sexta-feira, 16 de março de 2018

BAIXA: PENSO EU DE QUE...





Hoje, durante a manhã, junto às Escadas de São Tiago, na Rua Visconde da Luz, esteve -ou está- estacionado um atrelado devidamente assinalado com pinos -o quer dizer que será para se manter ali durante todo o dia. Mais que certo para recolher detritos de uma obra que está decorrer num prédio próximo do veículo na principal rua turística da cidade, o carro, como imponência ilustre, junto de um monumento nacional construído no século XII, para ali está a candidatar-se a uma foto para correr mundo.
Antes de prosseguir tenho de apresentar uma ressalva. Quando se trata de obras de requalificação, numa espécie de balanço entre escrevo ou não escrevo, tenho sempre muita dificuldade em dissertar sobre o assunto. Não gosto de ser tomado como uma espécie de fiscal que está sempre a colocar o pau na roda. Bem sei que, se não se simplificam os meios para a reconstrução logo há vozes que, com razão, se levantam, se é facilitado logo há outros, como eu agora, que reclamam. Saber onde estará a virtude será o prémio de 150 mil euros, que é o valor do Orçamento Participativo que está a decorrer na zona histórica. Com presunção e água-benta, digo eu, talvez, pesando os pressupostos, com sensibilidade para os dois lados. Isto é, tomar em conta as duas necessidades: a de reconstruir e a de manter uma artéria devidamente limpa de monos. Claro que sei, porque vejo diariamente, que apresentar as praças, largos, ruas e ruelas sem vadios com mau aspecto acampados e a conspurcar o ambiente ou automóveis estacionados ao deus dirá em tudo o que é espaço público não é prioridade para este executivo, nem para as polícias, Polícia Municipal e PSP.
Voltando ao atrelado estacionado na rua larga, quero dizer que, de certeza absoluta, sem causar obstáculo à retirada na mobilidade aos detritos, poderia ser dada outra solução a contento de todos. Ou seja, permitir que o veículo entrasse quando fosse necessário carregar e não se mantivesse ali imóvel à espera. Não podemos esquecer que a Rua Visconde da Luz, com um comprimento de cerca de quatro dezenas de metros, tem onze estabelecimentos encerrados. Por conseguinte, é de prever, não precisa de mais empecilhos que a degradem ainda mais.
Vale a pena pensar nisto?

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