sexta-feira, 2 de maio de 2014

MORREU UM HIPOPÓTAMO NA BAIXA




Morreu um hipopótamo na Baixa, escrito assim, nesta forma de título, até parece que é normal fenecerem animais desta espécie todos os dias na cidade. Como já se viu, trata-se de uma metáfora. Vamos primeiro à notícia e depois à especulação. A novidade crua e dura é que encerrou hoje, na Praça 8 de Maio e com lateral para a Rua do Corvo, o Hipopótamo. Este estabelecimento de artigos diversos, que abriu há cerca de 15 anos com artigos na linhagem de loja de “300”, implantou-se no antigo espaço do “Seco, dos tabacos”.
Os proprietários de mais este lugar-comum que desaparece agora, a família do Fernando Pereira, que conheço bem, chegaram a ter na Baixa três estabelecimentos no género. Um na Rua Eduardo Coelho e outro no Centro Comercial Sofia.
Embora não tivesse falado com ninguém ligado à gerência –saliento que está anunciado nos vidros que fechou para obras-, mas alguns vizinhos, que pediram o anonimato, afirmam que encerrou de vez. A ser verdade, dá para antever as razões deste claudicar. Aliás, com as novas notícias de aumentos, de IVA e TSU, anunciados ontem, é fácil de adivinhar o que vai hoje na cabeça de muitos comerciantes.
Voltando ao hipopótamo, em analogia, poderemos especular o que ligará este animal em vias de extinção ao comércio de rua. Tudo e nada! É que este mamífero ungulado, pelo seu emergente desaparecimento no planeta, tem regras de protecção e o negócio tradicional, que todos os dias se afunda mais, com famílias inteiras a caírem na miséria, não tem. Para o equilíbrio da natureza valerão mais estes mamíferos de África do que o homem e a sua espécie?

1 comentário:

Anónimo disse...

Eu entendo a tristeza de ver as lojas dos amigos falir. Mas estamos imersos nas sociedades globalizadas e vertiginosas. Aquele que não sabe mudar com a mesma vertigem... morre.