segunda-feira, 20 de outubro de 2014

FALECEU O CÂMARA ALVES



A notícia surpreendeu-me hoje nos jornais diários da cidade: faleceu José Luís Câmara Alves. Foi há cerca de 30 anos quando, pela primeira vez, conheci este ex-docente universitário e do ensino secundário no Largo da Sé Velha. O José Luís morava na periferia e eu detinha um estabelecimento no ancestral largo. Madeirense, senhor de um trato irrepreensível, quando se expressava era numa voz assertiva, calma e ponderada. Era um Senhor com maiúscula, homem de obrigatória consulta, uma espécie de reserva moral de um sítio! Foi uma daquelas pessoas que me deixa uma grata recordação e dava gosto conversar, pela seriedade impressa e imanência espiritual de representação da paz. Sempre que falava com ele parecia-me estar a trocar impressões com um embaixador de uma qualquer embaixada distribuída pelo mundo.
De tempos-a-tempos vinha visitar-me à loja que detenho na Baixa da cidade. Não me lembro quando foi a última vez –o tempo passa tão rápido-, provavelmente teria sido entre seis meses e um ano, não sei! Inevitavelmente lá vinha à baila a vivência salatina, em redor da velha praça, a sua família e mencionando a filha mais nova a Daniela, e a menina dos seus olhos: a Real República dos Kágados. Foi fundador deste mais antigo solar estudantil da cidade e com sede na Rua Joaquim António de Aguiar.
Em nome de tantos amigos que foram surpreendidos pela sua nefasta partida, para a sua família um grande abraço de solidariedade e os nossos sentidos pêsames neste momento de dor. Até um dia, José Luís!

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