Estes casos em que algumas grandes superfícies
para evitar o consumo de alimentos fora de prazo de pessoas necessitadas, que
os vão apanhar nos contentores, preferem optar pela destruição com lixívia deve
dar que pensar. O que mais surpreende não é a frieza do acto mas antes a falta
de lucidez de quem manda nestas grandes áreas alimentares, que só visam o lucro
e não têm qualquer consideração pelos humanos… que muitos deles já foram seus
clientes. Quando se destroem coisas -no caso bens alimentares- tendo como
objecto apenas limitar ou coarctar o acesso de outrém a estes mesmos bens de
forma pacífica, implicitamente, está-se a passar a mensagem: não apanhem a água no riacho, vão
directamente à fonte. O que quer isto dizer? Simplesmente que ninguém se
admire se nos próximos tempos se assistir a invasões massivas de carenciados em
busca de alimentos –uma imagem recorrente em países do terceiro mundo.
Dá que pensar como é que o egoísmo cego de
quem mais tem pode legitimar e conduzir a acções de grande violência. Os tempos
que se avizinham são de grande turbulência social. Pode ser que esteja
enganado!
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