sábado, 30 de maio de 2015

ENSAIO PARA PERCEBER A QUEDA DA ECONOMIA NACIONAL (3)



O homem, em sentido lato, nasce com necessidades. Mal dá o primeiro sopro, normalmente, este é acompanhado de um berro, que simboliza o grito de vida e a vontade de viver mas também o reivindicar carinho da mãe para se sentir seguro. Se por um lado o choro é essencial para colocar em funcionamento os pulmões –já que este órgão é o único que só começa a funcionar após o nascimento- por outro serve para o arranque do sistema respiratório.
Desde cedo, e à medida que vai crescendo, as precisões vão-se manifestando. Segundo Abraham Maslow, um psicólogo que estudou as carências humanas, “o homem é motivado segundo suas necessidades que se manifestam em graus de importância onde as fisiológicas são as necessidades iniciais e as de realização pessoal são as necessidades finais. Cada necessidade humana influencia na motivação e na realização do indivíduo que o faz prosseguir para outras necessidades que marcam uma pirâmide hierárquica”. As básicas serão então as Fisiológicas, como, por exemplo, comida, sexo, excreção e respiração. Seguidas de Segurança, constituída pela necessidade de estabilidade, protecção, contra a violência e saúde, recursos financeiros. Depois vem as Sociais, que, segundo Maslow, só surgirão após as necessidades de segurança serem supridas. Como o nome indica, são necessidades sociais: amizades, socialização, incluindo as redes sociais, aceitação em novos grupos, intimidade sexual e outros. Seguindo a pirâmide de baixo para cima. Vem agora as necessidades de Estatuto e Estima. São formadas pelo lugar na sociedade, estima, autoconfiança, reconhecimento e respeito pelos outros. E vem então, no vértice da pirâmide hierárquica, a Auto-realização, que não é mais do que o prestígio, a moralidade, a criatividade o sucesso, a espontaneidade e o auto-desenvolvimento.
É com base nas necessidades Sociais, de Estatuto e Estima e Auto-realização, que o homem –sendo o motor do desenvolvimento- perde a liberdade e se torna escravo de si mesmo, da sua ambição. Numa nova escalada, entre o nascimento e a morte, o humano, pela experiência empírica e desenvolvimento escolar, adquire conhecimento formativo, que lhe vai permitir prepará-lo para vida, escolher uma profissão e aceder ao social. Não sendo herdeiro abastado e não vivendo de rendas, entra no mundo do trabalho e é com este rendimento que vai ser mais um entre iguais, intermédio, ou diferente entre todos. Se pertencer ao mundo da maioria o valor da sua prestação laboral é nivelado por baixo, pela oferta e procura dos seus serviços –para exemplificar, uma empregada de limpeza, a trabalhar por conta de uma empresa, ganha 2,80 € por hora. Se estiver nos intermédios pode sonhar. Se fizer parte dos especiais, será remunerado em, pelo menos, dois grupos: os talentosos de reconhecido mérito e os de ascensão política meteórica por via familiar, de cunha e partidária. No primeiro grupo, dos talentosos, por exemplo, para o futebol, estarão pessoas como Cristiano Ronaldo, a auferir vários milhões por mês, e Cristina Ferreira e Manuel Goucha, para a comunicação, com um salário de mais de 40 mil euros, na TVI. Neste grupo de talentosos, pela raridade e porque são geradores de riqueza para quem os contrata, a procura excede em muito a oferta. Se, em princípio e por uma questão de moralidade e ética humanas, deveria haver um limite para a assimetria entre o mínimo e o máximo é também certo que será difícil conter esta diferença. Embora, parece-me que este cada vez maior descalabro não augura nada de bom para o futuro da humanidade.
Por um lado, está de ver que uma empregada de limpeza, que é remunerada com 2,80€ por hora, dificilmente poderá almejar passar do segundo nível, de Segurança, para os seguintes. Por outro, naturalmente, os intermédios, que auferem salário médio, podem alcançar o pico do sucesso. O que quer dizer que o salário pode constituir a alavancagem para a realização humana. Por aqui já se vê que, com a desvalorização do trabalho para o operariado menos classificado, exercida na última década, não só está a manietar a sociedade, mantendo-a presa, como a evitar o avanço e o progresso do país. Segundo a OIT, Organização Internacional do Trabalho, os trabalhadores precários recebem menos 40 por cento. Cerca de 35 por cento dos jovens, entre os 15 e 24 anos, não encontram trabalho.
Há um outro ponto que gostava de abordar: a carência humana é sempre a mesma, independentemente das épocas, ou varia consoante o nível de desenvolvimento societário? Ou seja, a pirâmide de Maslow, no subir das necessidades, aplica-se sempre e do mesmo modo ao longo da história moderna? Penso que não. Só se manterá inalterável o primeiro patamar, o das necessidades físicas. Todos os outros entram no campo da psicologia e estarão tão propensos à sua realização quanto à alteração dos hábitos e costumes sociais. Curiosamente a entrega ao esforço laboral também varia de época para época. Isto é, nem sempre será a necessidade que obriga a trabalhar mais para alcançar um determinado estádio. Tudo depende dos factores. Veja-se, por exemplo, o que acontecia no Estado Novo -1933-1974- em que se trabalhava muito mais, de sol-a-sol, sem direito a férias, somente para preenchimento de necessidade de sobrevivência, pessoal e familiar. Hoje, basta olhar à volta, verificamos a mesma necessidade de sobrevivência mas, no entanto, não vemos a mesma disponibilidade para o esforço do trabalho. E por quê? Poderemos interrogar. Porque, por um lado, o Estado Social, através de subsídios públicos e apoios de entidades particulares de solidariedade, veio garantir que, mesmo sem esforço, qualquer um, pelo facto de ser cidadão, tem direito à sua existência. Claro que, no reverso, é este mesmo Estado que, para compensar quem nada faz, castiga quem trabalha ou tem algo de seu com impostos e taxas abusivas, de confisco, e que, como é lógico, levam à desmotivação da criação de riqueza.


TEXTOS RELACIONADOS




O CLAUDICAR DA ARTE E A SUA OSTRACIZAÇÃO GERAL



Abriu em Dezembro, último, na Rua da Fornalhinha, o Atelier José Art. Passados seis meses encerrou. Pelo hábito já nem deveria ser notícia. Mas o que de certo modo me chamou a atenção foi a pequena mensagem, em jeito de grito, do seu proprietário: “(…) ENCERRA SUAS PORTAS –sem apoios não se pode continuar- DIA 31/05/2015.”

sexta-feira, 29 de maio de 2015

BOM DIA, PESSOAL....

UM COMENTÁRIO RECEBIDO E UMA RESPOSTA DADA....




Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem "UM COMENTÁRIO RECEBIDO SOBRE...":


Um novo comentário? Mas eu disse-lhe que foi a primeira vez que comentei. Não entendi e teria preferido que me respondesse diretamente, concordando, ou discordando. Também não entendi que me tivesse chamado anónimo, quando eu coloquei o nome. Obviamente, não julguei que tivesse também de colocar morada e número de cartão de cidadão. Continuarei a lê-lo, mas sempre lhe digo que é estranha a forma como se relaciona com os seus leitores e por isso, não voltarei a comentá-lo.

Rui Felício


*****************************************


RESPOSTA DO EDITOR

Vamos lá por partes, senhor Rui Felício. Vamos lá ver se eu não perco um cliente diário na leitura. Aceite primeiro a minha argumentação e depois decida sobre o que fazer, mas, por amor de Deus, não me abandone. Então vamos lá às minhas explicações:
Primeiro, eu postei o seu comentário conforme o recebi -salvo umas aspas que inseri. O facto de aparecer como anónimo no cabeçalho deve-se a si, porque não indicou o seu endereço electrónico. Você colocou o nome no fim do comentário e, como vê, lá está. Não me acuse de exercer censura e alterar conteúdos. Aqui na casa, mesmo contrariando a "Acta número 1" e o "Estatuto Editorial do blogue", respeitam-se todos os credos, ideologias e tendências. Somos muito melhores do que parecemos.
Quanto ao “ser estranha a minha forma de me relacionar com os leitores”, meu caro, indique-me outra forma para eu substituir esta. Tomara eu poder relacionar-me melhor, sobretudo, com a clientela feminina mas, ao que parece, como sou velho e feio, não me liga. O que hei-de fazer, amigo Felício? Matar-me? Ora, ora! Os funerais estão caros e os meus restos mortais só vão envenenar a terra. Mas tome atenção, qualquer comentário recebido –desde que só me chame filho da mãe- insiro-o sempre e mais: ainda o dou à estampa na primeira página. O que devo fazer mais? Oferecer um lanchito? Dar um fim-de-semana num local paradisíaco próximo de nós e acompanhado com uma boa garota? Ora, ora! Nem para mim tenho! Aviso já que não posso. Juro que não tenho mesmo possibilidades. O pessoal cá da redacção está todo com ordenados em atraso. Para meu desgosto profundo, que nunca recuperei, tive de dispensar a Etelvina, a telefonista para todo o serviço. Mas o pior, o pior, amigo Felício, foi a separação da Rosete, “Sempre em cima”. Por este despedimento, para além de uma depressão crónica, ganhei um resfriamento que nunca mais fui o mesmo. É duro a vida dos tesos, amigo Felício. Mesmo assim, a catar os bolsos já rotos de tanta arranhadela, ainda lhe pago um cafézinho. Mas não deixe de ler os meus disparates. Abraço.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

UM COMENTÁRIO RECEBIDO SOBRE...




Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem "UMA PÉROLA DE TEXTO":


35 aninhos de vida?... Nota-se bem. Precisava de ter pelo menos 61, como eu, para ter algum conhecimento vivido do que era antes, do que era a miséria e a falta de condições básicas de vida. Deixe-se dizer-lhe, já agora, que não acredito em metade do que ele diz sobre o meio em que cresceu. Desculpe o desabafo, mas as minhas raízes estão numa pobríssima aldeia da Gândara e fico sempre um bocado zangado com esse tipo de jeremiada arrogante de alguma juventude atual, com esse toque moralista. “E agora o que temos nós”, pergunta ele? Sem comentários.
Nunca aqui comentei, mas leio-o sempre com muito gosto e admiro a sua luta por uma cidade melhor, sobretudo a Baixa, agora tão abandonada. Mas deixe-me dizer-lhe uma coisa: eu cresci na rua da Moeda e não tenho grandes saudades desse passado, da miséria que havia naqueles pardieiros, dos miseráveis asilos de velhos, dos Meninos do Gaiato pela rua, de tanta coisa que eu recordo amargurado. Que deitem abaixo o que é de deitar abaixo e que conservem o que se pode conservar; que dêem nova vida à Baixa, com habitação, gente nova, animação e bom comércio, é o que eu desejo.
Obrigado pela atenção.

Rui Felício

ESSE CARA SOU EU!



“Precisamos de um homem honesto como Salazar. Portugal precisa de um homem com inteligência e a honestidade do ponto de vista do Salazar para resolver a crise que atravessa” –Otelo Saraiva de Carvalho, em entrevista ao Jornal de Negócios.

Eu já desconfiava que andava a escrever para o boneco, mas agora, depois das declarações do camarada Otelo, está visto que ninguém me liga! Já dizia a minha mãezinha -que Deus tenha em boa guarda- que, com esta gente, nem que Jesus Cristo voltasse à Terra jamais seria reconhecido. Foi uma vez e foi de vez! Porque dava jeito para reunir os fiéis, criar doutrina e fundar a igreja.
Parece impossível o ex-camarada e agora convertido ao liberalismo não se aperceber facilmente que eu –passando a minha naturalíssima e sempre presente incomensurável modéstia- pelas minhas excepcionais qualidades, sou o homem indicado para o lugar (in)certo que ele procura. Como diria o outro Judas, “Ecce Homo”, eis o homem! Não é para me gabar mas, tal como o “botas”, sou filho do povo –salvo seja, quero dizer que sou filho de um homem do povo. Nada de confusões. Prosseguindo, nasci numa aldeia de combas santas. Juro que é verdade! Nasci na linda aldeia de Várzeas que é um vale que se alonga entre as montanhas que o rodeiam. Sou originário de gente humilde –tal como Salazar. Sou senhor de uma inteligência assim assim –também nunca se provou que a do senhor António fosse assim assado. Para aguentar esta gente durante quatro décadas –de 1928 a 1968-, não deveria ter um discernimento por aí além. Nunca fui comunista –embora tenha um enorme respeito por quem é –talqualzinho como o fundador do Estado Novo. Sou mais para o comodista. E digo mais: nunca comi meninos ao pequeno-almoço. Bom, meninas, já lá vai o tempo! Agora, como pescador cansado, limito-me a lançar as redes e a apanhar o que vem. Costumo dizer que sou liberal assumido, já que assim posso ter um pé na Direita, o olho no Centro e outra perna na Esquerda. Até me custa escrever isto, muito, muito mesmo, mas sou de uma honestidade a toda a prova. Embora começasse por furtar uma frutita lá na aldeia –quando era miúdo para consolar o estômago- e ao longo da vida fosse fazendo umas patifarias sem grande monta, é preciso dizer: nunca assaltei qualquer banco nem lesei o Estado nuns quaisquer milhões, como uma minoria fez por aí. Para além disso, até hoje, o meu registo de velhacarias está imaculado –poderia não estar já que ser “velhaco” é de família e, como o vento, já vem de longe.
Para além de tudo isto, e que até já chegava, tal como o desaparecido Presidente do Conselho e que Deus tenha na paz dos anjos e esteja lá muito tempo sem o Saraiva Carvalho, sobretudo quando sou tomado de grande inspiração, também escrevo umas frases em forma de poesia que até ficam para a posteridade.
Indo ao encontro do desejado pelo camarada Otelo, não tenho uma perspectiva de fascismo à italiana, nada disso! Como disse, sou liberal, portanto, quero acreditar que o povo, essa amálgama abstrata de gente, que vai para onde o empurram, que não aprende porque é burro velho, tem de ser bem tratado. Nada de carícias e promessas de amor, só à cacetada, aos pontapés no cú e à canelada, porque é assim mesmo que gosta de ser paparicado. Se não fosse assim, como entender que continue a votar sempre nos mesmos que lhe proporcionam tristeza e solidão e dão chicotada? O povo gosta de um Governo duro, de barba rija e tomates no sítio. E o resto é conversa!
Prosseguindo no retrato idealizado pelo estratega do 25 que está enterrado e que a terra lhe seja leve, diz o homem que é preciso “que fosse um bom gestor de finanças, que tivesse a perspectiva de, no campo social, beneficiar o povo, mesmo e sobretudo em detrimento das grandes fortunas". Bolas! Melhor do que eu não há. Palavra de honra! Primeiro, nunca consigo gastar mais do que tenho –também é certo que ninguém me fia, mas isso não interessa para aqui. Segundo, gosto de ajudar os mais carenciados. Além de mais, tenho para mim que se mandasse sobrecarregava as grandes fortunas com mais impostos –não exageradamente porque, se não tivermos cuidado, elas fogem do país como enguias da nossa mão.
Só não estou de acordo com o camarada Saraiva quando ele chama forreta ao meu homónimo –porque também me chamo António-, quando ele diz: "Houve um rápido crescimento do nível económico das populações a seguir ao 25 de Abril à custa das reservas de ouro que o forreta do Salazar tinha amealhado no Banco de Portugal, mas depois, esgotada essa possibilidade, a coisa começou a entrar em dificuldades”. Mas pronto! 


 

 


 

A CLOIDE DAS BOTAS





Chama-se Cláudia Santos e é um espectáculo dentro do espectáculo. Falei dela e um pouco da sua história em Março de 2013. AQUI e também AQUI.

Fica aqui o seu contacto:

Contactos
M: Rua do Ribeiro da Moita, n.º 2 – 3200-010 Lousã
T: +351 915827429
E: claudiaspot@hotmail.com

A FRASE QUE ME DEIXA COMO UM MASTIM AO CHEIRAR A CARNE






"Durão Barroso: "Estou fora da Comissão Europeia, o meu nível de sinceridade aumenta todos os dias" 

Continue a ler aqui



Um dia, quando eu deixar de ser um amargurado contribuinte, sem futuro à vista e for político partidário, vou querer ser tão mentiroso como Mister Barroso, ex-primeiro-ministro de uma república abananada, ex-presidente de uma Comissão de festas P’ró Vida, de gozar e comer à fartazana, e, agora e sempre, um bicho-careta, sem-vergonha, e tão nosso conhecido que, por acaso, me deve um voto que lhe emprestei em 2001. É que o homem tem talento. É um artista em potência e deveria ir representar para o Teatro Nacional D. Maria II. É preciso não escamotear o encómio. Não é qualquer um que aldraba assim!

Arre jumento!, que só a tua imagem me traz moscas!

BOM DIA, PESSOAL...

PARA PENSAR...

quarta-feira, 27 de maio de 2015

UMA PÉROLA DE TEXTO








 (RECEBIDO POR E-MAIL, SEM INDICAÇÃO DO AUTOR)


 PORTUGAL: QUE FUTURO?

> Trinta e cinco anos de vida.
> Filho de gente humilde. Filho da aldeia. Filho do trabalho. Desde
   criança fui pastor, matei cordeiros, porcos e vacas, montei móveis,
   entreguei roupas, fui vendedor ambulante, servi à mesa e ao balcão.
> Limpei chãos, comi com as mãos, bebi do chão e nunca tive vergonha.
> Na aldeia é assim, somos o que somos porque somos assim. Cresci numa
   aldeia que pouco mais tinha que gente, trabalho e gente trabalhadora.
> Cresci rodeado de aldeias sem saneamento básico, sem água, sem luz,
   sem estradas e com uma oferta de trabalho árduo e feroz.
> Cresci numa aldeia com valores, com gente que se olha nos olhos, com
  gente solidária, com amigos de todos os níveis, com família ali ao
    lado.
> Cresci com amigos que estudaram e com outros que trabalharam. Os que
   estudaram, muitos à custa de apoios do Governo, agora estão
   desempregados e a queixarem-se de tudo. Os que sempre trabalharam lá
   continuam a sua caminhada, a produzir para o País e a pouco se fazerem
   ouvir, apesar de terem contribuído para o apoio dos que estudaram e a
   nada receberem por produzir.
> Cresci a ouvir dizer que éramos um País em Vias de Desenvolvimento
   e... de repente éramos já um País Desenvolvido, que depois de
   entrarmos para a União Europeia o dinheiro tinha chegado a "rodos" e
   que passamos de pobretanas a ricos "fartazanas".
> Cresci assim, sem nada e com tudo.

> E agora, o que temos nós?

   1. Um país com duas imagens.
> A de Lisboa: cidade grandiosa, moderna, com tudo e mais alguma
   coisa, o lugar
> onde tudo se decide e onde tudo se divide, cidade com passado,
   presente e futuro.
> E a do interior do país, território desertificado, envelhecido, abandonado,
   improdutivo, esquecido, pisado.

   2. Um país de vícios.
> Esqueceram-se os valores, sobrepuseram-se os doutores. Não interessa a tua
   história, interessa o lugar que ocupas.
> Não interessa o que defendes, interessa o que prometes.
> Não interessa como chegaste lá, mas sim o que representas lá.
> Não interessa o quanto produziste, interessa o que conseguiste.
> Não interessa o meio para atingir o fim, interessa o que me podes dar a mim.
> Não interessa o meu empenho, interessa o que obtenho.
> Não interessa que critiquem os políticos, interessa é estar lá.
> Não interessa saber que as associações de estudantes das universidades são o
   primeiro passo para a corrupção activa e passiva que prolifera em todos os
> sectores políticos, interessa é que o meu filho esteja lá.
> Não interessa saber que as autarquias tenham gente a mais, interessa é que eu
   pertença aos quadros.
> Não interessa ter políticos que passem primeiro pelo mundo do
   trabalho, interessa é que o povo vá para o c...*


 3. Um país sem justiça.
> Pedófilos que são condenados e dão aulas passados uns dias.
> Pedófilos que por serem políticos são pegados em ombros e juízes
   que são enviados para as catacumbas do inferno.
> Assassinos que matam por trás e que são libertados passados sete
   anos por bom comportamento!
> Criminosos financeiros que escapam por motivos que nem ao diabo lembram.
> Políticos que passam a vida a enriquecer e que jamais têm problemas ou alguém questiona tais    fortunas.
> Políticos que desgovernam um país e "emigram" para Paris.
> Bancos que assaltam um país e que o povo ainda ajuda a salvar.
> Um povo que vê tudo isto e entra no sistema, pedindo favores a toda a hora e alimentando a máquina que tanto critica e chora.

  4. Um país sem educação.
> Quem semeia ventos colhe tempestades.
> Numa época em que a sociedade global apresenta níveis de exigência altamente sofisticados, em Portugal a educação passou a ser um circo.
> Não se podem reprovar meninos mimados.
> Não se pode chumbar os malcriados. Os alunos podem bater e os professores nem a voz podem levantar. Entrar na universidade passou a ser obrigatório por causa das estatísticas. Os professores saem com os alunos e alunas e os alunos mandam nos professores.
> Ser doutor, afinal, é coisa banal.

> 5. Um país que abandonou a produção endógena.
> Um país rico em solo, em clima e em tradições agrícolas que abandonou a sua história.
> Agora o que conta é ter serviços sofisticados, como se o afamado portátil fosse a salvação do país.
> Um país que julga que uma mega fábrica de automóveis dura para sempre.
> Um país que pensa que turismo no Algarve é que dá dinheiro para todos.
> Um país que abandonou a pecuária, a pesca e a agricultura.
> Que pisa quem ainda teima em produzir e destaca quem apenas usa gravata.
> Um país que proibiu a produção de Queijo da Serra artesanal na
> década de 90 e que agora dá prémios ao melhor queijo regional.
> Um país que diz ser o do Pastel de Belém, mas que esquece que tem cabrito de excelência, carne mirandesa maravilhosa,
> Vinho do Porto fabuloso, Ginginha deliciosa, Pastel de Tentúgal tentador, Bolo-Rei português, Vinho da Madeira, Vinho Verde, lacticínios dos Açores e Azeite de Portugal para vender.
> E tanto, tanto mais... que sai da terra e da nossa história.

> 6. Um país sem gente e a perder a alma lusa.
> Um país que investiu forte na formação de um povo, em engenharias florestais, zoo técnicas, ambientais, mecânicas, civis, em arquitectos, em advogados, em médicos, em gestores, economistas e marketeers, em cursos profissionais, em novas tecnologias e em tudo o mais, e que agora fecha as portas e diz para os jovens emigrarem.
 Um país que está desertificado e sem gente jovem, mas com tanta gente velha e sábia que não tem a quem passar tamanha sabedoria.
> Um país com jovens empreendedores que desejam ficar mas são obrigados a partir.
> Um país com tanto para dar, mas com o barco da partida a abarrotar.
> Um país sem alma, sem motivação e sem alegria.
> Um país gerido por porcaria.
>
> E agora, vale a pena acreditar?
> Vale. Se formos capazes de participar, congregar novos ideais sociais e de mudar.


> Porquê acreditar?
> Porque oitocentos anos de história, construída a pulso, não se destroem em 40 anos. Porque o solo continua fértil, o mar continua nosso, o sol continua a brilhar e a nossa alma, ai a nossa alma, essa continua pura e lusitana e cada vez mais fácil de amar.


PORRA, PORRA!, PARA ESTA GENTE!





A Rua das Azeiteiras, sobretudo pelos bons estabelecimentos hoteleiros que ali representam a cidade na área pantagruélica, está transformada numa das melhores artérias pitorescas da Baixa da cidade. Por isso mesmo, e não é a primeira vez que escrevo sobre este assunto, quem lá mora, quem lá trabalha, quem lá faz obras está obrigado a sujeitar-se à obrigação de não conspurcar o que, por direito conquistado, deve estar limpo.
Hoje, à hora do almoço, o início da rua e junto à Praça do Comércio e às suas esplanadas, apresentava o aspecto que as fotografias reproduzem. Há cerca de dois meses andou um funcionário de porta em porta, do Departamento da Higiene, da Câmara Municipal, a sensibilizar os comerciantes e residentes para a questão de respeitar os horários de recolha do lixo. Tudo continua na mesma e igual. É preciso escrever mais alguma coisa?

UMA PRAÇA A BRINCAR




Vamos imaginar que somos turistas recém-aportados à Baixa da cidade. Desembocamos na Praça 8 de Maio, hall de entrada para a Igreja de Santa Cruz e Panteão Nacional, e deparamo-nos com uma bagunçada de objectos coloridos no chão da pedra lajeada. Estou certo, primeiro não entende, depois começa a tentar perceber e, aos poucos, chega à conclusão de que todo aquele aparato tem a ver com as crianças (e os adultos) e o brincar. Hoje, 28 de Maio, é o Dia Internacional do Brincar.
Antes de prosseguir, ressalvo que não tenho nada contra a “Comunidade Coimbra a Brincar”, com página no Facebook. Aliás, sublinho, tenho o maior apreço por estas pessoas voluntárias que se esforçam para que o brincar, essa lúdica necessidade humana, não se perca de vez a favor dos tablet’s e outros ecrãs no género, que levam ao individualismo e ao isolamento social.
O que me levou a escrever esta crónica é o pensar que esta praça, com a dignidade que merece e pela envolvência histórica que carrega, não é o local indicado para estas manifestações por mais fundamentadas que sejam, como é o caso. Não é a primeira vez que escrevo sobre a necessidade de transformar este átrio unicamente para demonstrações musicais, teatro de rua ou outra qualquer performance artística.
Pode até parecer que estou a escrever somente com o objectivo de “pôr a baixo”. Se é isso que transparece, lamento desiludir mas não me movem interesses menos claros. Nem escrevo sobre este evento por que não tenha outro qualquer tema para elevar à colação.
Talvez valesse a pena pensar nisto. Se não vale, siga a rusga! Continuemos na mesma até que o “Conquistador” se aborreça de tanta falta de respeito e, através de petição pública, queira mudar para o Mosteiro dos Jerónimos.

BOM DIA, PESSOAL...

terça-feira, 26 de maio de 2015

O CÃOZINHO E O BANHO NO LAGO




Se o chien pensasse como pessoa
quando a dona o mergulhou no lago,
num dia de canícula que escanhoa,
certamente perdoaria ao Machado,
o mentor e defensor daquela lagoa,
o não ter shampoo e providenciado
toalha em banho completo numa boa.
Mas o cãozinho não é eleitor,
nem quer saber nada de eleições,
gosta mesmo é de carícias de amor,
não embarca em política de paixões,
agradecendo ao presidente o fervor,
latindo com força, a plenos pulmões,
parece dizer: obrigado, meu senhor!

UMA IMAGEM, POR ACASO....


ENSAIO PARA PERCEBER A QUEDA DA ECONOMIA NACIONAL (2)





O ENTERRO DA ECONOMIA DE SUBSISTÊNCIA

Como vimos anteriormente, no primeiro texto, atravessámos dois terços do século XX com uma agricultura rudimentar, onde a humana força braçal e os animais domésticos eram os motores do desenvolvimento. A terra era o berço da auto-sustentação. Nela tudo crescia, num processo de transformação tudo era aproveitado e, como num eterno retorno, à terra regressava. Como exemplo, vemos o mato das grandes planícies compostas por pinheiros, eucaliptos e outras árvores, que eram aproveitados para os currais dos animais. Qualquer campo de sequeiro, leira ou horta eram cultivados, servindo os seus frutos para a alimentação da família e o excedente, como rendimento, era vendido nos mercados locais. Desde laranjas a limões, sem medidas padronizadas, sem certificação, tudo era valor acrescentado para as vivências locais. Era o tempo da reutilização. Desde a garrafa de vidro, passando pelo cerzir do vestuário e apanhar malhas em meias de vidro, até ao electrodoméstico tudo era reconvertido para durar o mais possível. Havia toda uma economia em rede, desde o padeiro até ao merceeiro, que funcionava e evitava a desertificação total dos povoados.
Certamente entendendo que o progresso de uma Nação passa inevitavelmente pela agricultura, deveria ter sido por isso mesmo que Marcelo Caetano, proeminente figura incontornável do Estado Novo e enquanto Presidente do Conselho, no período de 1969 a 1972, teve uma política de incremento excepcional com um acréscimo de subsídios à reconversão agrária de mais de 62%. Os apoios concedidos para a moto-mecanização agrícola e florestal aumentaram cerca de 300%. Éramos um país rico em ouro –no 25 de Abril tínhamos 865.936 toneladas de ouro em reservas no Banco de Portugal –em 2010 o existente era de 382.509.58 quilos.
Até ao 25 de Abril de 1974, cerca de um milhão e meio de portugueses escolheram o estrangeiro como destino para melhorarem as suas vidas, fugindo da guerra colonial e de um país pobre e subdesenvolvido. A economia nacional estava nas mãos de grandes grupos que já vinham de grandes famílias do início do século XX, os chamados donos de Portugal. Grassava o latifúndio, contribuindo para a existência de duas classes: o rico e o pobre. Com a nacionalização da banca e o desmantelamento da grande propriedade, na revolução dos cravos, com o aumento do salário mínimo para 3,300$00, multiplicando a procura interna, assistimos ao emergir da classe média e de uma nova burguesia inexistente até aí. De 1973 a 1982 assistimos a um crescimento de mais de 18 por cento. Foi uma época intensa de busca do bem-estar, desde frigoríficos, televisores até automóveis. Desenvolveu-se a indústria da publicidade e marketing na criação de novas necessidades.
Os preços eram tabelados pela administração. Ou seja, as margens de comercialização eram reguladas pelo Estado. Por exemplo, na hotelaria, consoante a categoria do estabelecimento os preços eram verticalmente impostos e iguais. A revisão Constitucional de 1982, com Mário Soares como primeiro-ministro, abre-se ao sector privado e dá-se início à privatização da economia. Por outro lado, começa aqui uma nova categoria social: os políticos privilegiados. Com a ascensão de Cavaco Silva ao poder, no governo, em 1985, dá-se a total liberalização de preços, a chamada economia de mercado. Desabrocha a primeira grande superfície a que se seguirão dezenas e dezenas de muitas mais e que irão ser o coveiro do comércio tradicional. Cada operador passa a vender pelo preço que mais lhe convém e que cada comprador estaria disposto a dar para adquirir o produto.
Vinda já desde 1983, com uma acentuada recessão da economia e com intervenção do FMI, Fundo Monetário Internacional, assiste-se a uma desenfreada inflação e dependência externa, com as importações a cavalgarem a todo o galope. Perseguia-se a mais-valia, isto é, o vender o mais caro possível, o lucro, era o objecto da actividade comercial. O consumidor era uma massa abstracta, sem força e desorganizada.

A ADESÃO DE PORTUGAL À CEE

Depois de ter apresentado a candidatura em 28 de Março de 1977 e ter assinado o acordo de pré-adesão em 03 de Dezembro de 1980 e adesão em 12 de Junho de 1985, em 1 de Janeiro de 1986, pela mão do primeiro-ministro Mário Soares e no Mosteiro dos Jerónimos, Portugal passou a ser membro de facto da então CEE, Comunidade Económica Europeia.
Já com Portugal endividado, a Europa constituiu uma ponte de salvação para as finanças públicas e privadas. Talvez por isso mesmo, tanto quanto me lembre, excepto o PCP, Partido Comunista Português, nenhuma outra organização política questionou as implicações desta associação política e derrubar de fronteiras territoriais para pessoas e bens. Todos estavam interessados em ganhar alguma coisa. A Europa era o Eldorado, a mina de ouro para os políticos portugueses. Pelos milhões de contos diários que vieram beneficiar mais uns que outros –muitos se aproveitaram e nunca foram julgados-, a Nação vinculou-se a obrigações, hoje consideradas por muitos, absurdas. Como exemplo, com o argumento do menor custo de produção de estados membros, abateram-se barcos de pesca, olivais, vinhas e sementeira cerealífera. Criaram-se dificuldades ao pequeníssimo agricultor para criar gado e alienar bens da terra. E a Comunidade Europeia pagou para se aposentarem compulsivamente muitos operários, que passaram a ocupar bancos de jardins públicos a olharem o Céu. E muitos destes reformados, como única saída possível, viraram-se para a construção civil e comércio.

A GLOBALIZAÇÃO

Em 15 de Abril de 1994 Portugal aderiu à Organização Mundial de Comércio. E começa a segunda fase da destruição industrial –hoje denomina-se pomposamente “destruição criativa”. Com os políticos a assobiarem para o lado, em nome do baratinho –pelas “lojas dos 300”- começou a aniquilação massiva de fábricas de guarda-chuvas, de ferramentas, de siderurgia, de electrodomésticos, computadores e mais tarde os têxteis. Os países emergentes, sobretudo a China, com custos de produção sem regras e onde vale tudo, passaram a ser o nosso fabricante mundial e, de produtores, passamos todos a vendedores. Poucos se lembraram que encerrando as nossas fábricas, abandonando os campos, desapareceria o emprego. Talvez se entenda por que se tenha hoje de recorrer à multa para fazer limpar os campos para evitar incêndios. Em contraposição, custa a compreender como é que se estabelecem coimas de valor mínimo de 500 euros para quem for apanhado a vender bens que produza, mesmo para a sua sustentabilidade.
Cerca de 300 mil portugueses deixaram o país nos últimos anos em busca de um horizonte visível.
Com todo este ziguezaguear da vida nacional se justifique o desmembramento da família tradicional e a violência brutal que se abateu na sociedade portuguesa.
Hoje, com uma dívida galopante, senão impagável –segundo a imprensa, no último trimestre aumentou mil milhões e pagamos de juros à Troika 22 milhões de euros por dia- importamos cerca de 80 por cento do que produzimos e exportamos cerca de 6 por cento. Virámo-nos para os mercados… de contracção de dívida, de novos empréstimos, obviamente. No entanto, segundo o Governo, caminhamos a passos largos para a recuperação económica.



BOM DIA, PESSOAL...

segunda-feira, 25 de maio de 2015

VERGONHA! VERGONHA! VERGONHA! VERGONHA! VERGONHA!

ATENÇÃO ÀS NOVAS REGRAS DE TRÂNSITO



PARA LEMBRAR.

Código da Estrada:
MUITA ATENÇÃO
MUITO IMPORTANTE


Atualizações no Código da Estrada em Portugal:

As alterações ao código da estrada abaixo identificadas entraram em vigor. Por isso, a partir deste fim-de-semana, há que parar em todos os STOP, nada de andar de trotinete em cima dos passeios, e retirar a placa de 'procuro novo dono' do automóvel.
Atenção ao pagamento imediato das coimas (bem como das atrasadas).

VELOCIDADE:
Sempre que exista grande intensidade de trânsito, o condutor deve circular com velocidade especialmente moderada. Caso não o faça cometerá uma contra-ordenação grave. ( Art.ºs 25.º e 145.º )
A velocidade mínima nas auto-estradas passa de 40 para 50 km/h . (Art.º 27.º )
A sanção pelo excesso de velocidade é agravada e distinta quando ocorra dentro ou fora da localidade.
Assim:
Automóveis ligeiros, motociclos





Excesso de velocidade
Coima
Contra-Ordenação




Dentro
das
Localidades
Até 20 km/h
60 a 300 euros
Leve
20 a 40 km/h
120 a 600 euros
Grave
40 a 60 km/h
300 a 1.500 euros
Muito Grave
Mais de 60 km/h
500 a 2.500 euros
Muito Grave




Fora
das
Localidades
Até 30 km/h
60 a 300 euros
Leve
30 a 60 km/h
120 a 600 euros
Grave
60 a 80 km/h
300 a 1.500 euros
Muito Grave
Mais de 80 km/h
500 a 2.500 euros
Muito Grave


Automóveis pesados





Excesso de velocidade
Coima
Contra-Ordenação




Dentro
das
Localidades
Até 10 km/h
60 a 300 euros
Leve
10 a 20 km/h
120 a 600 euros
Grave
20 a 40 km/h
300 a 1.500 euros
Muito Grave
Mais de 40 km/h
500 a 2.500 euros
Muito Grave




Fora
das
Localidades
Até 20 km/h
60 a 300 euros
Leve
20 a 40 km/h
120 a 600 euros
Grave
40 a 60 km/h
300 a 1.500 euros
Muito Grave
Mais de 60 km/h
500 a 2.500 euros
Muito Gra

PLACAS COLOCADAS NO EIXO DA FAIXA DE RODAGEM:
Para efeitos de mudança de direcção deixa de existir o conceito de placa de forma triangular. Assim, qualquer placa situada no eixo da faixa de rodagem deve ser contornada pela direita. Contudo, se estas se encontrarem numa via de sentido único, ou na parte da faixa de rodagem
afecta a um só sentido, podem ser contornadas pela esquerda ou pela direita, conforme for mais conveniente. (Art.º 16.º )

ROTUNDAS:
Nas rotundas, situadas dentro ou fora das localidades, o condutor deve escolher a via de trânsito mais conveniente ao seu destino. ( Art.º 14.º )
Os condutores de veículos a motor que pretendam entrar numa rotunda passam a ter de ceder a passagem aos condutores de velocípedes, de veículos de tracção animal e de animais que nela circulem. ( Art.ºs 31.º e 32.º )
Os condutores que circulam nas rotundas deixam de estar obrigados a ceder passagem aos eléctricos que nelas pretendam entrar. ( Art.º 32.º )
Passa a ser proibido parar ou estacionar menos de 5 metros , para um e outro lado, das rotundas e no interior das mesmas. ( Art.º 49.º )

ULTRAPASSAGEM:
A ultrapassagem de veículo pelo lado direito passa a ser sancionada com coima de 250 a 1.250 euros. ( Art.º 36.º )

PARAGEM E ESTACIONAMENTO:
Passa a ser proibido parar e estacionar a menos de 25 metros antes e 5 metros depois dos sinais de paragem dos veículos de transporte colectivo de passageiros - autocarros. ( Art.º 49.º )
Passa a ser proibido parar e estacionar a menos de 6 metros antes dos sinais de paragem dos veículos de transporte colectivo de passageiros que circulem sobre carris - eléctricos. ( Art.º 49.º )
O estacionamento de veículos ostentando qualquer informação com vista à sua transacção (ex: vende-se, procuro novo dono, n.º de telemóvel, entre outros), é proibido e considerado abusivo, pelo que este será rebocado. ( Art.ºs 50.º e 163.º )
A paragem e o estacionamento nas passagens assinaladas para a travessia de peões (passadeiras) passa a ser considerado contra-ordenação grave. ( Art.º 145.º )

TRANSPORTE DE CRIANÇAS:
As crianças com menos de 12 anos de idade e menos de 150 cm de altura devem ser transportadas sempre no banco de trás e são obrigadas a utilizar sistemas de retenção adequados ao seu tamanho e peso - cadeirinhas. ( Art.º 55.º )
É permitido o transporte de crianças com menos de 3 anos no banco da frente desde que se utilize sistema de retenção virado para a retaguarda e o airbag do lado do passageiro se encontre desactivado. ( Art.º 55.º )
Nos automóveis que não estejam equipados com cintos de segurança é proibido o transporte de crianças com menos de 3 anos. ( Art.º 55.º )
A infracção a qualquer das disposições referidas nos pontos anteriores é sancionada com coima de 120 a 600 euros por cada criança transportada indevidamente. ( Art.º 55.º )
O transporte de menores ou ininputáveis sem cinto de segurança passa a ser considerado contra-ordenação grave. ( Art.º 145.º )

ARREMESSO DE OBJECTOS PARA O EXTERIOR DO VEÍCULO
O arremesso de qualquer objecto para o exterior do veículo passa a ser sancionado com coima de 60 a 300 euros. ( Art.º 79.º ) - Atenção às beatas, charutos e outros cigarros que devem ser apagados nos respectivos cinzeiros dos carros

TROTINETAS COM MOTOR

Os condutores de trotinetas com motor, um brinquedo que hoje se adquire em qualquer supermercado, têm de usar capacete devidamente ajustado e apertado. (Art.º 82.º )
O trânsito destes veículos não é equiparado ao trânsito de peões, pelo que não podem circular nos passeios. ( Art.º 104.º )
Para as restantes disposições do Código da Estrada, estes veículos são equiparados a velocípedes. (Art.º 112.º )

USO DE TELEMÓVEL DURANTE A CONDUÇÃO:
A utilização de telemóvel durante a condução, só é permitida se for utilizado auricular ou sistema alta voz que não implique manuseamento continuado. A infracção a esta disposição é sancionada com coima de 120 a 600 euros e passa a ser considerada contra-ordenação grave. ( Art.ºs 84.º e 145.º )

TRIÂNGULO DE PRÉ-SINALIZAÇÃO E COLETE RETRORREFLECTOR:
Passa a ser obrigatório colocar o triângulo de pré-sinalização de perigo (a pelo menos 30 metros do veículo, de forma a ser visível a, pelo menos, 100 metros ) sempre que o veículo fique imobilizado na faixa de rodagem ou na berma ou nestas tenha deixado cair carga. ( Art.º 88.º )
Todos os veículos a motor (excepto os de 2 ou 3 rodas, os motocultivadores e os quadriciclos sem caixa) têm de estar equipados com um colecte retrorreflector, de modelo aprovado. ( Art.º 88.º )
Nas situações em que é obrigatório o uso do sinal de pré-sinalização de perigo, quem proceder à sua colocação, à reparação do veículo ou à remoção da carga deve utilizar colete retrorreflector. A não utilização do colete é sancionada com coima de 120 a 600 euros. ( Art.º 88.º )

OUTRAS ALTERAÇÕES:
Não parar perante o sinal de STOP, ou perante a luz vermelha de regulação do trânsito ou o desrespeito da obrigação de parar imposta pelos agentes fiscalizadores ou reguladores do trânsito, passa a ser considerada contra-ordenação muito grave. ( Art.º 146.º )
Pisar ou transpor uma linha longitudinal contínua que separa os sentidos de trânsito passa a ser considerada contra-ordenação muito grave. ( Art.º 146.º )
A condução sob influência do álcool, considerada em relatório médico, passa a ser considerada contra-ordenação muito grave. ( Art.º 146.º )

CLASSIFICAÇÃO DE VEÍCULOS:
Passa a haver as categorias de triciclos e de velocípedes com motor. Para efeitos de circulação, os velocípedes com motor são equiparados a velocípedes. ( Art.ºs 107.º e 112.º )
Os quadriciclos passam a ser distinguidos entre ligeiros e pesados. A condução destes veículos passa a ficar dependente da titularidade de carta de condução. (Art.º.s 107.º e 123.º )

TRANSFORMAÇÃO DE VEÍCULOS (TUNING):
É proibido o trânsito de veículos sem os sistemas, componentes ou acessórios com que foi aprovado, que utilize sistemas, componentes ou acessórios não aprovados, que tenha sido objecto de transformação não aprovada. As autoridades de fiscalização do trânsito, ou seus agentes, podem proceder à apreensão do veículo até que este seja aprovado em inspecção extraordinária, sendo o proprietário sancionado com coima de 250 a 1.250 euros. (Art.ºs 114.º, 115.º e 162.º )

INSPECÇÕES:

Passam a realizar-se inspecções para verificação das características após acidente e inspecções na via pública para verificação das condições de manutenção. ( Art.º 116.º


REGIME PROBATÓRIO DA CARTA DE CONDUÇÃO
A carta de condução, emitida a favor de quem não se encontrava habilitado, passa a ser provisória pelo período de três anos. ( Art.º 122.º )
Acresce que os titulares de carta de condução das subcategorias A1 e/ou B1 voltam a estar sujeitos ao regime probatório quando obtiverem as categorias A e/ou B. Ou seja, nestas situações, a carta de condução é provisória duas vezes. (Art.º 122.º )
A carta de condução provisória caduca se o seu titular for condenado pela prática de um crime rodoviário, de uma contra-ordenação muito grave ou de duas contra-ordenações graves. ( Art.º 130.º )
Os veículos conduzidos por titulares de carta de condução provisória têm de ostentar à retaguarda um dístico ('ovo estrelado') de modelo a definir em regulamento. ( Art.º 122.º )

SUBCATEGORIAS DE VEÍCULOS:
São criadas as subcategorias B1, C1, C1+E, D1 e D1+E. Trata-se de veículos da mesma espécie, mas de dimensões mais reduzidas. ( Art.º 123.º )
Não existe precedência de habilitações, ou seja, não é necessário estar habilitado para a subcategoria C1 para obter a categoria C.

REQUISITOS PARA OBTENÇÃO DE CARTA DE CONDUÇÃO
Aos candidatos a condutores passa a ser exigido que saibam ler e escrever. (Art.º 126.º )

NOVOS EXAMES:
Os condutores detectados a circularem em contra-mão nas auto-estradas ou vias equiparadas, bem como aqueles que sejam considerados dependentes de álcool ou drogas, serão submetidos a novos exames - médicos, psicológicos ou de condução. ( Art.º 129.º )

SEGURO DE RESPONSABILIDADE CIVIL:
A circulação de veículo sem seguro de responsabilidade civil passa a ser sancionada com coima de 500 a 2.500 euros e a ser considerada contra-ordenação grave (aplicada ao proprietário do veículo). O veículo é apreendido pelas autoridades de fiscalização do trânsito ou seus agentes. ( Art.ºs 145.º, 150.º e 162.º )

PAGAMENTO VOLUNTÁRIO DA COIMA:
O pagamento voluntário da coima passa a ser efectuado no acto da verificação da contra-ordenação, ou seja, o condutor terá de pagar a coima (pelo valor mínimo) ao agente que detecta a infracção e levanta o auto. ( Art.º 173.º )
Se o condutor não pretender efectuar o pagamento voluntário imediato da coima, deve prestar depósito, também imediatamente, de valor igual ao mínimo da coima prevista para a contra-ordenação praticada. Esse valor será devolvido se não houver lugar a condenação. ( Art.º 173.º )
Se o infractor não pagar a coima no momento, ou se não efectuar o depósito referido, o agente de autoridade apreende o título de condução, ou os títulos de identificação do veículo e de registo de propriedade, e emite uma guia de substituição, válida pelo tempo julgado necessário, e renovável até à conclusão do processo. Quando efectuar o pagamento, os documentos serão devolvidos ao condutor.

 Esclarecimento da Ex-DGV:
Tendo em conta as disposições aplicáveis do Código da Estrada, na redacção que lhe foi conferida pelo Decreto-Lei nº 44/2005, de 23 de Fevereiro, constantes dos artºs 13º, nº 1; 14º, nºs 1 a 3; 15º, nº 1; 16º, nº 1; 21º; 25º; 31º, nº 1, c) e 43º e as definições referidas no artº 1º do mesmo Código, na circulação em rotundas os condutores devem adoptar o seguinte comportamento:
1- O condutor que pretende tomar a primeira saída da rotunda deve:
Ocupar, dentro da rotunda, a via da direita, sinalizando antecipadamente quando pretende sair.

2 - Se pretender tomar qualquer das outras saídas deve:
Ocupar, dentro da rotunda, a via de trânsito mais adequada em função da saída que vai utilizar (2ª saída = 2ª via; 3ª saída= 3ª via);
Aproximar-se progressivamente da via da direita;
Fazer sinal para a direita depois de passar a saída imediatamente anterior à que pretende utilizar;
Mudar para a via de trânsito da direita antes da saída, sinalizando antecipadamente quando for sair.