terça-feira, 13 de novembro de 2012

EDITORIAL: IKEA GATO





 A semana passada, quase sub-repticiamente, o executivo municipal aprovou por unanimidade um pedido de informação prévia apresentado pela sociedade IKEA no planalto de Santa Clara, junto ao Fórum Coimbra, com uma área bruta de construção de 24 mil metros quadrados, uma grande superfície direccionada para mobiliário e decoração.
Segundo o semanário Campeão das Províncias, o único jornal da cidade a noticiar a viabilidade deste acto de licenciamento, “A aprovação do pedido ocorreu mediante proposta do vereador Paulo Leitão, com base num parecer subscrito pelo director de urbanismo e pelo director do Departamento de Gestão Urbanística e Renovação Urbana (DGURU). O titular da Direcção Municipal de Administração do Território, António Cardoso, e o director do DGURU, Luís Leal, advertem que a multinacional de origem sueca deve dar garantia de concretização do denominado nó do planalto de Santa Clara (ligação à variante ao IC2 a Poente da cidade) até à emissão do alvará de licença de construção da referida loja.”
Perante este deferimento de instalação de uma nova grande superfície comercial, quando a oferta está há muito esgotada e a procura em queda livre, várias questões se levantam. Aleatoriamente, nesta altura de tão grave crise no consumo, poderemos interrogar o que faz mover esta sociedade internacional para um investimento tão elevado? Será apenas a venda de bens, ou terá outros projectos imobiliários em mente?
Outra interpelação ainda: como é possível que, perante o estado decrépito do tecido comercial, executivo e oposição, sem ouvirem as entidades representativas dos comerciantes, tenham votado em bloco e em unanimidade? Não são estes senhores eleitos e candidatos futuros que apregoam a salvação da Baixa? Já agora, para que serve a ACIC, Associação Comercial e Industrial, na cidade?
Perante o desprezo manifestado pelos órgãos eleitos camarários, para com os milhares de famílias que tentam sobreviver a comprar e a vender no concelho de Coimbra, não se deveria pensar em concorrer com uma lista independente que defendesse os comerciantes?

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