terça-feira, 28 de junho de 2016

segunda-feira, 27 de junho de 2016

BAIXA: CRITÉRIOS QUE PEDEM EXPLICAÇÃO



Caso primeiro, neste último Sábado realizou-se mais uma Feira de Velharias na Praça do Comércio. Para quem se apercebeu, repetindo o mesmo do ano passado, no meio do recinto um automóvel de matrícula estrangeira, creio que espanhol, marcou presença no meio dos vendedores de coisas usadas e antigas. Desconheço se teria sido o caso mas, mesmo que o proprietário o quisesse retirar do local, rodeado de tendas e bancas, teria sido impossível a pretensão.
Caso segundo, durante toda esta última semana, diariamente, a Polícia Municipal –às vezes com dois carros e quatro agentes- assentou arraiais no “Bota Abaixo”, em frente à Loja do Cidadão. Excepto carga e descarga no estacionamento para o efeito e paragem de pessoas deficientes, a nenhum outro automobilista era permitida a paragem. Segundo testemunhas oculares, vários carros foram rebocados.

ANÁLISE

Com alguma ironia, começo por interrogar se os agentes não teriam confundido os locais de intervenção. Ou seja, estiveram onde não deveriam ter estado. Por outras palavras, um sítio carregado de memória, como é a Praça do Comércio, com duas igrejas, a de São Tiago do século XII e a de São Bartolomeu já reedificada, salvo erro, em meados do XIX, um pelourinho medieval, o primeiro hospital da cidade e toda uma ambiência histórica que deveria ser respeitada, embora, por vezes, lá passassem agentes, esteve entregue a si mesma e quase sempre com carros sobre a calçada destinada a peões.
Já no tocante ao Bota Abaixo, para quem não conhece, é uma espécie de porto de arribação onde tudo e todos vêm confluir. Isto é, por neste momento não haver estacionamento gratuito dentro do miolo urbano, qualquer pessoa que precise de vir tratar de qualquer assunto, compras no comércio ou até qualquer informação na Loja do Cidadão, estaciona no terreiro em frente –ou melhor, estacionava se não tivesse acontecido o que estou a relatar.

PERGUNTA A QUEM SE DIGNAR RESPONDER

Sendo directo e objectivo, por que não vale a pena perder tempo com rodeios, interrogo: isto foi uma descarada caça à multa não foi? Por amor da santa, quem estiver habilitado, numa espécie de última vontade para os condenados –para os tantos que levaram a pastilha-, no mínimo, assuma com coragem e diga que, de facto, foi mesmo. Ou então, a não ser, justifique o acto administrativo como algo de proveitoso para a comunidade.
Se por acaso não tiver argumentos à mão, pela minha conhecida generosidade, até posso ajudar. Sei lá, diga, por exemplo, que, como uma parte das coimas reverte para os cofres municipais, é preciso dinheiro para construir mais uma ponte de ciclovia; abrir a futura Via Central; requalificar a Rua da Sofia e restaurar uma dezena de prédios camarários na Baixa. E mais, digo eu: repor os milhares de euros orçamentados para as Festas da Cidade. Saliento que não estou a escrever por não estar de acordo com algumas destas obras. Nada disso! Pelo contrário, concordo com a maioria.
Acho é que deve imperar o bom-senso. E, a meu ver, isso não está acontecer.
Bom, vamos, todos, aguardar sentados –por causa da coluna- que alguém se digne responder à questão formulada.

HOJE HÁ FESTA NA CIDADE



HOJE:

27.06 SEGUNDA-FEIRA

14H30 – 17H30 PERFORMANCE, POESIA MOSTRA DE PEÇAS QUE MARCARAM A BAIXA COMERCIAL; EXPOSIÇÃO DE “ROSTOS NOSSOS (DES)CONHECIDOS”, PERSONAGENS DO QUOTIDIANO DA NOSSA BAIXA, EM COLABORAÇÃO COM O BLOGUE QUESTÕES NACIONAIS, NO “MUSEU TEMPORÁRIO DE MEMÓRIAS”, NA RUA VELHA


ROSTOS NOSSOS (DES)CONHECIDOS EM EXPOSIÇÃO




EXPOSIÇÃO PRESENTE NO "MUSEU TEMPORÁRIO DE MEMÓRIAS", NA RUA VELHA, UMA PERPENDICULAR À RUA EDUARDO COELHO, COM A COLABORAÇÃO DESTE BLOGUE




TEXTO DE APRESENTAÇÃO DE “ROSTOS NOSSOS (DES)CONHECIDOS”


Desde 2007, altura da criação do Blogue Questões Nacionais, que me preocupei sempre em dar voz aos mais humildes, aqueles que, vestidos de anonimato, com a sua idiossincrasia, calcorreiam as pedras milenares da Baixa de Coimbra e nunca são motivo de atenção pública, nem mesmo no último suspiro. Por que todos temos uma narrativa, falo com eles, ouço os seus lamentos, enalteço as suas virtudes e, romanceando com carinho, conto as suas histórias de vida. Como a justificar a sua existência silenciosa e errante entre nós, talvez com a veleidade de servirem como documento de estudo social comparativo para a posteridade, tento mostrar que são pilares da comunidade –por que, embora pareça que não, de facto, são mesmo sustentáculos. Ainda que subtilmente, a sociedade revê-se em figuras que quebram as normas societárias e alteram as rotinas e, sem dar por isso, acaba a amar os diferentes entre iguais.
A ideia que subjaz a esta iniciativa com o título “ROSTOS NOSSOS (DES)CONHECIDOS” é retirar do silêncio da clandestinidade citadina pessoas que conhecemos a fisionomia mas, para além disso, nada sabemos delas. Amam, sofrem, têm laços familiares, vivem e sobrevivem de quê? Dando-lhes visibilidade, poderemos fazer algo por elas?
A pergunta que poderemos fazer é se os vinte agora sujeitos a escrutínio popular são os mais importantes? De modo nenhum. Uma selecção implica sempre critérios de subjectividade, o que quer dizer que, no caso de outro a apurar, poderiam ser novos eleitos para figurarem nesta galeria de nomeados. De cerca de uma centena de pessoas que na última década passaram no Centro Histórico e, em sua memória intemporal, presentes no blogue –uns ainda estão entre nós e outros não-, sem desprimor para os restantes, foi escolhido este leque de notáveis. Para todos, os que fazem parte e excluídos, o que nos guia neste trabalho é um profundo respeito pela sua passagem e agradecimento por nos fazerem companhia.
Embora a última distinção caiba por inteiro à organização do “Museu Temporário de Memórias”, se posso escrever em nome dos agora representados em foto e com pequena história resumida, pela oportunidade, o meu muito obrigado.
António Luís Fernandes Quintans


ROSTOS NOSSOS (DES)CONHECIDOS


1 - IMAGEM – “MONSIEUR VELHUSTRO

Quando se pensa em antiguidades e velharias é impossível não recordarmos a imagem de Carlos Manuel Dias. Com o seu inesquecível “Velhustro” no Largo do Romal desde 1971, Carlos Dias fez parar o relógio do tempo. Nesta época de correria louca em busca obsessiva de um futuro precoce, obrigou a olhar o passado, pela memória das coisas, como a invisível super-estrutura humana.  Como arqueólogo recuperador de um passado assente em sinais marcados, ele vê à distância o que comum não logra a um palmo. Os objectos, enquanto criação de arte, elaborada, destinada a uma elite, ou vulgaridade, dirigida às massas, são extensões de nós. Por discutível que seja, somos um resultado do que temos ou o que tivemos na vida.

2 - IMAGEM – “CARLITOS PIPI

Em metáfora, as cidades são grandes jardins onde convivem harmoniosamente plantas de toda a espécie floral. A marcar a distinção entre as flores, numa beleza rude e a quebrar o situacionismo edílico, encontramos a rosa brava. O Carlos Alberto dos Santos Duarte, mais conhecido por “Carlitos Pipi” é a rosa brava da Baixa de Coimbra. Por ser diferente da maioria, como se fosse uma criança crescida, é amado e respeitado por todos e terá para sempre um lugar cativo na história da Lusa Atenas.

3 - IMAGEM – “A ÚLTIMA BOLEIRA

Até há cerca de dois anos, como relógio suíço a calendarizar o dia, fizesse chuva no nabal ou Sol na eira, impreterivelmente, todos os Sábados encontrávamos a Dona Mercês a percorrer as ruelas e becos da Baixa. À porta dos estabelecimentos comerciais ecoava o seu inconfundível pregão interrogativo “VAI UM BOLINHO DE ANÇÃ, MENINOS?”. Amiúde, por parte dos compradores, era abordada com outra pergunta: “tem cornos, Dona Mercês?”. E a septuagenária respondia: “já não tenho. Agora só dos redondos!”. Provavelmente retirada desta estimável venda ambulante pela elevada idade, a senhora Mercês deixou as ruas do Centro Histórico de Coimbra mais pobres e solitárias.

 4 - IMAGEM – “O BALADEIRO

Os artistas de rua deveriam estar para os governos autárquicos como o mar está para o pescador. Tantas vezes destratados por carregarem o anátema do vadio, não lhes é dado o valor de criadores a que, legitimamente, têm direito. Cantam, encantam, quebram o bucolismo serôdio dos transeuntes ensimesmados e animam as ruas da cidade. O João Torres, em representação excelente de classe, é um deles. Exímio intérprete das baladas de José Afonso, com uma voz potente de tenor, presumivelmente por não ser suficientemente protegido em Coimbra, debandou e procurou novas paragens onde fosse mais acarinhado e reconhecido.

5 - IMAGEM – “O HOMEM DA BICICLETA ÀS CORES

As cidades, na sua diversidade, são uma extensa galeria de arte vária. A maioria de nós não se apercebe das diferenças que subsistem entre os seus elementos. Talvez porque, por um lado, estamos inteiramente afundados nas pessoais preocupações, e, por outro, pela acultura que destrói a sensibilidade individual. Sem querer, acabamos por olhar para tudo e todos como igual e como fazendo parte da mesma massificação. Um destes quadros vivos de expressão surrealista é o Celso Loureiro, o “homem da bicicleta às cores”. Vindo dos arredores da cidade, durante vários dias da semana, faz-nos companhia e enriquece o nosso horizonte existencial.

6 – IMAGEM - “O HOMEM DO(A) CAIS

Por nos cruzarmos diariamente, há pessoas que mesmo sem as conhecermos, nem nunca termos trocado uma palavra, numa psicológica proximidade indescritível, acabamos por nos afeiçoar e, sem darmos conta, fazemos deles apoios existenciais. Aos nossos olhos, num apriorismo enganador, podem ser donos de uma simpatia invulgar ou o contrário. Quando desaparecem da nossa vista, sentindo a sua falta, com eles levam um pouco de nós e, inevitavelmente, surge a culpa de, enquanto nos encontrámos, nunca termos trocado um “bom dia”. A vender a revista Cais, o italiano Giusepe, mais conhecido por Pino, é um afectuoso calcorreante das Ruas Visconde da Luz e Ferreira Borges. Pela sua esmerada educação, humildade e distribuidor de amor ao próximo, por direito próprio, tem um lugar escrito a fogo na história da Baixa.

7 – IMAGEM - “O POPEYE

Até há cerca de um ano, com o seu andar desengonçado, voz esganiçada, roupas coloridas e boné na cabeça, o António Simões da Silva, conhecido por “Tónio Bombeiro”, foi presença assídua na Baixa. Para melhorar o seu bem-estar foi transferido para um lar da Cáritas, ali para os lados Areeiro, e, sem ele o saber, sentimos a sua falta a marcar a rotina. O “Tónio” é um daqueles figurantes carismáticos que pululavam nesta zona velha. Pessoas como ele são uma espécie de flores silvestres que nascem e vivem numa área habitacional. Pela forma desligada, na diferença, em consequência da sua leve demência imprimem uma marca inconfundível e, talvez sem o notarem, são profundamente amados pela colectividade. Tal como a imagem deixa transparecer, todos gostamos muito de ti, António.


O seu local de trabalho, incluindo escritório, loja e oficina, é na Rua da Sofia, ao ar livre. Há várias décadas que, independentemente dos humores de São Pedro, encontramos o Rui Jorge Pereira Almeida ora a plastificar documentos, ora a vender o “Borda D’água” –o verdadeiro, como sublinha com ênfase. Tem noção de que a sua profissão está ameaçada. No tocante aos plastificados, qualquer dia já ninguém passa cartão a ninguém. No referente à popular cartilha do agricultor, se, por um lado, agora é tudo científico, em grande escala, e já ninguém olha para a Lua, por outro, há quem venda gato por lebre, como quem diz, fotocópias, e rebentam-lhe com o negócio. O Rui é um carismático que, pela força da razão, ganhou um lugar entre nós.

9 – IMAGEM – “O EREMITA

Encontramo-lo muitas vezes nas ruas da cidade. Acerca de si, contam-se histórias efabuladas. Dizem que é um homem abastado, dono de grande riqueza, e senhor de grande saber intelectual. Alheio a isso tudo, talvez único nesta sociedade egoísta, renegando a materialidade e não querendo saber da opulência, só o seu coração de ouro parece prevalecer. Por ventura, contrariando os ventos do ter em prol do ser, será um eremita moderno que, com inegável louvor, merece a nossa admiração. Provavelmente sem o saber, causa-nos inveja o seu desprendimento. Por respeito à sua intrínseca forma de ser não o identificamos.

10 – IMAGEM – “A RAINHA

A sua pose formal, estudada e retocada em longas noites de insónia numa modesta casinha de uma rua estreita da Baixa de Coimbra, poderia dar em caso de estudo. Sem se saber bem onde começa a realidade e a ficção, a verdade é que Maria Teresa Pena, a “menina Teresinha” como sempre exigiu ser tratada pelos mais chegados –que os mais afastados não merecem confiança-, conquistou um lugar de relevo no quadro histórico da urbe citadina. Felizmente de boa saúde, está recolhida num lar de repouso para os lados do Norte do país. Pela sua personalidade vincada, onde a fantasia marca a intemporalidade da vida, merece um lugar de destaque.

11 –IMAGEM– “O ARDINA

Dando continuação a uma profissão que resta apenas na memória colectiva, há cerca de cinco anos a vender O Despertar, é hábito, todas as sextas-feiras, ouvirmos o seu pregão ecoar por entre sombras de recantos pitorescos da Baixa: “OLHOOOOÓ… DESPERTAR! É P’RÓ MENINO E P’RÁ MENINA! PRÓ PAI E PARA O AVOZINHO! OLHOOOOÓ… DESPERTAR!”
Victor Manuel Lucas é um “self-made-man”, um faz tudo. Desde pintar uma tela, concertar um relógio até restaurar um par de sapatos, o Victor é o paradigma do português desenrascado, trabalhador nato, e formado na faculdade da vida. Por ser quem é, merece por inteiro figurar nesta galeria de notáveis.

12 – IMAGEM – “O MÚSICO SOUL

Durante os últimos anos demos de chofre com ele a tocar viola acústica e a cantar mornas na Rua Visconde da Luz. Cabo-verdiano de nascimento, Lourenço Pina escolheu Coimbra como cidade de acolhimento. Homem de talento, onde a alma resplandece sem filtro, com a sua voz caninha a registar o compasso, por razões que a razão desconhece, por que nunca lhe foi dada uma oportunidade ou por nunca aproveitar o dom que a Natureza o bafejou, não atingiu os mínimos de artista consagrado. Durante cerca de dois anos integrou a desaparecida “Orquestra de Músicos de Rua de Coimbra”. Pela sua isotérica apresentação e companheiro da vivência da Baixa, como marca registada, o Pina ficará para sempre na nossa memória citadina.

13 –IMAGEM – “O CADACHO

Caminheiro solitário destas pedras gastas pelo tempo, Manuel Cadacho é um vigilante do efémero, do nada. Numa imaterialidade, vazio como alma em busca de um encosto, há no entanto nele algo de tangível que se adivinha. Um pouco de tudo. Uma projecção de todos nós. Já foi criança, já foi homem –no sentido da utilidade societária, porque sem préstimo o humano torna-se coisa-, já foi empregado, já foi patrão, já foi pau-mandado a troco de qualquer coisa. Já foi significado de respeito. Agora, significante de sombras, faz que faz apenas para se manter ocupado sem nada fazer. Agora, normalmente com poiso assente na Praça do Comércio, sem nada pedir, sem nada fazer, procura um simples sorriso que, para quem nada tem, pode constituir um dia de felicidade.

14 – IMAGEM – “O MÚSICO CEGO

Na Baixa da cidade passamos sem ver por imensos artistas de rua como ele. O Luís Cortez, em que o talento, como espuma de uma taça de champanhe, transborda abundantemente e se perde escorrendo em fios de displicência, é um Intérprete com maíúscula que faz da música o seu ganha-pão. Sendo invisual, os seus olhos não vêem a luz mas choram em sombras de silêncio. Mais que certo, lacrimejam com lágrimas sentidas e derramadas por um coração que sofre pela exclusão de todos nós. O mais grave é que este ostracismo é fruto, tantas vezes, de uma insensibilidade mesquinha e falta de respeito pela arte criativa que se nos apresenta ao ar livre. Em apriorismo bacoco, dando por acabado que o que é oferecido a troco de uma simples moeda não presta, fechamos nossos sentidos à revelação da verdade e fugimos do performer como o diabo da cruz. Esquecemos que, pela sua parcial eficiência, aquele trabalho é o único meio de almejar um pecúlio que o pode tornar igual a tantos de nós. Descuramos o quanto a sua função laboral é importante para transformar o dia-a-dia da Baixa de Coimbra, e, com a sua música e voz, faz a ponte entre o remanso incomodativo de uma rua vazia e o imaginário bucolismo campestre com o cantar da passarada.
O Cortez, com a sua idiossincrasia, sendo um ícone de reconhecida aptidão musical na Baixa de Coimbra, é um marco distinto na paisagem urbana.

15 – IMAGEM – “O “VAN GOGH” PORTUGUÊS

vila da Parede, Lisboa, foi o seu berço e onde deixou centenas de amigos. A par da Figueira da Foz, o seu refúgio encantado, Coimbra foi a sua segunda cidade-natal. Nestes três lugares portugueses, para além de outros, pintou obras plásticas de inegável beleza que espalharam pelo mundo a sua génese de criação pictórica e artística.
Pedro Duarte da Silva Freitas foi um artista de excelência. Na última década foi um residente do efémero e um dissidente permanente da Lusa Atenas. Homem de extraordinário talento, arrastando-se pelos interstícios da vida e por opção própria, nos últimos dois anos, andou pela Baixa de Coimbra quase sempre aos “caídos”.
Por cá e lá, deixou obras imortais projectadas em tela e aguarela que, para contemplação metafísica, eternamente nos farão companhia e impedirão que o manto do fenecimento apague a sua memória. 
Em Maio de 2016, sem se despedir, precocemente morreu sozinho como sós vivem os grandes artistas na sua clausura necessária e criadora.
Pelo seu fabuloso génio, pelo desprendimento como viveu a vida, trocando a satisfação do presente pela imprevisibilidade do amanhã, pela legitimidade conquistada na idiossincrasia, o Pedro Freitas tem um cantinho assegurado no coração da cidade e de todos quantos com ele conviveram.

16 – IMAGEM – “A ÚLTIMA TREMOCEIRA

O seu lugar reservado no lancil de pedra em frente ao desaparecido Banco Espírito Santo, a vender tremoços, amendoins e pistachos há mais de cinco décadas, está tão habituado à sua presença que um dia, que seja tarde, se lhe faltar a carga vai chorar lágrimas copiosas em amargura solidificada. Mais que certo, saído daquele bloco inerte e frio, vai ouvir-se uma voz saída das suas entranhas: “Adelaide vem cá baixo, meu amor estou aqui, sinto tanto a tua falta, que quero morrer por ti.
Maria Adelaide, uma Padeira de Aljubarrota, uma mulher do povo que, se preciso for, corre os infiéis desavergonhados com grossos impropérios, é uma resistente. Já fez de tudo um pouco, até a vender castanhas assadas na Praça 8 de Maio. Com mais de noventa anos de idade, no seu posto de sempre, ainda agora continua a trabalhar e a driblar o destino que se lhe atravesse para lhe pôr entraves a uma vida sempre a aviar. É mais conhecida na Baixa que o “Conquistador”, Dom Afonso Henriques, que repousa ali ao lado no Panteão Nacional.
Por mérito próprio, conquistado a pulso, é uma emérita representação humana da luta entre o mirrar num sofá e o estrebuchar até ao último suspiro. Gostamos muito de ti, Adelaide!  

17 – IMAGEM – “O ZÉ DA ANITA

Durante muitos anos arrumou carros junto à Loja do Cidadão. Depois, como as andorinhas em busca de terra quente, partiu e deixou de ser visto. A meio do ano passado, como a dar cumprimento ao eterno retorno, voltou ao seu antigo poiso. Como folha caída no Natal, todo o artista é senhor do mundo e o mundo não o reconhece como seu, aventa-se. Mais velho, mais acabado, não confessa por onde andou.
De voz caninha, levemente rouca e melodiosa, não fosse o caso de ser uma pessoa de fino trato, educado, bem-formado, e servil, poderia ser simplesmente mais um anónimo arrumador perdido nas sombras de todos nós. Com uma graça imanente, pelo seu carisma, pela sua forma de estar, o “Zé da Anita”, como é conhecido entre nós, marca presença vincada onde quer que esteja. Numa função social que não é considerada profissão e poucos lhe dão valor e utilidade, o “” marca a Baixa de Coimbra e este tempo hodierno, que não tendo espaço para a memória dos mais humildes, apaga tudo o que seja socialmente irrelevante.
Se o encontrarmos hoje, amanhã e depois junto à Loja do Cidadão puxemos de uma moeda e lembremo-nos que o “Zé da Anita”, para além de ser uma figura típica, é um de nós.

18 – IMAGEM – “O CRISTO NEGRO DA MARACHA

Até há cerca de meia-dúzia de anos, Anildo Monteiro, cabo-verdiano de nascimento, foi um pária, descalço e andrajoso, que, dia e noite, deambulava pela Baixa. Muito sujo, barba hirsuta e emporcalhada, vagamente se parecia com gente. Dormia num prédio abandonado no Largo da Maracha. Como pingue-pongue entre o Ministério Público e serviços hospitalares, que negavam a sua demência evidente, foram necessários muitos meses para “obrigar” a Câmara Municipal a intervir. Foi internado compulsivamente em estado de saúde degradante no Centro Hospitalar de Coimbra (Covões) onde, alegadamente, viria a falecer. Em nome do inalienável ser pessoa, um caso para reflexão.

19 –IMAGEM – “A VENDEDEIRA DE CASTANHAS

O seu lugar reservado no lancil de pedra em frente ao antigo Banco Espírito Santo, a vender tremoços, amendoins e pistachos há mais de cinco décadas, está tão habituado à sua presença que um dia, que seja tarde, se lhe faltar a carga vai chorar grossas lágrimas em amargura solidificada. Maria Adelaide, uma mulher do povo, uma Padeira de Aljubarrota que, se preciso for, corre os infiéis com impropérios, é uma resistente. Já fez de tudo um pouco, até a vender castanhas assadas na Praça 8 de Maio. Com mais de noventa anos de idade, no seu posto de sempre, ainda agora, continua a trabalhar e a driblar o destino que se lhe atravesse para lhe pôr entraves a uma vida sempre a aviar.


20 - IMAGEM – “A MULHER DO PAIXÃO


Todos os lugares habitados possuem o seu louco de estimação. Figuras típicas perpetuadas em livros e no nosso fado castiço como “loucos da cidade”, são o outro lado do espelho da nossa incomensurável loucura. Coimbra, enquanto urbe de dimensão média, teve e continua a ter os seus vários “figurões”. Adelino Paixão um dos ícones maior marca um tempo. Parceiro de madrugada de outros célebres viandantes como Daniel “Tatonas”, do Pedro e do Carlos Alberto Freire, o “Pirilau”, o Paixão deixou-nos em 2012. Para sempre ficará a sua incontornável rebeldia. Na imagem a companheira do Adelino num momento introspectivo de leitura. Atente-se na posição do dedo a indicar “O que vamos nós fazer de tanto amor?”

sábado, 25 de junho de 2016

APBC: TOMA LÁ MAIS UMA NOITE BRANCA (2)



Sem devidamente informar os comerciantes, a APBC, Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, decidiu, de per si e unilateralmente, através da imprensa diária desafiar os lojistas a estarem abertos ontem, sexta-feira, até à meia-noite. Para quem leu, a notícia veio publicada nos jornais diários da última quarta-feira. No interior, o Diário as Beiras com o título “Noites temáticas anima a Baixa” e o Diário de Coimbra com “Jogo ajuda a divulgar lojas da Baixa de Coimbra”.
Os periódicos, há três dias, informavam que nos próximos três meses, temas variados como enigmas, arte, moda, fado, teatro, durante quatro noites temáticas, na última sexta-feira de cada mês, a APBC, “para animar “os serões” quentes que prometem “ressuscitar o comércio local da zona histórica”, desafia os comerciantes a abrirem as suas portas até às 24h00.
Tanto quanto sei, para além desta informação jornalística, mais nenhuma comunicação foi passada aos comerciantes. Resultado desta acção? De um leque abrangente de cerca de 300 estabelecimentos comerciais, só 20 lojas estiveram ontem abertas até mais tarde –saliento que onze faziam parte desta iniciativa e, como parceiros, foram contactados previamente para servirem a logística dos jogos de enigma. O que, na prática, quer dizer que, para além deles, só nove colaboraram na pretensão.

HOMEM, NÃO HÁ GRAÇA QUE TE CONTENTE

Pode até parecer que, imbuído de um espírito negativista, estou simplesmente a querer mandar abaixo a diligência encetada pela APBC. Nada disso! O que pretendo é uma reflexão, caso contrário, os poucos que ainda vão colaborando nestas actividades de reanimação urbana desistem também.
Como salvaguarda, estive cá ontem e, até agora, tenho estado sempre que posso. E estando presente, quando outros colegas não estiveram porque presumivelmente não foram informados, tenho toda a legitimidade de pensar que, por parte da direcção da APBC, houve abuso de posição dominante. Transformando isto em miúdos, quero dizer que organizar uma alegoria desta envergadura sem prazo prévio, decidindo e sem contactar os visados, é o mesmo que mostrar que “eu penso, decido e espalho ao vento. Quem quiser colabora, quem não quiser é um problema dele”.
Por que a questão fundamental que se coloca é: para realizar estes eventos a APBC precisa dos comerciantes? Mais abaixo responderei a esta interrogação.

HÁ UM APBCXIT (UM DIVÓRCIO) EM MARCHA?

Há uma semana, também em parceria com outras entidades, foram organizadas pela APBC as Marchas Populares, um espectáculo cénico, de som, luz e cor, que, tal como em anos anteriores, resulta sempre em número de visitantes à Baixa. Ao apelo da agência, para manterem os estabelecimentos comerciais abertos até à meia-noite, responderam positivamente cerca de quatro dezenas de lojistas –lembro que a APBC tem cerca de 70 associados e a Baixa detém, aproximadamente, cerca de 300 estabelecimentos comerciais.

MAS, AFINAL, O QUE SE PASSA?

Há um ano atrás, em 17 de Junho de 2015, no antigo Salão Brazil e perante uma pequena audiência de comerciantes, Vitor Marques, o presidente da APBC, disse o seguinte: “A ideia é debater o futuro da APBC. Por outro lado, também receber os comerciantes. Tentámos nos últimos seis meses e apareceu uma pessoa. Esta é a segunda tentativa. Tomámos posse em Abril de 2014. A APBC é constituída por oito elementos; sete são ligados a actividades comerciais e um faz a ponte entre os anseios dos comerciantes e a Câmara Municipal. A agência tem 70 associados na actualidade”.
Já este ano, em 29 de Fevereiro, também no antigo Salão Brazil e já com uma plateia mais composta, Vitor Marques, perante a assistência, disse, preto no branco, que as noites brancas não faziam sentido e que, enquanto programa conjunto de animação entre os operadores, tinham de ser reformuladas. E foram? Fosse por compromisso prévio assumido ou não, a verdade é que tudo continua igual. Igual, como quem diz, ou melhor, diferente porque a participação dos comerciantes continua a minguar.

E POR QUE SE MANTÉM O SITUACIONISMO?

As noites brancas são um grande negócio para a hotelaria. O comércio, nestas noites de folia, é simplesmente um travesseiro a suportar o suor dos amantes. Pouco ou nada factura, esta é a questão principal. E já vem de longe esta situação. Por outro lado, os lojistas sentem-se actores de um teatro de fantoches, pouco reconhecidos, usados e mal-pagos. É preciso não esquecer que estes programas financiados por dinheiros públicos têm por objecto a dinamização do comércio. Ora, repetindo, o que está acontecer é que estas festas estão a servir exclusivamente a indústria hoteleira. E o definhamento do comércio tradicional continua.
Por outro lado, a meu ver, estes eventos estão demasiadamente politizados. Isto é, perdendo-se a objectividade, na racionalidade, defende-se para a frente. Continuando a fazer mais do mesmo, a transformar uma mentira em verdade, perpassa a ideia pública de sucesso e quem decide e apoia –no caso a Câmara Municipal, com o departamento de cultura- capitaliza dividendos. Porque, como se sabe, o que está em causa é fazer, fazer, fazer. O povo gosta de obreiros. Se os projectos estão feridos de eficácia? Bom, isso, essa discussão é para os descontentes, aqueles que questionam, poucos, que nunca se dão por satisfeitos. E para quem decide num autismo completo sem ouvir ninguém, os inconformados, que só chateiam, não contam para nada. É um mero jogo de poder. Siga a procissão que o senhor abade está a benzer o dia!

E O QUE SE PODE FAZER?
Por ventura, esta será a resposta que valeria um milhão de euros. Mas, de premissa em premissa, alcança-se a conclusão. Ou seja, sabe-se que este arquétipo das noites brancas, a envolver o comércio, já foi chão que deu uvas. Então, seguindo a lógica, se pela noite dentro os comerciantes não embarcam, porque não experimentar durante o dia? Vale a pena continuar a remar contra a maré?

HOJE HÁ FESTA NA CIDADE





HOJE:

25.06 SÁBADO | SATURDAY | SAMEDI
08H00 – FEIRA DE ANTIGUIDADES E VELHARIAS, NA PRAÇA DO COMÉRCIO

11H00 – EXPOSIÇÃO DE CARROS CLÁSSICOS, NA PRAÇA 8 DE MAIO

11H00 – 23H00 PERFORMANCE, POESIA MOSTRA DE PEÇAS QUE MARCARAM A BAIXA COMERCIAL; EXPOSIÇÃO DE “ROSTOS NOSSOS (DES)CONHECIDOS”, PERSONAGENS DO QUOTIDIANO DA NOSSA BAIXA, EM COLABORAÇÃO COM O BLOGUE QUESTÕES NACIONAIS, NO “MUSEU TEMPORÁRIO DE MEMÓRIAS”, NA RUA VELHA

22H00 | NOITE DE FOLCLORE | XVIII FESTA DE FOLCLORE | GRUPO
ETNOGRÁFICO DA REGIÃO DE COIMBRA (GERC) | PRAÇA 8 DE MAIO



ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
30.06 QUINTA-FEIRA | THURSDAY | JEUDI
22H00 | NOITE DE FADO | FADO AO CENTRO | PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
12.07 TERÇA-FEIRA | TUESDAY | MARDI
22H00 | NOITE DE FOLCLORE | GRUPO FOLCLÓRICO CANCIONEIRO
DE CANTANHEDE, BALLETT FOLCLÓRICO NACIONAL JAIME OROZCO
(COLÔMBIA) E RAUKURA – ROTORUA (NOVA ZELÂNDIA) | PRAÇA 8
DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
3.07 QUARTA-FEIRA | WEDNESDAY | MERCREDI
21H30 | NOITE DE FADO | À CAPELLA | LARGO DA FORNALHINHA
22H00 | NOITE DE CINEMA | “ROMA DE FELLINI” (1972) FEDERICO FELLINI
| FILA K CINECLUBE, MAFIA – FEDERAÇÃO CULTURAL DE COIMBRA, JAZZ
AO CENTRO CLUBE (JACC), AGÊNCIA PARA A PROMOÇÃO DA BAIXA DE
COIMBRA (APBC) E CAFÉ SANTA CRUZ | PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
14.07 QUINTA-FEIRA | THURSDAY | JEUDI
22H00 | NOITE DE FADO | FADO AO CENTRO | PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
15.07 SEXTA-FEIRA | FRIDAY | VENDREDI
22H00 | NOITE DE FOLCLORE | GRUPO FOLCLÓRICO E ETNOGRÁFICO
DE ARZILA E GRUPO FOLCLÓRICO E ETNOGRÁFICO DO BRINCA |
PRAÇA 8 DE MAIO
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16.07 SÁBADO | SATURDAY | SAMEDI
22H00 | NOITE GOSPEL | COIMBRA GOSPEL CHOIR | PRAÇA 8 DE MAIO
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20.07 QUARTA-FEIRA | WEDNESDAY | MERCREDI
22H00 | NOITE DE CINEMA | “PARIS, TEXAS” (1984) WIM WENDERS
| FILA K CINECLUBE, MAFIA – FEDERAÇÃO CULTURAL DE COIMBRA,
JAZZ AO CENTRO CLUBE (JACC), AGÊNCIA PARA A PROMOÇÃO DA
BAIXA DE COIMBRA (APBC) E CAFÉ SANTA CRUZ | PRAÇA 8 DE MAIO
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21.07 QUINTA-FEIRA | THURSDAY | JEUDI
22H00 | NOITE DE FADO | FADO AO CENTRO | PRAÇA 8 DE MAIO
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22.07 SEXTA-FEIRA | FRIDAY | VENDREDI
22H00 | NOITE DE FOLCLORE | GRUPO REGIONAL DE DANÇAS E
CANTARES DO MONDEGO E GRUPO ETNOGRÁFICO DA CASA DO
POVO DE SOUSELAS | PRAÇA 8 DE MAIO
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23.07 SÁBADO | SATURDAY | SAMEDI
22H00 | NOITE DE MÚSICA POPULAR | ASSOCIAÇÃO DE MÚSICA
POPULAR E MEDIEVAL FONTE DA PIPA | PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
27.07 QUARTA-FEIRA | WEDNESDAY | MERCREDI
21H30 | NOITE DE FADO | GRUPO ORPHEU | LARGO DO ROMAL
22H00 | NOITE DE CINEMA | “NOVA IORQUE FORA DE HORAS”
(1985) MARTIN SCORSESE | FILA K CINECLUBE, MAFIA – FEDERAÇÃO
CULTURAL DE COIMBRA, JAZZ AO CENTRO CLUBE (JACC), AGÊNCIA
PARA A PROMOÇÃO DA BAIXA DE COIMBRA (APBC) E CAFÉ SANTA
CRUZ | LARGO DO ROMAL
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28.07 QUINTA-FEIRA | THURSDAY | JEUDI
22H00 | NOITE DE FADO | FADO AO CENTRO | PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
29.07 SEXTA-FEIRA | FRIDAY | VENDREDI
22H00 | NOITE DE FOLCLORE | GRUPO FOLCLÓRICO DE TORRE DE
BERA | PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
30.07 SÁBADO | SATURDAY | SAMEDI
22H00 | NOITE DE FOLCLORE | XXIII SERÃO POPULAR | GRUPO
FOLCLÓRICO CASA DE PESSOAL DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA |
PRAÇA 8 DE MAIO
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03.08 QUARTA-FEIRA | WEDNESDAY | MERCREDI
22H00 | NOITE DE CINEMA | “NORMAN MCLAREN, FILMES DE
ANIMAÇÃO” CINE-CONCERTO JACC | FILA K CINECLUBE, MAFIA –
FEDERAÇÃO CULTURAL DE COIMBRA, JAZZ AO CENTRO CLUBE
(JACC), AGÊNCIA PARA A PROMOÇÃO DA BAIXA DE COIMBRA (APBC)
E CAFÉ SANTA CRUZ | LARGO DO POÇO
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04.08 QUINTA-FEIRA | THURSDAY | JEUDI
22H00 | NOITE DE FADO | FADO AO CENTRO | PRAÇA 8 DE MAIO
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05.08 SEXTA-FEIRA | FRIDAY | VENDREDI
22H00 | NOITE DE FOLCLORE | GRUPO FOLCLÓRICO DA CASA DO
POVO DE CEIRA | PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
06.08 SÁBADO | SATURDAY | SAMEDI
22H00 | NOITE DE MÚSICA POPULAR | I ENCONTRO DISTRITAL DE
CONCERTINAS | FOLES E CANTORIAS DE SANTA CLARA | PRAÇA 8 DE
MAIO
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10.08 QUARTA-FEIRA | WEDNESDAY | MERCREDI
21H30 | NOITE DE FADO | GRUPO ORPHEU | LARGO DO PAÇO DO
CONDE
22H00 | NOITE DE CINEMA | “ALMOÇO DE 15 DE AGOSTO” (2008)
GIANNI DI GREGORIO | FILA K CINECLUBE, MAFIA – FEDERAÇÃO
CULTURAL DE COIMBRA, JAZZ AO CENTRO CLUBE (JACC), AGÊNCIA
PARA A PROMOÇÃO DA BAIXA DE COIMBRA (APBC) E CAFÉ SANTA
CRUZ | LARGO DO PAÇO DO CONDE
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11.08 QUINTA-FEIRA | THURSDAY | JEUDI
22H00 | NOITE DE FADO | FADO AO CENTRO | PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
12.08 SEXTA-FEIRA | FRIDAY | VENDREDI
22H00 | NOITE DE FOLCLORE | GRUPO FOLCLÓRICO “CAMPONESES
DO MONDEGO” | PRAÇA 8 DE MAIO
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24.08 QUARTA-FEIRA | WEDNESDAY | MERCREDI
21H30 | NOITE DE FADO | À CAPELLA | ESCADAS DE S. TIAGO
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25.08 QUINTA-FEIRA | THURSDAY | JEUDI
22H00 | NOITE DE FADO | FADO AO CENTRO | PRAÇA 8 DE MAIO
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26.08 SEXTA-FEIRA | FRIDAY | VENDREDI
22H00 | NOITE DE FOLCLORE | GRUPO ETNOGRÁFICO CANTARES E
DANÇAS DE ASSAFARGE E GRUPO FOLCLÓRICO DE TAVEIRO | PRAÇA
8 DE MAIO
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27.08 SÁBADO | SATURDAY | SAMEDI
22H00 | NOITE DE DANÇA MODERNA | ENCONTRO DE GRUPOS
DE DANÇA MODERNA | ASSOCIAÇÃO CULTURAL E RECREATIVA DE
COIMBRA | PRAÇA 8 DE MAIO
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31.08 QUARTA-FEIRA | WEDNESDAY | MERCREDI
21H30 | NOITE DE TUNAS | ENCONTRO DE TUNAS POPULARES |
ASSOCIAÇÃO CULTURAL E RECREATIVA DE COIMBRA | ESCADAS DE
S. TIAGO
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01.09 QUINTA-FEIRA | THURSDAY | JEUDI
22H00 | NOITE DE FADO | FADO AO CENTRO | PRAÇA 8 DE MAIO
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02.09 SEXTA-FEIRA | FRIDAY | VENDREDI
22H00 | NOITE DE FOLCLORE | RANCHO TÍPICO VILA NOVA | PRAÇA
8 DE MAIO
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03.09 SÁBADO | SATURDAY | SAMEDI
22H00 | NOITE DE MÚSICA INSTRUMENTAL | SAX&COMPANHIA
– ORQUESTRA DE SOPROS DE COIMBRA | PRAÇA 8 DE MAIO
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08.09 QUINTA-FEIRA | THURSDAY | JEUDI
22H00 | NOITE DE FADO | FADO AO CENTRO | PRAÇA 8 DE MAIO
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09.09 SEXTA-FEIRA | FRIDAY | VENDREDI
22H00 | NOITE DE FOLCLORE | GRUPO FOLCLÓRICO E ETNOGRÁFICO
“AS TECEDEIRAS DE ALMALAGUÊS” | PRAÇA 8 DE MAIO
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10.09 SÁBADO | SATURDAY | SAMEDI
22H00 | NOITE DE FOLCLORE | GRUPO FOLCLÓRICO DE COIMBRA |
PRAÇA 8 DE MAIO
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15.09 QUINTA-FEIRA | THURSDAY | JEUDI
22H00 | NOITE DE FADO | FADO AO CENTRO | PRAÇA 8 DE MAIO
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16.09 SEXTA-FEIRA | FRIDAY | VENDREDI
22H00 | NOITE DE FOLCLORE | GRUPO FOLCLÓRICO E ETNOGRÁFICO
“AS MOLEIRINHAS DE CASCONHA” | PRAÇA 8 DE MAIO
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17.09 SÁBADO | SATURDAY | SAMEDI
22H00 | NOITE DE FOLCLORE | SERENATA FUTRICA | GRUPO
ETNOGRÁFICO DA REGIÃO CENTRO COM ALMA DE COIMBRA |
PRAÇA 8 DE MAIO
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22.09 QUINTA-FEIRA | THURSDAY | JEUDI
22H00 | NOITE DE FADO | FADO AO CENTRO | PRAÇA 8 DE MAIO
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23.09 SEXTA-FEIRA | FRIDAY | VENDREDI
22H00 | NOITE DE FOLCLORE | GRUPO FOLCLÓRICO “CAMPONESES
DE VILA NOVA” | PRAÇA 8 DE MAIO
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24.09 SÁBADO | SATURDAY | SAMEDI
22H00 | NOITE DE MÚSICA POPULAR | ACADEMIA DE MÚSICA DE
COIMBRA | PRAÇA 8 DE MAIO
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29.09 QUINTA-FEIRA | THURSDAY | JEUDI
22H00 | NOITE DE FADO | FADO AO CENTRO | PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
30.09 SEXTA-FEIRA | FRIDAY | VENDREDI
22H00 | NOITE DE FOLCLORE | RANCHO TÍPICO DA PALHEIRA |
PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
01.10 SÁBADO | SATURDAY | SAMEDI
22H00 | NOITE DE MÚSICA INSTRUMENTAL | ENCONTRO DE
CONCERTINAS | ASSOCIAÇÃO CULTURAL E RECREATIVA DE COIMBRA
| PRAÇA 8 DE MAIO