Escrevi
esta pequena crónica em 2012.
Leia-se
e ver-se-á que, passados seis anos,
o
que se disse nessa altura, de forma premonitória,
hoje
já está acontecer.
Encerrou
ontem a "Intimissimi", na Rua Visconde da Luz.
Se
as ruas da cidade são artérias, quem as percorre, os transeuntes,
serão o sangue. Em especulação, seguindo o mesmo raciocínio, as
lojas comerciais serão a sua alma. Ora, em silogismo, se ninguém se
importa para onde vão estas "almas", que
desaparecem aos nossos olhos, o que irá acontecer à cidade?
Pelos
vistos, ninguém estará muito preocupado. É certo que, felizmente,
outros espíritos inquietos nestes lugares agora ermos surgirão,
mas, perante as rendas elevadas, durante quanto tempo? E a história
destes guerreiros que se abatem em combate, não interessa nada?
Este "usar e deitar fora", em que está transformada a paisagem urbana, diz respeito a quem? Aos senhorios? Não creio. Lá virá o tempo em que nem de borla alguém quererá exercer esta profissão na rua. Mas esta minha questão interessa para alguma coisa?
Sempre tenho cada uma... sinceramente! É preciso mesmo ter pachorra para me aturar!
Este "usar e deitar fora", em que está transformada a paisagem urbana, diz respeito a quem? Aos senhorios? Não creio. Lá virá o tempo em que nem de borla alguém quererá exercer esta profissão na rua. Mas esta minha questão interessa para alguma coisa?
Sempre tenho cada uma... sinceramente! É preciso mesmo ter pachorra para me aturar!
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