sábado, 10 de novembro de 2012

COMEÇOU O PEDITÓRIO PARA A CASA DO COMERCIANTE (4)

(Pedir para algo fundamentado e necessário não envergonha quem pede e, em contrapartida, enobrece quem dá)


 Hoje, cerca das 10h00, eu e o Arménio Pratas, pelo quarto dia, recomeçámos o peditório para a escritura e promulgação da “Casa do Comerciante da cidade de Coimbra”, e que importará em mais de 500 euros. Conseguimos 90 euros.
Durante mais de uma hora percorremos os estabelecimentos da Rua da Sofia e incluindo o Centro Comercial com o mesmo nome. Aqui tivemos um pouco de tudo o que pode alimentar esta crónica. Ou seja, tivemos vários comerciantes que não contribuíram, envolvendo um que tem outra loja em outro ponto da Baixa e que, com cara de maldisposto nos despediu sumariamente –embora, diga-se a propósito, já é costume, não constitui surpresa, e se apenas o refiro será para preencher o texto. Tivemos outros que, com grande desconfiança, na nossa cara, nos diziam que estavam fartos de serem enganados e não sabiam se estávamos a fazer a mesma coisa. Com alguma paciência –porque às vezes não há mesmo pachorra-, lá fomos dizendo que não seria o caso de certeza absoluta e as pessoas lá contribuíram com a nota arrancada um bocado a “ferros”. Entrámos em outras que era notório o desalento. Foi-nos dito que estavam ali por dias, não davam os 5 euros por que não podiam mesmo. “A situação financeira era mesmo catastrófica”, foi mesmo dito assim.
Em contrapartida, ainda dentro deste Centro Comercial Sofia tivemos uma situação que deveria envergonhar muitos comerciantes estabelecidos. Entrámos numa loja onde estava a patroa e uma funcionária. Contámos ao que íamos e a dona do pequeno estabelecimento contribuiu sem grandes pedidos de explicações. Saímos e ouvimos passos atrás de nós, e “psst”…psst”. Era a empregada “que fazia questão de contribuir para esta boa causa”. Bem tentámos demovê-la da sua intenção, mas debalde. Fazia mesmo questão de ajudar. E, perante este gesto solidário, aceitámos mesmo. Uma lição para quem a souber receber. É por isto mesmo que o mundo, apesar dos trambolhões, não cai e pula e avança. No meio de tanta gente egoísta há sempre alguém que faz questão de estender a mão. Bonito. Bonito de mais para contar.
Em resumo, embora ficassem muitas respostas “penduradas” porque o patrão não estava, deu para ver a lástima e o desânimo em que se encontra o comércio nesta outrora mais importante rua comercial da cidade.

Sem comentários: