Segundo um agente da PSP, Polícia de Segurança
Pública, de Coimbra e que pediu o anonimato, a autarquia de Coimbra, na noite
passada, mandou anular o traço descontínuo em frente à 2ª Esquadra –e que dava
acesso directo às viaturas daquela polícia às suas instalações situadas na Rua
Olímpio Fernandes, na Baixa- e mudou para risco contínuo –isto é,
impossibilitando a sua transposição. Resultado, agora sempre que uma viatura
policial queira sair rapidamente e sem perder tempo para, por exemplo, acorrer
a um a assalto na Avenida Sá da Bandeira, a escasso meio quilómetro, se não
tiver hipótese pela estreita Rua de Montarroio, terá de ir dar a volta à Auto
Industrial, na Avenida Fernão de Magalhães, ou, mesmo sem grandes
possibilidades, inverter a marcha a meio da Rua da Sofia, e percorrer em vão, e
em contra-direcção, mais duzentos ou trezentos metros. Assim como quando
qualquer viatura da PSP vinda da Rua da Sofia e pretender aceder à esquadra
terá de ir à rotunda do Mercado D. Pedro V, a cerca de duzentos metros, e
percorrer o caminho em duplicado.
Desabafa o meu depoente em
perguntas de rectórica, “diga-me lá, será
que esta gente anda toda doida? Será que perderam o bom-senso? Então se
precisarmos de sair em grande velocidade para acudir a um qualquer
acontecimento poderemos perder uns minutos em manobras que poderão ser
essenciais na salvação de pessoas e bens? Será que isto é uma provocação para
nos mandar de aqui para fora? Se é isso, sejam claros e expulsem-nos da Baixa.
Nós vamos! Não é preciso distratarem-nos assim! É uma falta de respeito! Quase
uma ironia! Se não fosse trágico poderia dar vontade de rir. Infelizmente é
mesmo uma constatação! Valha-nos São Miguel Arcanjo, protector das polícias, para
que faça abrir estas cabeças-duras e que não vêem um palmo à frente dos olhos!”
A VERDADEIRA CAUSA
Com dificuldade cheguei ao contacto de alguém
que sabe o que motivou esta decisão. Sob anonimato aceitou responder. Vamos ler:
“Senhor António
Luís, quando se escreve deve-se ter ponderação no conteúdo e estar ciente dos
fundamentos das decisões. Qualquer veículo em emergência pode passar o risco
contínuo. Ou seja, por esta permissão legal, não há qualquer justificação no
lamento do agente.
Embora não pertença a nenhuma das entidades em questão, PSP ou Câmara Municipal de Coimbra, posso garantir de que, até agora, existia abuso na transposição do traço descontínuo. Os agentes faziam a manobra com os seus carros privados e motas para irem para o parque de estacionamento e, naturalmente porque era preciso limitar o excesso, agora não podem, como qualquer outro cidadão. Como pode entender a mensagem foi manipulada num determinado interesse.”
Embora não pertença a nenhuma das entidades em questão, PSP ou Câmara Municipal de Coimbra, posso garantir de que, até agora, existia abuso na transposição do traço descontínuo. Os agentes faziam a manobra com os seus carros privados e motas para irem para o parque de estacionamento e, naturalmente porque era preciso limitar o excesso, agora não podem, como qualquer outro cidadão. Como pode entender a mensagem foi manipulada num determinado interesse.”
1 comentário:
Será que um veículo da polícia em serviço não pode atravessar um risco contínuo? Quem ficou impedido de efetuar a manobra, veículos da PSP ou veículos particulares?
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