quarta-feira, 21 de maio de 2014

UM COMENTÁRIO RECEBIDO SOBRE...




SuperFebras deixou um novo comentário na sua mensagem "VEJAM ESTE VÍDEO E CHOREM! CHOREM POR UMA BAIXA QU...":


Amigo:

Agradecer-lhe a colocação desta pequena-metragem no seu blogue é-me exigido, não só porque de verdade o senhor o merece, mas também para dar testemunho da educação que me foi passada e era exigida nesta mesma década de 70 pelo humilde mas Grão povo de Ribeira de Frades.
Pensarão alguns que o farei porque matei saudades. Não! De todo! As saudades, com tudo o que se passa no meu país, morrerão comigo e se na sepultura se dissiparem em compasso com a carne, por muito perdurarão, pois por aqui (no Canadá) o gelo polar, como que tentando prolongar o sofrimento ao corpo, nem de inverno permite que se abram sepulturas, tão fundo o solo empedra que a putrefação pára.
Masoquista seria se lhe agradecesse as saudades de mas ter avivado, e avivou! Mas para mim as saudades são dor! As saudades são para mim a certeza de possuir alma, pois que mais podiam meras lembranças deprimir!?!
Então, porquê tanto querer agradecer-lhe?
Agradeço-lhe o remar contra a maré. A teimosia em mudar as coisas, especialmente quando essas mudanças beneficiam um todo que hoje vive e mais beneficiará os que hão-de vir. O amar a mesma que eu amo sem que eu sinta qualquer inveja e até me regozije em saber que tantos a amam e o que mais queremos é partilhá-la! Partilhá-la mais linda, rejuvenescida mas formosa como há séculos, bem maquilhada, vestida, calçada e de braço dado com gentes de bem, longe dos cáftens (chulos) que ultimamente lhe esborratam os olhos e os lábios e com perfumes saloios lhe amansam o fétido da gonorreia comercial que lhe transmitem.
Agradeço-lhe a tentativa de me motivar para fazer algo, agradeço-lhe o abanão! E que abanão!
No documentário só reconheci uma pessoa. Não sei o seu nome mas lembro-me muito bem dele. Nunca me apercebi se era bom ou mau acordeonista mas sei que os sons por si produzidos faziam parte da sinfonia diária na azáfama Coimbrã.
O pior é que me fez aperceber que tal como a ele, a Coimbra nunca nada dei.

Meditabundo, mando-lhe um abraço

Álvaro José da Silva Pratas Leitão
Bradfor –Ontário
Canadá

********************************************


RESPOSTA DO EDITOR

Bem-haja pelo espectacular texto que me enviou e que partilho com os nossos leitores. Muito obrigado, mesmo e em dobrado, pelos seus excepcionais comentários! Olhe lá, tenho é um pequeno problema: ando um bocado frágil e, com prosa desta, facilmente as lágrimas irrompem pelos meus olhos como enxurrada de Abril.
Um enorme abraço do tamanho do oceano que nos separa.
Luís Fernandes

Sem comentários: