Pela boca de um amigo ligado ao comércio, a notícia
chegou-me embalada em preocupação: “já
sabes que a marca Mango está em vias de desaparecer da Rua Ferreira Borges e
assentar unicamente no Fórum? É mais um problema ligado a aumento de renda! Mais
uma grande loja que se apaga perante os nossos olhos e, como sempre na nossa
apatia, nada fazemos para o evitar. Deverias escrever sobre este assunto!”
Ao que parece, e segundo se consta, o empresário
português representante da marca espanhola, na Baixa, detém dois arrendamentos
para a mesma loja, com cinco funcionários, há, mais ou menos, 15 anos. Um dos
prédios foi vendido há largos meses para dois investidores. Na parceria, um dos
adquirentes é um nosso reconhecido empresário do sector alimentar na cidade. Na
altura, por a edificação se encontrar bastante degradada e apenas com dois
inquilinos, incluindo a Mango, foram realizadas obras de grande vulto e o
projecto, baptizado de “Borges 9”,
deu origem a um edifício universitário –residência
e neste momento os andares superiores dão guarida a 18 pessoas.
Para saber o que se passa, de facto, sem fazer
fé no diz-que-disse, coloquei a seguinte
questão a um dos parceiros neste negócio e um dos senhorios da
Mango: é verdade que o seu arrendatário está em vias de nos deixar pelo pedido exagerado
de aumento de renda?
“Não
senhor! De modo nenhum! O que se passa é que o nosso inquilino é, há muitos
anos, parte contratual num arrendamento baixo, quase residual, tendo em conta
os valores praticados nestas ruas largas. Como o senhor pode constatar fizemos
aqui um grande investimento. Ora, é justo e legítimo que reajustemos o preço.
Porém, aproveito a oportunidade para lhe dizer que estamos em negociação com o
locatário. Posso garantir-lhe que lhe pedimos uma renda racional e de bom senso
–aliás, antes de concluir a verba a propor, tive o cuidado de falar com um
comerciante nesta rua e amigo que me deu uma perspectiva dos valores actuais e
o negócio que se está a fazer. Embora ligado ao ramo alimentar, sou também
comerciante e sinto na carne os problemas. Logo, como deve calcular, faço parte
da solução. É ponto de honra, e nosso interesse, manter aqui a Mango. Somos
pessoas de trabalho. Sabemos quanto custa a vida. Viemos para a Baixa para
ajudar na sua revitalização. Como todos os que aqui ganham a vida, somos parte
interessada na sua elevação. O seu informador pode descansar porque estamos de
boa-fé. Se não houver acordo –que acredito que vai haver- a culpa não nos
poderá ser assacada. Acredite em mim!”
1 comentário:
Mas os investidores fizeram obras na Mango? É que quem lê fica com a ideia que sim...Mais uns xico espertos! Justificam o aumento com obras, só não dizem que não fizeram as obras na Mango.
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