quinta-feira, 1 de março de 2018

MALHAR EM FERRO FRIO...






Escrevi esta pequena crónica em 2012.
Leia-se e ver-se-á que, passados seis anos,
o que se disse nessa altura, de forma premonitória,
hoje já está acontecer.


Encerrou ontem a "Intimissimi", na Rua Visconde da Luz.
Se as ruas da cidade são artérias, quem as percorre, os transeuntes, serão o sangue. Em especulação, seguindo o mesmo raciocínio, as lojas comerciais serão a sua alma. Ora, em silogismo, se ninguém se importa para onde vão estas "almas", que desaparecem aos nossos olhos, o que irá acontecer à cidade?
Pelos vistos, ninguém estará muito preocupado. É certo que, felizmente, outros espíritos inquietos nestes lugares agora ermos surgirão, mas, perante as rendas elevadas, durante quanto tempo? E a história destes guerreiros que se abatem em combate, não interessa nada? 
Este "usar e deitar fora", em que está transformada a paisagem urbana, diz respeito a quem? Aos senhorios? Não creio. Lá virá o tempo em que nem de borla alguém quererá exercer esta profissão na rua. Mas esta minha questão interessa para alguma coisa?
Sempre tenho cada uma... sinceramente! É preciso mesmo ter pachorra para me aturar!

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