(Pedir para algo fundamentado e necessário não envergonha quem pede e, em contrapartida, enobrece quem dá)
Hoje, cerca das 10h00, eu e o
Arménio Pratas, pelo quarto dia, recomeçámos o peditório para a escritura e
promulgação da “Casa do Comerciante da cidade de Coimbra”, e que importará em
mais de 500 euros. Conseguimos 90 euros.
Durante mais de uma hora
percorremos os estabelecimentos da Rua da Sofia e incluindo o Centro Comercial
com o mesmo nome. Aqui tivemos um pouco de tudo o que pode alimentar esta
crónica. Ou seja, tivemos vários comerciantes que não contribuíram, envolvendo
um que tem outra loja em outro ponto da Baixa e que, com cara de maldisposto
nos despediu sumariamente –embora, diga-se a propósito, já é costume, não constitui
surpresa, e se apenas o refiro será para preencher o texto. Tivemos outros que,
com grande desconfiança, na nossa cara, nos diziam que estavam fartos de serem
enganados e não sabiam se estávamos a fazer a mesma coisa. Com alguma paciência
–porque às vezes não há mesmo pachorra-, lá fomos dizendo que não seria o caso
de certeza absoluta e as pessoas lá contribuíram com a nota arrancada um bocado
a “ferros”. Entrámos em outras que era notório o desalento. Foi-nos dito que
estavam ali por dias, não davam os 5 euros por que não podiam mesmo. “A
situação financeira era mesmo catastrófica”, foi mesmo dito assim.
Em contrapartida, ainda dentro
deste Centro Comercial Sofia tivemos uma situação que deveria envergonhar
muitos comerciantes estabelecidos. Entrámos numa loja onde estava a patroa e
uma funcionária. Contámos ao que íamos e a dona do pequeno estabelecimento
contribuiu sem grandes pedidos de explicações. Saímos e ouvimos passos atrás de
nós, e “psst”…psst”. Era a empregada “que fazia questão de contribuir para esta
boa causa”. Bem tentámos demovê-la da sua intenção, mas debalde. Fazia mesmo
questão de ajudar. E, perante este gesto solidário, aceitámos mesmo. Uma lição
para quem a souber receber. É por isto mesmo que o mundo, apesar dos
trambolhões, não cai e pula e avança. No meio de tanta gente egoísta há sempre
alguém que faz questão de estender a mão. Bonito. Bonito de mais para contar.
Em resumo, embora ficassem muitas
respostas “penduradas” porque o patrão não estava, deu para ver a lástima e o
desânimo em que se encontra o comércio nesta outrora mais importante rua
comercial da cidade.
Sem comentários:
Enviar um comentário