Esta
noite, a horas indeterminadas, presumivelmente devido a um
curto-circuito, deflagrou um incêndio nas instalações da loja do senhor Armando, a
Coisas Antigas, na Avenida Sá da Bandeira, ao lado da Pastelaria
Marques. Tudo indica que o rastilho teria começado num corredor
lateral onde se acumulavam livros. Embora o fumo tomasse de assalto o
primeiro-andar onde residem estudantes, por cima de onde ocorreu a
deflagração, e a loja principal, tudo indica que, alegadamente,
pela pronta intervenção dos bombeiros o fogo, sendo mais fumo, não
teria causado grandes prejuízos e que possa interromper a actividade
da popular loja de artigos usados e antigos.
Segundo
o senhor Armando, o proprietário do espaço comercial, os danos não
estão cobertos pelo seguro.
O
“CAPITÃO”
Quem
anda nestas coisas de noticiar o que ocorre na via pública sabe
-porque já sentiu o mesmo- do que vou plasmar a seguir. Sempre que
se tenta obter informações para escrever, a todo o passo encontra
empecilhos com uniforme. Ora são certos agentes da PSP, que
valendo-se da farda que envergam e com isso ganhando uma importância
que não detêm, ora são bombeiros. Já na fase de rescaldo, fazendo
tudo para criar obstáculos ao desenvolvimento da reportagem, como
foi o caso agora com um funcionário do corpo de Bombeiros Sapadores, fazem questão de serem desagradáveis e a colocar-se à frente da máquina fotográfica para
impedir imagens. O que é curioso é que quando chega a televisão,
como foi também o caso, para aparecerem ao vivo e a cores, até se
chegam à frente em completa ostentação.
Conforme
transmiti ao elemento dos Bombeiros Sapadores, de que cada um faz o
seu trabalho, desde que não se estorve um ao outro conforme foi o
caso de hoje, é preciso haver respeito mútuo. É que, por acaso, só por acaso, o
camarada bombeiro estava ali numa função técnica a ganhar e eu,
contrariamente, estava ali “pro bono”, gratuitamente. Ou seja, um faz por obrigação profissional, outro, provavelmente por muita loucura associada, faz por devoção.
Sem
pedir nada em troca, deixo uma sugestão ao senhor comandante
interino da PSP de Coimbra e ao senhor comandante dos Bombeiros
Sapadores: no próximo dia 22, vai estrear o filme “O Capitão”,
que trata precisamente da condição humana, no antes e depois,
perante o deslumbramento de poder adquirido ao descobrir e vestir
uma farda de capitão que se encontrou perdida. Ou, como se escrevia
anteontem no Diário de Notícias, “Ou melhor: sobre o
exercício do poder como sistema de gestão dos símbolos -será
preciso lembrar que isso confere ao filme uma perturbante atualidade
política?”.
Portanto,
senhores responsáveis pelo comando destas pessoas que confundem
função de servir com poder, sugiro que mandem estes profissionais
ver o filme.
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