar este texto apanhado noutra página e daqui envio a minha solidariedade e respeito pela autora do mesmo.”


Maria José Goulão
·17 de Julho de 2017


No posto de turismo da Portagem, em Coimbra, não há qualquer material em inglês para oferecer aos turistas. Nem um mapa da cidade!!! Disseram-me hoje com ar pesaroso que não tinham nada. Perante a minha insistência, foi-me dito que já tinham pedido mais mapas, que já tinham avisado que estavam no fim há semanas, mas que "lá de cima" não tinham mandado nada. Gostava de saber como é possível que no Posto de Turismo da Portagem não haja, em pleno mês de Julho, um mapa da cidade (um único!!!) disponível em Inglês. Os turistas entram e saem de mãos a abanar. UMA VERGONHA inadmissível!!! O mapa existente, em espanhol ou francês, parece saído dos anos 70. Não oferecem uma agenda cultural, um programa do Festival das Artes, nada. INDIGÊNCIA TOTAL. É isto a "cidade do conhecimento", PATRIMÓNIO MUNDIAL? Como é possível tamanha incompetência, desleixo, deixar-andar???”

UM AGRADECIMENTO MUNDIAL PELAS CONGRATULAÇÕES

Resultado de imagem para parabéns




Como é do conhecimento público, local, nacional e mundial, neste último Sábado caiu-me em cima o número 61 de primaveras contadas. Não é por nada, não sei porquê, mas não gosto do 61. Gostei mais do 60. Bem sei que cheira a saudosismo, mas é assim. Mas também gosto do futuro, por exemplo, adoro o 69. É uma combinação futurista de dois números encavalitados. Cheira a generosidade, solidariedade, partilha, identifica-se muito comigo, que tenho alma de artista. Pronto, mas já que não é possível manter-me nos “se senta”, caminhemos então alegremente para o 69, como quem diz, para os “se tenta”.
Mas, vamos lá ver, não iniciei esta sopa de letras para fazer explanações filosóficas. Ao começar a crónica era (é) minha intenção somente agradecer as milhares (ou milhões?) de mensagens de congratulações. À laia de pedido de desculpas, ainda tentei colocar a minha secretária particular, a Etelvina, “melhor que pudim flan”, a responder individualmente a cada um, mas, às tantas, numa sinfonia monocórdica, comecei a ouvir o “plin”, “plin”, “plin” -eram as mensagens a cair no Facebook- e, não fosse acontecer um novo bloqueio nas comunicações terrestres e ser responsabilizado o SIRESP, virei-me para a Etelvina e disse: alto e pára o baile! Temos de interromper a obrigação de regresso, caso contrário teremos outra calamidade nacional e, sei lá, lá vai a Altice, a dona da MEO, mandar-me mais uma mensagem para eu fidelizar a Internet ao meu telemóvel se não responder dentro do prazo convencionado por eles. Vamos fazer o seguinte, Etelvina, depois escrevo uma notificação mundial de agradecimento a todos os que me desejaram melhor sorte para o futuro do que a que tive até agora.
E cá estou, então, a plasmar o meu reconhecimento. Sem particularizar, vou começar pela gente comum, pelos meus amigos mais simples. Muito obrigado a todos. Muito agradecido pelas centenas -centenas? milhares!- de prendas que enviaram. Infelizmente, devido ao elevado número, ainda não abri nenhuma. Aliás, ainda não as levantei da estação. Tenho de alugar um camião com reboque. São tantas, tantas que até estou a pensar em contactar os serviços voluntários do Banco Alimentar para me ajudar nesta grande empreitada. Para aqueles que ainda não enviaram e estão hesitantes entre um par de canadianas, uma bengala, ou uma arrastadeira, não façam nada disso! Se posso pedir, agradecia um “voucher”. Naturalmente, sempre preocupado com as finanças dos meus amigos, não quero abusar. Para os mais endinheirados, pode ser uma semana na Tailândia, uma semanita no Brasil -sem acompanhante feminina, que já tenho. Para os mais empobrecidos pode ser uns dias no norte de Portugal com uma viagem no Douro incluída. Para os que estiverem completamente nas “lonas” podem optar por uma viagem paga no “Basófias”, o barco que faz viagens no Rio Mondego.
E agora vou para os mais importantes, aqueles de peso cujo nome sonante faz tremer o Tonecas, um dos muitos gatos “ocupas” que habitam um prédio devoluto no meu largo.
Seguindo a hierarquia institucional, elevo a minha gratidão ao Chefe de Estado, meu amigo e seguidor do blogue, Marcelo Rebelo de Sousa. Estou eternamente agradecido por não ter vindo pessoalmente, no Sábado, dar-me os parabéns. Ainda bem que não o fez. Se o tivesse feito teria vindo desestabilizar-me completamente. Imagino o caos total com a imprensa a entrevistar-me e a tratar-me como se eu fosse um sobrevivente de Pedrógão Grande. Obrigado, amigo Marcelo.
Continuando na mesma linha, estou muito sensibilizado pela prenda do “Toino” Costa, aliás, António Costa, primeiro-ministro de Portugal. Nesta sexta-feira última o Costa promulgou o decreto-lei a dar-me a possibilidade de me reformar. Pela boca do ministro da Solidariedade Social, foi dito que esta medida visava contemplar cerca de quinze mil portugueses, com 60 anos e 46 de descontos para a TSU, Taxa Social única. Mas eu sei que o “Toino”, quando mandou promulgar a lei, só estava a pensar em mim e na nossa amizade. Obrigado, camarada! (Cá para nós que ninguém nos ouve, claro que tu queres é que eu calce as chinelas e não escreva mais nada contra o teu correlegionário Machado! É isto, não é, “Toino”? Confessa!)
A seguir, vai um beijinho para a Catarina Martins, do Bloco de Esquerda. Deu para ver que, pelo “assédio” junto do primeiro-ministro para que este não esquecesse os “desgraçados”, como eu, que começaram a trabalhar em criança, ela só pensava em mim. Obrigado, Catarina!
Um agradecimento ao camarada Jerónimo de Sousa pela intenção de me enviar dois convites para a Festa do Avante, na Quinta da Atalaia. Ainda não recebi, mas tenho a certeza que o camarada não me esqueceu e vai enviar. Até daqui a uns dias. E obrigado!
Naturalmente que não podia esquecer o meu ex-amigo Passos Coelho. Estou muito sensibilizado pelas suas declarações recentíssimas de estar contra o Governo em este alargar os escalões do IRS. Tenho de confessar que já tinha saudades da miséria passada em 2012, 2013 e tempos seguidos. É verdade, sim! Este tempo de fartura que o Governo nos dá e quer dar mais é de tal modo desadequado que não páro de engordar todos os dias. Só para ver a coisa, desde que o meu amigo “Toino” Costa entrou com a “Geringonça” já comprei cinco cintos, uns atrás dos outros, no Luís “Cueca” - é um meu colega comerciante, bom vizinho e amigo, e que, tal como eu, escreve uns disparates.
Como é óbvio, não poderia esquecer a Assunção -a Cristas, do CDS-, a minha devotada, que ainda não sei o que me vai enviar mas, acredito, vindo de quem vem, deve ser um par de meias.
E agora, vamos então falar para gente importante. Isto é que é assunto. Dirijo-me ao “my friendDonald Trump que, por estar ocupado em resolver questões raciais, mandou a Melania. Obrigado, presidente. Isso é que é mesmo generosidade!
Uma palavra de apreço para o presidente francês Emmanuel Macron, que enviou a Brigitte. Obrigado Emmanuel, mas, se não ficares ofendido, vou fazer a devolução da Brigitte. Fico só com a Melania.
Por último, e me desculpem os outros grandes chefes mundiais e meus estimados que não vou citar, uma grande curvatura de coluna para o camarada da Coreia do Norte, Quim Jong-un. Sei que ele está a pensar em enviar um míssil intercontinental. Obrigado, meu grande amigo, mas dispenso. Nunca fui muito ligado a brinquedos militares. Manda antes uma viagem de ida e volta com tudo pago.
A todos, os meus agradecimentos.

sábado, 26 de agosto de 2017

BAIXA: MEDIDAS DESPENALIZADORAS E A FAVOR DA REVITALIZAÇÃO (11)





Tendo em conta a continuada situação de aproveitamento político, de empobrecimento e desalento que as actividades comerciais tradicionais da Baixa de Coimbra atravessam, diariamente e até às próximas eleições autárquicas de 01 de Outubro, vou sugerindo medidas que, se houvesse vontade política, poderiam servir para atenuar a queda e o encerramento de mais espaços mercantis.
Estou a escrever p'ro boneco? É o mais certo!


Com alguma urgência, é preciso reduzir a população de pombos no Cento Histórico



Quem mora na Baixa, quase de certeza que, como antigo relógio despertador, diariamente por volta das 07h00 acorda com o barulho ensurdecedor de dezenas ou centenas de pombos, em bando, a baterem as asas. Por outro lado, quem andar mais atento verificará que, ao longo da calçada das ruas, está sempre a tropeçar ou em aves mortas ou em estado moribundo. Quem nunca apanhou uma chuvada de dejectos caídos destes animais quando poisados nos beirais que levante o braço.
Como se sabe, estes pássaros reproduzem-se com muita facilidade e, pelo menos de tempos-a-tempos, é preciso evitar a nidificação frequente. As consequências para o colectivo são enormes. Para além de serem transmissores de doenças, conspurcam telhados, beirais, caleiras e ravessas e oneram extraordinariamente os proprietários de edifícios.
Por outro lado, sabe que a proibição de alimentar estas aves está postada em regulamento camarário mas não é acatada por muitos populares que, sem terem noção do mal que podem causar a terceiros, continuam a prevaricar.
Vale a pena pensar nisto?


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sexta-feira, 25 de agosto de 2017

“LIQUIDAÇÃO POR MOTIVOS DE OBRAS”



LIQUIDAÇÃO POR MOTIVOS DE OBRAS”

Pelo que se anuncia em algumas montras da Baixa, considerando que não seja uma moda que veio para ficar e sirva para enterrar ainda mais a zona, é de supor que, durante os próximos meses, nas ruas largas -e também nas estreitas- mal se possa passar com tanto pó e trânsito de materiais de construção.

VOLTAR ATRÁS E VERIFICAR QUE TUDO CONTINUA IGUAL

(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)



É feio auto-citar-me, mas escrevi este poema em 12 de Setembro de 2009.
Passados oito anos, mudando alguns personagens, o versejado continua actual.


Se uma imagem pode falar,
talvez esta não encante,
diz-nos que a velha Baixa
não é mesmo grande amante;


É uma cansada prostituta
rodada, pronta a ser usada,
quer por quem cá mora
ou político de “banhada”;


É usar para despejar
mil desejos recalcados,
até serve para enganar
os “tansos” atrofiados;


Tratam-na como puta,
mas não pagam o serviço,
inconscientes sem conduta,
esquecem o compromisso;


Mas a Baixa é mulher,
e no peito tem coração,
ai daquele que souber
que faz dela aberração;


Gritam todos ao senhor,
a vir-se sem condição,
nessa altura é amor,
amor do meu coração;


Mas se um prédio a capitular,
anuncia e se estatela no chão,
há magotes de gente a reclamar,
aparece logo a televisão;


E a Baixa coitadinha,
pouco formosa e insegura,
debutante tão velhinha,
virgem sem formosura;


Em campanha eleitoral,
todos falam em casar,
é em artigos de jornal,
todos a querem amar;


Mas a Baixa, que é tão baixa,
não pode ser coberta por tantos,
mesmo com o Metro em faixa,
já nem é salva pelos santos;


Se prometerem a santa Catarina,
ninguém acredita na salvação,
venha um Seco ou um Queiroz,
muito menos outra Encarnação;


A Baixa foi ouro que brilhou
em tempos de garimpeiros,
hoje nem Prata ressuscitou
a esperança soterrada em cinzeiros;


A mensagem política que é passada
é que é a memória a desaparecer,
mas pouco lhes importa, ou mesmo nada,
verdadeiramente, só interessa o poder;


A Baixa está condenada
a ser comida sem dó,
por baixo é penetrada,
por cima fazem cocó.