sexta-feira, 16 de maio de 2014

PSP DESCONTENTE COM A CÂMARA


Segundo um agente da PSP, Polícia de Segurança Pública, de Coimbra e que pediu o anonimato, a autarquia de Coimbra, na noite passada, mandou anular o traço descontínuo em frente à 2ª Esquadra –e que dava acesso directo às viaturas daquela polícia às suas instalações situadas na Rua Olímpio Fernandes, na Baixa- e mudou para risco contínuo –isto é, impossibilitando a sua transposição. Resultado, agora sempre que uma viatura policial queira sair rapidamente e sem perder tempo para, por exemplo, acorrer a um a assalto na Avenida Sá da Bandeira, a escasso meio quilómetro, se não tiver hipótese pela estreita Rua de Montarroio, terá de ir dar a volta à Auto Industrial, na Avenida Fernão de Magalhães, ou, mesmo sem grandes possibilidades, inverter a marcha a meio da Rua da Sofia, e percorrer em vão, e em contra-direcção, mais duzentos ou trezentos metros. Assim como quando qualquer viatura da PSP vinda da Rua da Sofia e pretender aceder à esquadra terá de ir à rotunda do Mercado D. Pedro V, a cerca de duzentos metros, e percorrer o caminho em duplicado.
Desabafa o meu depoente em perguntas de rectórica, “diga-me lá, será que esta gente anda toda doida? Será que perderam o bom-senso? Então se precisarmos de sair em grande velocidade para acudir a um qualquer acontecimento poderemos perder uns minutos em manobras que poderão ser essenciais na salvação de pessoas e bens? Será que isto é uma provocação para nos mandar de aqui para fora? Se é isso, sejam claros e expulsem-nos da Baixa. Nós vamos! Não é preciso distratarem-nos assim! É uma falta de respeito! Quase uma ironia! Se não fosse trágico poderia dar vontade de rir. Infelizmente é mesmo uma constatação! Valha-nos São Miguel Arcanjo, protector das polícias, para que faça abrir estas cabeças-duras e que não vêem um palmo à frente dos olhos!”

A VERDADEIRA CAUSA

Com dificuldade cheguei ao contacto de alguém que sabe o que motivou esta decisão. Sob anonimato aceitou responder. Vamos ler:
“Senhor António Luís, quando se escreve deve-se ter ponderação no conteúdo e estar ciente dos fundamentos das decisões. Qualquer veículo em emergência pode passar o risco contínuo. Ou seja, por esta permissão legal, não há qualquer justificação no lamento do agente.
Embora não pertença a nenhuma das entidades em questão, PSP ou Câmara Municipal de Coimbra, posso garantir de que, até agora, existia abuso na transposição do traço descontínuo. Os agentes faziam a manobra com os seus carros privados e motas para irem para o parque de estacionamento e, naturalmente porque era preciso limitar o excesso, agora não podem, como qualquer outro cidadão. Como pode entender a mensagem foi manipulada num determinado interesse.”


1 comentário:

Anónimo disse...

Será que um veículo da polícia em serviço não pode atravessar um risco contínuo? Quem ficou impedido de efetuar a manobra, veículos da PSP ou veículos particulares?