segunda-feira, 30 de novembro de 2015

CRISTHMANS BLACK NAS ILUMINAÇÕES NATALÍCIAS



Segundo uma fonte muito suspeita próximo do executivo municipal, ao que parece, tudo indica que, seguindo a moda nacional a copiar o que já se faz na “estranja” há muito tempo -a Black Friday (sexta-feira negra) onde os descontos imperam e a poupança é considerável para o consumidor-, o presidente da Câmara Municipal, Manuel Machado, decidiu este ano ser mais original nas iluminações natalícias na cidade e criou o “Cristhmans Black”, que, traduzido literalmente, significa Natal às escuras. É óbvio que se trata de uma poupança indiscutível para a autarquia. Segundo o Diário de Coimbra de ontem, sob a pena da Jornalista Ana Margalho –por que aqui, no blogue, não se brinca em serviço e identificamos sempre a fonte-, “milhares de luzes iluminam o Natal da Baixa de Coimbra”. Bem sei que o leitor não está a perceber nada da minha escrita mas, confesso, isto também não é para entender na totalidade, quanto muito parcialmente. Então vou explicar um bocadinho. Quero dizer que são muitas luzes e luzinhas mas nas Ruas Ferreira Borges e Visconde da Luz. Nas restantes artérias, a Baixa nunca esteve tão apagadinha como este ano. É assim muita parra e pouca uva, como diz o povo. Mas este povo também gosta de vindimar e quando não há uva reclama. E por falar em reclamar, o descontentamento por aqui, por parte dos comerciantes, é mais que muito. Bem se sabe que Machado, tentando imitar Cristo na multiplicação dos pães, tentou fazer muito recorrendo ao milagre, mas este pessoal é mal-agradecido. É o que é! É lógico que os poucos ornamentos e em que redunda a pouca luz, sobretudo nas ruas estreitas e na Sofia, é no superior interesse de todos. O problema é que esta gente não vê!

A RUA EDUARDO COELHO É UMA LIÇÃO



Agradecidos com tanta generosidade camarária, alguns comerciantes da Rua Eduardo Coelho, alegadamente, decidiram encher uns sacos com prendas destinadas ao executivo municipal, incluindo a oposição. Tanto quanto julgo saber, serão entregues na véspera de Natal e desde que, em prova de presença, os vereadores passem nesta rua pelo menos uma vez até ao dia 24. Segundo as indicações do controleiro –que pediu o anonimato-, “a maioria dos representantes eleitos, este ano, só pisou a calçada uma única vez: no último Outubro, na campanha para as eleições legislativas. Claro que até se entende, estamos longe da Câmara Municipal e os transportes são difíceis. Se ao menos houvesse Metro ligeiro de Superfície tudo seria mais fácil.”

E A RUA DAS PADEIRAS VÊ PASSAR O PADEIRO?


Constou-se-me, por boca de um boateiro conhecido, que os comerciantes da Rua das Padeiras, não querendo ficar atrás dos da Rua Eduardo Coelho e sabendo que a sua concretização será sempre vã, estão a pensar em realizar uma ceia de Natal e convidar todo o executivo. Se é verdade ou mentira? Isso não sei! Façam o favor de não me responsabilizarem, que eu não tenho nada a ver com o assunto. Quanto muito, se fosse convidado, iria fazer o apontamento jornalístico.

VANDALISMO NOS ENFEITES


Na sexta-feira, última, foi colocado no Largo do Poço uma barra em ferro para simbolizar uma árvore iluminada. No Sábado, dia previsto para a inauguração, os funcionários da empresa Espectaculástico –empresa a quem foi consignado o trabalho- depararam-se com o mastro destruído.





BOM DIA, PESSOAL...

UM COMENTÁRIO RECEBIDO E UMA RESPOSTA





Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem "NÓVOA EM COIMBRA":


Olá! Sou admiradora do seu blog e, desta vez, resolvi deixar um comentário.
Permita-me levantar o questionamento:
- Como foi a passagem do Professor António Nóvoa à Coimbra? Como está o entusiasmo dos Conimbricenses pela eleição?
Assinado Brasileira eternamente apaixonada por Portugal :)


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 RESPOSTA DO EDITOR

Em primeiro lugar, muito obrigada por ser “cliente” da minha “mercearia”. Aproveito para lhe dizer que são cada vez menos. Por este andar, qualquer dia, tenho de encerrar o estabelecimento por falta de interessados. Olhe que, em vez de uma sexta-feira, faço diariamente Black Friday. Como quem diz, todos os dias são sextas-feiras negras. Estou a pensar em oferecer umas prendas a quem visitar e comentar. Portanto, o andamento desta coisa está como a economia nacional: o crescimento anda pelas ruas da amargura.
Em segundo lugar e respondendo à sua questão, não acompanhei de perto a vinda do nobel professor lisboeta, apoiado por alguns sectores do Partido Socialista e por outros partidos da esquerda, uns declaradamente e outros que o farão, creio, na segunda volta, considerando que será o candidato mais bem posicionado para se bater em duelo com Marcelo Rebelo de Sousa. Portanto, com franqueza, não tenho dados para me consubstanciar e pronunciar. Pelo que vou ouvindo dos clientes, ao balcão e enquanto pedem um quilo de arroz ou bebem um licor na espera para serem atendidos pela Etelvina, melhor que pudim flan –era a telefonista e agora é mulher para todo o serviço cá no blogue-, posso adiantar que a cidade olha para os candidatos com olhar de carneiro mal-morto, como quem diz, com apatia, e até alguma desconfiança. Para esta indiferença assim do género “lá vem mais um”, estou em crer, contribuiu este penoso processo das eleições legislativas que só há pouco ficou aparentemente resolvido e o papel decisor do actual Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva. O tempo gasto a ouvir vários sectores da sociedade portuguesa, num arrastar de indecisão, a meu ver, por um lado, contribuiu para abrir feridas mal curadas, provocar divisões e um desinteresse crescente da colectividade na política. Por outro, num exercício panfletário e discriminador, concorreu para desencadear velhos ódios recalcados contra os comunistas, que estavam armazenados num velho gavetão do cérebro e agora, pelo processo, foi trazido à tona da água.
Ainda à hora do almoço, o desabafo de um velho comerciante falido (como eu), com a barriga encostada ao balcão, foi elementar: “ó Luís, você acredita nesses gajos? Porra! Sempre o tomei por mais inteligente! Essa aliança com os vermelhos vai destruir tudo!”

NÓVOA EM COIMBRA

(Fotos de Márcio Ramos)


António Sampaio da Nóvoa, um dos 22 candidatos à presidência da República, esteve em Coimbra e passou pela Baixa no último Sábado, 28 do corrente.


A CLOIDE DAS BOTAS

(Fotos de Márcio Ramos)


A CHEGADA DO PAI NATAL À BAIXA

FOTOS DE MÁRCIO RAMOS






sábado, 28 de novembro de 2015

VÃO SER SORTEADOS AUTOMÓVEIS AUDI PARA TRAZER REFUGIADOS



Recebi há pouco de fonte insegura e ligada ao Governo de António Costa que, perante a recusa dos refugiados –ou melhor turistas em trânsito- em vir para Portugal, o executivo está a encarar a possibilidade de sortear vários automóveis Audi e várias casas para que os migrantes aceitem vir para o país. É um caso que está a preocupar seriamente o novo executivo. Depois de se darem habitações, isenção de taxas moderadoras e propinas grátis em algumas universidades e mesmo assim os novos presumíveis ocupantes do rectângulo terem desistido de vir –lembro que estava previsto recebermos cinco mil e afinal só cinquenta aceitaram o sacrifício- diz a minha fonte pouco credenciada, “isto é uma tragédia de consequências incomensuráveis, sobretudo numa altura em que a esquerda, sempre tão disponível para ajudar os desgraçadinhos, quer mostrar ao mundo que é muito melhor do que a direita”.
Ao que parece, Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, até aconselhou uma emenda no Código Civil e um acordo com o Vaticano para resolver este gravíssimo problema. A nossa estrela da política doutorada em didáctica das línguas sugeriu que para convencer os novos candidatos à nacionalidade passasse a ser legal a poligamia, tendo em conta o escrupuloso respeito pelos seus hábitos e costumes. 

NO NATAL NÃO HÁ FEIRA DE VELHARIAS




Já aconteceu o mesmo em Janeiro deste ano. Mais uma vez a Feira de Velharias deste Novembro, que se realizou hoje, quarto sábado do mês, na Praça do Comércio teve vários automóveis estacionados no meio do certame durante todo o santo dia.
Era grande a indignação de alguns vendedores com quem falei, um deles, meu conhecido e que faz várias feiras no país, comentou assim: “esta pouca vergonha só se vê aqui! Vocês não têm Polícia Municipal para obrigar estes abusadores a cumprir? Por causa das esplanadas o espaço da feira tem vindo a encolher cada vez mais. Por este andar, qualquer dia já não sobra espaço para ninguém. É uma falta de respeito! Eu venho de Lisboa!”
De facto, e desde há quase uma década para cá, já escrevi várias crónicas sobre o desenvolvimento deste mercado de artigos antigos. Quer no antigo regimeno tempo dos outrora presidentes da edilidade Carlos Encarnação e Barbosa de Melo- quer no actual este importante polo de dinamização da cidade continua ao deus dirá. Desde o primeiro texto, e ainda não havia tantas esplanadas como agora, que defendi que a alegoria deveria ser estendida para os largos e ruas em redor da Praça do Comércio. Se a Câmara Municipal, pelouro da Cultura, continua a abandonar esta festa, qualquer dia acaba por falta de comparência de vendedores.

EM DEZEMBRO NÃO VAI HAVER FEIRA

Com muita revolta à mistura, vários vendedores comentavam a decisão de não se realizar a feira de Natal, que, se houvesse, aconteceria no dia 26 de Dezembro. Ao que parece e segundo alegações, seguindo o exemplo de Aveiro, a edilidade não se disponibilizou a antecipar a data da feira para uma semana antes. Sabendo que, pelo facto de no dia a seguir ao Natal a cidade estar vazia de movimento, seria um mau dia de negócio a maioria de vendedores pronunciou-se no sentido de não comparecer. Resultado: o pelouro da Cultura optou pela não realização. Não é preciso ser muito inteligente para verificar que estamos perante uma burrice, uma aselhice do tamanho da Universidade.

O ESPAÇO VAI SER PAGO?

Segundo o que consegui perceber, depois de um inquérito aos expositores e de algumas alterações, tudo indica que esta Feira de Velharias vai deixar de ser franca, isto é, seguindo o exemplo de praticamente todas as cidades, a partir do próximo ano, todos vendedores pagarão em função do espaço ocupado. E está errada esta opção camarária? Quanto a mim está correcta… com um porém. É preciso que parte da verba cobrada seja investida na promoção do certame, como publicidade, por exemplo. Quando em outras cidades vemos faixas nas estradas a anunciar os eventos, em Coimbra nunca se faz nada. Parte-se do pressuposto de que todos sabem.


sexta-feira, 27 de novembro de 2015

BOM DIA, PESSOAL...

MIGRANTES NÃO QUEREM VIR PARA PORTUGAL





Aparentemente com medo do novo governo de António Costa, e do seu discurso, já não bastava os grandes capitalistas estarem a transferir divisas para o estrangeiro, já não bastava Passos Coelho, num exercício de grande patriotismo –ao contrário, evidentemente-, estar empenhado em fazer cair o executivo em menos de um ano, também agora os refugiados –aliás, migrantes turísticos em trânsito-, em detrimento de Portugal, preferem ir para Alemanha ou norte da Europa. 
Fogo!?! Ó Costa esta é forte! E tu, sem apreciar muito a beleza masculina, até tens uma fronha mais ao menos simpática! Bom, nem tudo é mau! Ficamos a saber que se o Jerónimo de Sousa, do PCP, for para primeiro-ministro dos mais de dez milhões passamos para pouco mais de metade. E isso é mau? Se calhar, nem por isso!

GRÁFICO DE DESEMPENHO DO GOVERNO

(Imagem da Web)


GOVERNO A 100


Ontem, 26 de Novembro de 2015, foi o acto solene de tomada de posse do Governo liderado por António Costa e apoiado pela esquerda parlamentar. Sinceramente, a bem de Portugal, a bem de uma esquerda que precisa de ser reabilitada, faço votos para que fosse o primeiro dia de um mandato que espero ser profícuo.
De ontem em diante, cá do meu cantinho e na minha subjectividade, o Governo estará diariamente sobre o meu olho de observação. Com um gráfico a começar em 100 –que é ponto máximo, tendo em conta o seu estado de graça actual-, enquanto vai avançando com medidas, justificando o manter o máximo de pontuação ou descer, vou dando classificação de cima para baixo uma ou mais vezes durante a semana. É um mero jogo de retórica política? Sem dúvida! Serve para alguma coisa? Evidentemente que não, ou, no melhor das intenções, ver como é que um liberal independente vê o desempenho deste novo executivo, que, partindo com alguma vulnerabilidade e muita desconfiança de alguns sectores da sociedade, está sobre fogo cruzado da direita, de algum centro e de alguma esquerda. Posso garantir que a minha apreciação tentará ser feita com a maior seriedade e com a menor influência possível. Somente com base na minha maneira de ver. Vamos a isso!

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

UM COMENTÁRIO RECEBIDO E UMA RESPOSTA








É isso, deixe lá estar que o governo do Costa das índias vai fazer melhor.

A partir de agora vai acabar a austeridade porque o Costa das Índias vai estalar os dedos, faz umas magias hindus (apimentadas com caril...) e vão cair pães e ferraris do céu.

Continuem sempre a acreditar nestes vigaristas e bandidos da "democracia", que esse é que é o caminho.


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RESPOSTA DO EDITOR

Começo por lhe agradecer ter comentado o post acima referenciado. Em seguida, reitero-lhe que me denomino liberal, independente e sem partido –a tê-lo será a Nação das 5 quinas. Sendo mais objectivo, sou social-democrata, no sentido de que defendo a livre concorrência e a iniciativa privada. Sou partidário do sistema capitalista enquanto e desde que o Estado seja um regulador económico justo, a impedir os abusos do mais forte, a promover a justiça social, fomentando a redistribuição da riqueza, e a desenvolver o bem-estar no interesse geral dos cidadãos.
Continuando, pelo facto de me considerar liberal e social democrata, não sou estúpido –ou, no melhor, tenho dias-, nem masoquista. Pelos jornais e ao longo de quatro anos, acompanhei de perto o trajecto deste governo de Passos Coelho caído recentemente na Assembleia da República e fui formando opinião. Não votei nele nas eleições de 2011 nem nestas de 2015 –a mim não me enganou. Em nome de uma austeridade destruiu a vida a milhares de portugueses, alguns deles levando-os ao suicídio –tive dois amigos que por motivos de saúde e financeiros desistiram da vida. Foi um excelente governo para os grandes grupos económicos. Para alguns grandes capitalistas foi óptimo nas privatizações, ao entregar de mão-beijada grandes empresas que fazem parte da nossa identidade. Que mais-valias retornou para a economia pública e social essas transmissões? Como exemplo, atentemos na alienação da EDP aos chineses.
Foi uma maravilha para os amigos, compadres e prosélitos –veja o escândalo das 100 nomeações de 15 de Novembro, último, em que esta gentalha sem vergonha, defendida por muitos portugueses que votaram neles, vão ao despudor de nomear assessores e adjuntos para o novo Primeiro-ministro (António Costa), sabendo-se que sendo um cargo de elevada confiança, pela tradição, é da escolha restrita do novo ocupante ministerial que vai tomar a pasta. É certo que estes cargos deveriam ser de continuidade e englobados na função pública, mas não foi com esta preocupação que estas nomeações se fizeram. Espero sinceramente que estes indignos actos administrativos sejam passíveis de serem tornados nulos. Veja-se a vergonha da promessa de devolução do IRS.
Se o governo de Passos foi tão bom para a economia nacional, macro e micro, onde estão os resultados? Na macro passou de uma dívida pública de cerca de 99 por cento, em 2011, para mais de 130 por cento nos nossos dias. As falências das famílias e das médias, pequenas e pequeníssimas empresas mostram como está o tecido social e empresarial.
Nestas últimas eleições também não votei no PS. No entanto, depois da queda do executivo de Passos e tendo em conta a subsequente redacção constitucional, é de direito, e legítimo –contrariando a lengalenga, o ronronar e o blasfemar de Passos e Portas, que não sabem perder- que o governo de António Costa, apoiado pela esquerda, seja empossado -aliás, como já tanto se escreveu, o Presidente da República sai muito mal desta indigitação por demorar tanto tempo. Logo a seguir ao chumbo deveria ter chamado Costa para formar governo.
Respondendo agora directamente à sua questão, tenho para mim que se deve conceder um tempo para ver o que este governo é capaz. Partir logo da desconfiança é, acima de tudo, intelectualmente desonesto. Num apriorismo bacoco, bem ao jeito do Velho do Restelo, de Camões, é destrutivo e até lesivo dos interesses nacionais.
Para terminar, ainda vou mais longe, sem querer constituir demérito para António Costa, para fazer melhor do que a coligação PàF, do duo Passos-Portas, qualquer governo, de direita, de centro e de esquerda, fará sempre melhor.
Cá do meu cantinho, para bem de todos os portugueses, estou a torcer para que tudo dê certo. (Politicamente) morram o Passos e o Portas! Viva António Costa e o seu apoio parlamentar!

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

PROGRAMAÇÃO DE NATAL DA APBC






“Caro Colega,
Este ano  e apesar  das limitações financeiras a APBC não quis deixar de marcar e  celebrar a época Natalícia, pelo que  preparou uma programação a acontecer no espaço público da Baixa de Coimbra, aos sábados e domingos de 28 de novembro a 20 de dezembro:
27 de Novembro a 05 de Dezembro
Exposição "Os anos D'ouro do cinema Português" - Loja n.º 25 da Rua Visconde da Luz - com a promoção dos Caminhos Film Festival 

28 de Novembro
Chegada do Pai Natal: 11h00
Mercado das Trocas - Largo do Poço  - entre as 15h e as 18h00
Projeção de Filme de Animação Infantil - Salão Brazil - às 15h00 

05 e 06, 12 e 13,  19 e 20 de Dezembro
Aos sábados e domingos de manhã entre as 11h e as 13h - Animação infantil itinerante com o Pai Natal atividades de pinturas faciais modelagem de balões e insuflável.

12 de Dezembro
Atuações de dois quintetos de jazz do Conservatório de Musica de Coimbra das 12h às 13h e das 15h às 16h00 em simultâneo na Praça 8 de Maio e Largo da Portagem.

Gostaríamos ainda de apelar à abertura dos estabelecimentos comerciais aos sábados e domingos ao longo do mês de Dezembro. A vossa colaboração é fundamental na dinamização deste espaço que é o coração da Cidade de Coimbra.
Atenciosamente,
O Presidente da Direção,
Vitor Marques
 APBC - Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra
Rua João de Ruão, 12 Arnado Business Center, piso 1, sala 3
3 000-229 Coimbra
Tel. 239 842 164  Fax. 239 840 242 Tel. 914872418

terça-feira, 24 de novembro de 2015

VEM AÍ O NATAL

(Imagem da Web)

VEM AÍ O NATAL


É Novembro, as folhas, cansadas de uma vida presa, vão caindo lentamente,
dando lugar a outras que nascerão de novo na Primavera em sua substituição,
o Outono, em sopro de brisa suave, vai caminhando em busca do seu sucessor,
o tempo, na sua marcha lenta, dá uma das suas  muitas faces de quarto-crescente,
as andorinhas, abandonando seus ninhos, já partiram em busca de outro chão,
deixando memórias vivas, construídas em beirais, de uma vida errante, o lavor,
percorrendo milhares de léguas, atravessando continentes, vão regressar alegremente,
com os novos rebentos arbóreos, num milagre de luz, irão recomeçar a multiplicação,
no seu intenso chilrear ao entardecer, mostrarão que a felicidade é apenas um clamor,
um sentir dentro do peito, um bater no coração, uma flor que cresce, uma semente,
um rio de águas calmas, um prado verde beijado pelo Sol, as palavras de uma oração,
numa roda natural, a seguir ao frio de geada, inevitavelmente, virá o tórrido calor,
por mais hecatombe que aconteça, em equilíbrio, tudo tenderá para o ausente,
um porvir de mudança, um futuro de esperança, uma existência nova, uma bênção,
um Natal solidário, uma quadra solta de poesia apócrifa, uma perene época de amor.



O GOVERNO QUE MORREU DEIXA MUITA SAUDADE. LÁ ISSO DEIXA!



"Metade das famílias portuguesas não teve dinheiro em 2014 para fazer tratamentos médicos necessários, tendo muitas vezes cortado na alimentação e recorrido a empréstimos para fazer face a essas despesas, revela a revista Testesaúde, da Deco."

E DE COIMBRA NÃO VAI NADA?



Mau, mau! Até agora, pela lista distribuída pela imprensa, só um ministro -ou melhor, ministra, Maria Manuela Leitão Marques- cá do reino da paroleira, como quem diz, Coimbra, cidade de estudantes, faz parte e teve lugar no rol político. É pouco! Muito pouco! Pouquíssimo! Já vi que inicia mal a caminhada, Senhor António! Entra com o pé esquerdo –embora se entenda a posição tendo em vista o executivo e a maioria que o apoia. Mas deveria ser com o direito. Desculpe lá! Até já me coloco do lado do senhor professor Cavaco Silva nas reticências, carago.
Começamos mal, Senhor Costa! No mínimo e para emendar a mão, e isto para eu não começar já com uma moção de rejeição a este governo, leve para secretário de Estado dos transportes Manuel Machado, o presidente da Câmara Municipal de Coimbra. Posso garantir-lhe que, apesar de não irmos à bola ou à missa um com o outro, a cidade, o novo governo e o País, todos, ficam a ganhar. Para não pensar, Senhor António –desculpe, deveria tratá-lo por Senhor Primeiro-ministro mas faça o favor de ter calma que ainda não fez o juramento-, que estou a brincar com coisas sérias vou ser mais claro. Se levar o Senhor Manuel para Lisboa, para um cargo de decisão nacional, escreva aí, Senhor Costa, que vamos ter comboio sobre carris desde Coimbra até Serpins. Não pense que ao deixarmos ir embora o nosso “presedente” que não nos causa incomensurável dor. Nunca mais iremos ter a construção de uma rotunda nem um alargamento de passeio. Nunca mais vamos ter um licenciamento para uma nova grande superfície comercial que, juntamente com as existentes, fazem tanta falta ao comércio tradicional da urbe. A começar por mim, vai ser um rio de lágrimas e nem sei se não irá provocar um dilúvio aqui na Baixa –já pode vossemecê imaginar o que vai acontecer. Estou em crer que vai ser um manto de solidão colectiva, que vai estimular depressões, e muito maior do que quando Encarnação, há cinco anos, anunciou que ia abdicar para o seu vice, na altura, Barbosa de Melo. Fica a saber que é pelo nosso desligamento e orgulho em servir a Pátria que deixamos ir embora o “nosso primeiro”. Faça isso! Vá lá!

FINALMENTE HÁ FUMO BRANCO EM BELÉM

(Imagem do Correio da Manhã)




Num mistério da fé, após um parto difícil de nosso senhor, sumo-sacerdote, que teria metido ferros para a extracção, o menino nasceu. Saiu fumo branco da chaminé do palácio do governador de Belém. Toque-se a rebate todos os sinos dos campanários das vilas, aldeias e lugarejos recônditos do reino Portucalis. É um rapagão bem desenvolvido para a pouca idade e, pelo primeiro grito e outros berros que sucederam, parece ser muito ambicioso. Dá pelo nome de António, mais que certo em analogia com o santo casamenteiro. Tal como o outro, também este santantoninho de Lisboa, que na história antiga estava prescrito vir de burro, veio a este mundo para unir os descamisados e os seus protectores, ditos da esquerda, contra uma direita que tomou conta dos destinos de todos os paisanos nos últimos quarenta anos.
Tal como o outro nascido em Belém há mais de dois mil anos, também este mestre não terá vida fácil e, mais que certo, será traído por um Judas saído do grupo dos seus apóstolos. Ou consegue convencer muito bem com a multiplicação do pão o povo e as autoridades políticas ou, inevitavelmente, será pregado na cruz antes que o galo cante três vezes e até à Páscoa. O anúncio da preparação para a chegada do Reino dos justos nunca foi muito tranquilizador, quer pelos judeus, seus prosélitos, quer pelos líderes locais, quer pelas elites imperiais, e gerou sempre desconfiança. O facto de não ser gerado tradicionalmente em cópula e ser concebido pelo milagre do mistério constitucional produz cisma sobre o que virá a pregar e sobretudo a agir. Sabe-se que de ora em diante os seus passos serão avaliados e fiscalizados em todos os seus movimentos e a sua legitimidade será aceite, ou não, conforme a sua condução dos destinos do reino. Caminhará sobre a água e, numa inspiração divina, terá de mostrar ser capaz de abrir uma faixa firme em direcção ao futuro mesmo que implique o derrubar de barreiras previamente colocadas como sabotagem política. Será sempre olhado como o “outro”, “Ecce homo”, eis o homem! O que realmente preocupa as autoridades assentes no poder é a agitação que receiam vir a provocar contra os padrões estabelecidos e que poderá redundar numa deriva pior do que a existente.
Roma, como quem diz Bruxelas, teme que a sua passagem e mensagem possam alastrar e converter outros reinos à apostasia. A Grécia olha de longe e reza a todos os oráculos o seu sucesso. Vai carregar sobre os seus ombros toda a responsabilidade de reabilitar toda uma facção desacreditada intencionalmente desde o antigo testamento, como quem diz, desde o tempo da outra senhora. Se falhar, será julgado pelo Sinédrio, pela assembleia, que lhe deu vida e o condenará à morte.
As valorações históricas e hodiernas em torno da previsível expiação de culpa deste menino devem ser muito prudentes. Manda o bom-senso que, sem preconceitos religiosos ou ideológicos, o deixemos mostrar o que vale e, numa espera serena, não fazermos generalizações ou analogias precipitadas que levem a valorizações injustas. Não sejamos o Pilatos deste tempo.

BOM DIA, PESSOAL...

UMA NOTÍCIA QUE EXPLICA MUITA COISA

(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)



“Maior parte das empresas é micro e não é rentável”


“A maior parte das empresas portuguesas é de micro dimensão e não é rentável. De acordo com os dados divulgados ontem pelo Banco de Portugal - e que serão hoje analisados numa conferência organizada pela instituição - 89% das empresas do país empregam menos de dez pessoas e têm um volume de negócios anual inferior a dois milhões de euros. Em média, a rendibilidade líquida destas empresas foi negativa no ano passado: -3% do seu volume de negócios”. Continue a ler aqui.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

ORNAMENTAÇÕES NATALÍCIAS A TODO O GÁS




Estão a avançar a toda a velocidade as decorações natalícias. Como já é costume nos últimos quinze anos, é a Câmara Municipal que patrocina e chama a si a despesa da festa. Este ano  calhou a consignação à firma de Vale de Cambra “Espectaculástico”. Segundo um funcionário da empresa, “tem tudo que estar montado até ao dia 26 deste mês”. Portanto, tudo indica que este ano as luzes de mil cores virão mais cedo para esta parte da cidade –no ano passado foram inauguradas a 6 de Dezembro.
Se for igual ao ano transacto, serão ornamentadas as Ruas Ferreira Borges, Visconde da Luz e Sofia, passando pelo Largo da Portagem e Praça 8 de Maio. As ruas estreitas e largos adjacentes levarão um arco aqui e acolá. Se porventura esta discricionariedade gera engulhos, em boa verdade, a meu ver, tem de se aceitar o que é designado já que não custa um cêntimo aos lojistas. Deveria ser igual para todos? Bom, sendo justo, isso nunca acontecerá porque não passa de um ideal irrealizável. A talhe de foice, lembro que até 2001 as ornamentações públicas, na Baixa, eram pagas pelos comerciantes de cada rua. Talvez por isso mesmo, dentro de uma certa boa-fé, entendo que a “cavalo dado não se pode olhar os dentes".


A FESTA VAI SER BONITA, PÁ

“As atuações dos DJs Diego Miranda e Francisco Cunha e da banda Clã, todas com acesso gratuito, são três dos principais destaques do programa “Luzes sobre a Baixa de Coimbra Natal e Fim de Ano 2015”, apresentado no dia 23 de novembro, em conferência de imprensa, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), pelo presidente, Manuel Machado, e os vereadores Carlos Cidade e Carina Gomes.”



TEXTOS RELACIONADOS


NOVO PAU DE BANDEIRA PARA SANTA CRUZ




Estão a ser substituídos os mastros das bandeiras da Monarquia e da República ao lado do Panteão Nacional, Igreja de Santa Cruz, e em frente ao nosso mais antigo café da cidade em actividade e com o mesmo nome da igreja onde repousam os restos mortais dos nossos primeiros reis de Portugal.
Sem ter informação completa, o que se sabe é que vão ser trocadas as bases incrustadas na calçada, por outras mais robustas, e onde encaixam os mastros. A motivação que deu origem a estas obras não se conseguiu saber. Se o tamanho é tudo, isto é, se para um rei (Dom Afonso Henriques) que usava uma espada com cerca de cinco quilos e correu os sarracenos com um pau grosso, ter um mastro daqueles, fininho, à sua porta, para além de envergonhar um republicano médio e defensor da cultura histórica e de macho-latino, poderia constituir alguma inibição e dar uma ideia errada aos turistas que nos visitam. Se foi o Rei que solicitou a alteração, assim como que a dizer (sem dizer) a Cavaco Silva que também quer ser ouvido em Belém acerca da provável indigitação do governo de António Costa, se foi o digno ocupante do paço, Manuel Machado, que em vias de novas alterações no executivo da República e antecipando o que ainda não foi decidido nem para lá caminha, definiu estas obras, não sei.

UMA ROTURA NA CALÇADA



Causada por uma rotura de água, hoje, durante a manhã e a hora indeterminada, uma enorme chuva de pedras borrifou tudo em redor na Rua do Corvo e junto ao Outlet da sapataria Romeu. Disse quem viu que foi um estrondo danado e as pedras subiram a vários metros. Felizmente, para além do susto, da interrupção no tráfego pedonal e de uma enorme cratera na calçada, não houve estragos de maior.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

BOM DIA, BAIXA! AGUENTAS-TE? ESTÁS TÃO MAGRINHA...




Quando falamos com alguém que não vem à Baixa há muito tempo, inevitavelmente, o seu lamento será assim: “Quem viu esta zona histórica e quem a vê agora! Tantos prédios degradados e tantas lojas fechadas!”
O que aconteceu à vida que esta parte histórica tinha? Ainda que naturalmente de forma subjectiva, recorrendo a factos, talvez valha a pena tentar interpretar o presente com recurso ao passado. Admito que possa ser um mero exercício de retórica e que até possa merecer pouca credibilidade, no entanto, o que vou escrever a seguir, atrasando o relógio para vinte anos atrás, é com base em acontecimentos e relatos.

1995 – 2005

Estamos em 1995. A Câmara Municipal é liderada por Manuel Machado e em representação do Partido Socialista (PS). O movimento comercial na Baixa segue o seu curso praticamente igual aos últimos vinte anos, desde 1975. As ruas estreitas e largas continuam apinhadas de transeuntes. Em 1990, Machado retira o trânsito automóvel e transforma as Ruas Ferreira Borges e Visconde da Luz em vias pedonais. Com esta proibição de trânsito automóvel começou o esvaziamento nestas artérias de muitos consultórios médicos e, talvez na subsequência, o encerramento de dois antigos cafés, o Arcádia e a Central.
No Verão de 1995, sobre orientação de Fernando Távora, que fora também o responsável pelo projecto de pedonalização das ruas largas, iniciam-se as obras de rebaixamento do piso da Praça 8 de Maio.
Se bem que por estas mudanças houvesse alguma preocupação no rosto de alguns comerciantes, que desde sempre fizeram a sua vida na zona, as novas alterações de tráfego foram abençoadas pela associação de comerciantes destas duas artérias centrais.
A abertura, dois anos antes, em 1993, das grandes superfícies Makro e Continente, no Vale das Flores, gerara também alguma apreensão e, para além de constituir um previsível rombo na clientela, era uma outra forma de concorrência difícil de acompanhar. Lideradas por César Branquinho, um comerciante com loja na Rua das Padeiras, próximo do PS e muito activo nas lides associativas –e que chegou a ser presidente da ACIC, Associação Comercial e Industrial de Coimbra-, realizaram-se umas marchas públicas contra a abertura das grandes superfícies. Estas manifestações não tiveram grande impacto nos conimbricenses, sobretudo nos consumidores que, como é hábito, buscam a novidade e, por outro lado, sempre olharam os comerciantes como bem instalados e avessos à mudança. Havia um pressentimento em alguns (poucos) lojistas de que as coisas iriam mudar a médio prazo. Sobretudo assente no pressuposto de que os clientes que vinham de fora, do concelho e do distrito, e até aqui faziam da Baixa o centro do centro, agora, com estas inaugurações das catedrais de consumo em pontos estratégicos da periferia, fariam lá as suas compras e nem chegariam a entrar na cidade. A maioria dos comerciantes continuou a assobiar para o lado e não ligou. A procura de espaços comerciais nesta zona velha continuava muito alta. Assente numa lei de arrendamento iníquo, injusta para os proprietários que não podiam alterar as rendas, os trespasses –cedência de negócio para outro- facilmente atingiam valores acima de vinte mil contos (cem mil euros) para uma pequena loja. O trespasse constituía assim uma espécie de seguro de velhice para os mercadores.

O DESGASTE DO MACHADISMO

Estamos em 1998. Manuel Machado -o “Manel das rotundas”, como chegou a ser rotulado-que fora eleito em 1990 para gerir os destinos da cidade, estava agora no terceiro mandato e começava a acusar o natural cansaço nos eleitores depois ter tomado algumas medidas conflituantes –como, por exemplo, ter colocado em concurso público e alienado o espaço do Bota-Abaixo. Faltava apenas alguém que lhe fizesse sombra, retirando-lhe o tapete do poder, e, com o beneplácito da imprensa, fosse capaz de lhe causar o desgaste necessário para o empurrar para fora de cena. Coimbra, tal como o país, sempre esteve à espera do seu Dom Sebastião para a levar para o olimpo celestial e idealizado –que se pensa ser somente no primeiro ano do resto de três mandatos. Passando o prazo de graça, e esgotada a esperança do novo salvador, até já se paga para substituir o “empecilho”. O refrão utilizado para justificar a substituição é sempre o mesmo: “a cidade está estagnada; não é ouvida em Lisboa e não consegue captar a indústria.”
Neste ano de 1998, há eleições na ACIC e, apeando uma linha socialista na direcção, quem ganha o sufrágio é um executivo conotado com os social-democratas e que tinha por líder Horácio Pina Prata, até aí presidente da ANJE, Associação Nacional de Jovens Empresários.
Pina Prata, com cerca de quarenta anos, primo de Joaquim Pina Moura, na altura, então Ministro da Economia do Governo de António Guterres, ambicioso, inteligente, sufista da dialética urbana, era o modelo do “desejado” e pronto para destituir Machado. Por outro lado, o PSD, Partido Social Democrata, que há quase uma década que não via passar o padeiro na urbe, abriu os braços e deu todo o apoio à nova estrela cintilante. E Prata, senhor de um ego maior e ávido de poder, não se fez rogado. Servindo-se da ACIC como trampolim e apoiado por elementos da sua direcção que viam nele um general de campanha –na qual me incluo-, durante três anos, raro era o dia em que os jornais locais não falavam das indirectas vindas da centenária agremiação contra o chefe do executivo na Praça 8 de Maio. Entre as duas instituições, autarquia e associação comercial, havia um latente ódio surdo entre os seus chefes de bancada que não era sequer disfarçado. Ambos sabiam que era uma luta de vida ou morte política. A cada decisão de Machado, como a construção do Elevador do Mercado, a requalificação do Mercado Municipal D. Pedro V, ou o licenciamento de novas grandes áreas comerciais, correspondia uma minuciosa e bem estudada resposta inserida numa estratégia bem urdida por parte da ACIC.

CAI MACHADO E SOBE ENCARNAÇÃO

Estamos em Dezembro de 2001 e o PSD acabou de ganhar a Câmara Municipal de Coimbra com Carlos Encarnação como presidente e Pina Prata como vice -este mantém a presidência da ACIC ex aequo com o segundo lugar na edilidade até 2005 quando se desentende com Encarnação. Ficaram célebres as contradições de Prata. Por exemplo, ao inaugurar o Retail Parque de Eiras, enquanto vice da edilidade proclamou que era uma grande vitória para o desenvolvimento de Coimbra, já como presidente da ACIC apelidou este acto de destruidor para o comércio tradicional.
Contrariamente ao esperado, gorando os anseios de muitos comerciantes, como eu, que esperavam uma obrigatória e necessária lucidez na contenção de novos licenciamentos, e alinhando nas mesmas políticas do PS, o executivo laranja, para além de nada fazer para revitalizar o tecido comercial da Baixa, continuou a licenciar mais grandes superfícies em torno da cidade e, provavelmente, transformou Coimbra na urbe nacional com mais shoppings per capita. O resultado destas desbragadas medidas políticas neoliberais foi o encerramento contínuo de grandes casas comerciais que fizeram a história da Lusa Atenas no último meio-século. A consequência deste abandono, mostrado pelas facilidades concedidas às novas centralidades e desamparo dos estabelecimentos antigos –que foram sendo substituídos por lojas chinesas-, foi a zona histórica perder paulatinamente o interesse.
A ideia utópica e megalómana do Metro Ligeiro de Superfície –subscrita por um primeiro-ministro Sócrates, desonesto, e por um presidente da Câmara local, Encarnação, aproveitador, que utilizou o projecto da Empresa Metro Mondego para ser reeleito em Outubro de 2005-, “expulsando” serviços, comércios e moradores, com a desconstrução do edificado para a futura avenida central fez o que faltava para transformar a zona numa terra de ninguém, entregue a velhos e a toxico-dependentes –como se encontra hoje. Até agora ninguém se entende.

VIRA O DISCO E TOCA O MESMO

Quer os governos, PSD-CDS e PS, quer os executivos camarários -salvo uma ou outra excepção destes últimos-, maioritariamente sempre estiveram prontos a servir e a entregar numa bandeja o comércio de rua ao grande capital. Facilitar em tudo o que se pode aos grandes investidores e criando dificuldades aos pequenos foi sempre a doutrina sagrada destes três partidos políticos. Daí não ser admiração que os centros históricos das cidades, na generalidade, se encontrem no estado decrépito em que estão. Uns e outros, social-democratas e socialistas, sabendo que agradavam aos consumidores –a maior massa abstracta de votantes- seduzidos pela ideia de progresso e com o apriorismo de que o que é tradicional cheira a bafio e a anacronismo, sempre perpassaram a fantasia de que o desenvolvimento de uma cidade era medido pelo número de centros comerciais. Por isso mesmo, apesar de declarações em contrário, continua-se, ainda hoje, a licenciar grandes superfícies. Não deixa de ser curioso e atentar no paradoxo ao citar o depoimento de Maria Manuela Leitão Marques, presidente do Observatório do Comércio na altura e com ligações ao PS, em Maio de 2002, à revista do “Comércio Alimentar”: “A questão do licenciamento de hipermercados está praticamente resolvida, já não há muito mais espaço para o seu crescimento. Com a lei actual, o excesso cometeu-se –há cidades em que se instalaram três grandes superfícies. O que não prejudica o consumidor, pode prejudicar é a rentabilidade dessas empresas. Quando existe um hipermercado, a instalação próxima de um segundo vem roubar quota de mercado ao existente; o primeiro hipermercado, obviamente, ao comércio tradicional independente. São os supermercados que mais concorrem com o comércio de proximidade e afectam as mercearias, com preços até relativamente caros, mas com grande variedade e muito bem arranjados”.



BOM DIA, PESSOAL...

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

ABRAÇA-ME E BEIJA-ME

(Imagem da Web)




Escrevi esta amostra de poema em 20 de Novembro de 2010. Achei que não parecia mal de todo recordá-lo. Ao estar a auto-citar-me, só posso estar carente. É o que é!


ABRAÇA-ME E BEIJA-ME

Se eu pudesse te escrever ou falar,
mostrar-te esta pontada negra no peito,
talvez conseguisse, quem sabe, abafar
este grito selvagem, tão insuspeito,
que me faz andar em círculo, alternar,
entre a dor, de sofrimento, e o despeito,
não consigo perceber nem alimentar
este vazio corroído, esta falta de respeito,
fizeste-me calcorrear sendas, acreditar,
que eu era único, original, um bom sujeito,
digno, que lutasse sempre para acrescentar,
continuadamente a rolar sem desaproveito,
incentivaste, disseste para eu trabalhar,
para produzir, que gozaria o meu direito,
e eu laborei, sempre fui fiel sem te acusar,
cansado, suado, deitava-me contigo no leito,
almas gémeas, dormíamos até ao despertar,
tinha pesadelos, meu sono nunca foi perfeito,
queria esquecer, para te apagar do meu pensar,
mas qual quê, durante o dia foste o meu conceito,
estou apaixonado por ti, meu reverso, sem duvidar,
não me deixes, meu bijout lunar, meu confeito,
se partires, leva-me contigo, meu penar,
abraça-me, enrosca-te a mim, sem preconceito,
não me troques por outro, não me faças chorar,
faz de mim o teu escravo, de todos, o teu eleito,
amor do meu coração, lua do meu olhar,
mira-me fundo nos olhos, vê que estou desfeito,
minha alma está arrasada, seca de tanto sangrar,
adoro-te querida, e com tudo o que és te aceito,
minha amante, ADORADA CRISE, quero te beijar!