Morreu
um hipopótamo na Baixa, escrito assim, nesta forma de título, até parece
que é normal fenecerem animais desta espécie todos os dias na cidade. Como já
se viu, trata-se de uma metáfora. Vamos primeiro à notícia e depois à
especulação. A novidade crua e dura é que encerrou hoje, na Praça 8 de Maio e
com lateral para a Rua do Corvo, o Hipopótamo.
Este estabelecimento de artigos diversos, que abriu há cerca de 15 anos com artigos
na linhagem de loja de “300”,
implantou-se no antigo espaço do “Seco,
dos tabacos”.
Os proprietários de mais este lugar-comum
que desaparece agora, a família do Fernando Pereira, que conheço bem, chegaram
a ter na Baixa três estabelecimentos no género. Um na Rua Eduardo Coelho e
outro no Centro Comercial Sofia.
Embora não tivesse falado com
ninguém ligado à gerência –saliento que está anunciado nos vidros que fechou
para obras-, mas alguns vizinhos, que pediram o anonimato, afirmam que encerrou
de vez. A ser verdade, dá para antever as razões deste claudicar. Aliás, com as
novas notícias de aumentos, de IVA e TSU, anunciados ontem, é fácil de
adivinhar o que vai hoje na cabeça de muitos comerciantes.
Voltando ao hipopótamo, em
analogia, poderemos especular o que ligará este animal em vias de extinção ao
comércio de rua. Tudo e nada! É que este mamífero ungulado, pelo seu emergente
desaparecimento no planeta, tem regras de protecção e o negócio tradicional,
que todos os dias se afunda mais, com famílias inteiras a caírem na miséria, não
tem. Para o equilíbrio da natureza valerão mais estes mamíferos de África do
que o homem e a sua espécie?
1 comentário:
Eu entendo a tristeza de ver as lojas dos amigos falir. Mas estamos imersos nas sociedades globalizadas e vertiginosas. Aquele que não sabe mudar com a mesma vertigem... morre.
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