A notícia surpreendeu-me hoje nos jornais
diários da cidade: faleceu José Luís Câmara Alves. Foi há
cerca de 30 anos quando, pela primeira vez, conheci este ex-docente universitário e do ensino
secundário no Largo da Sé Velha. O José Luís morava na periferia e eu detinha
um estabelecimento no ancestral largo. Madeirense, senhor de um trato
irrepreensível, quando se expressava era numa voz assertiva, calma e ponderada.
Era um Senhor com maiúscula, homem de obrigatória consulta, uma espécie de
reserva moral de um sítio! Foi uma daquelas pessoas que me deixa uma grata recordação e dava gosto
conversar, pela seriedade impressa e imanência espiritual de representação da
paz. Sempre que falava com ele parecia-me estar a trocar impressões com um
embaixador de uma qualquer embaixada distribuída pelo mundo.
De tempos-a-tempos vinha visitar-me à loja que
detenho na Baixa da cidade. Não me lembro quando foi a última vez –o tempo
passa tão rápido-, provavelmente teria sido entre seis meses e um ano, não sei!
Inevitavelmente lá vinha à baila a vivência salatina, em redor da velha praça, a
sua família e mencionando a filha mais nova a Daniela, e a menina dos seus olhos: a Real República dos Kágados. Foi fundador deste
mais antigo solar estudantil da cidade e com sede na Rua Joaquim António de
Aguiar.
Em nome de tantos amigos que
foram surpreendidos pela sua nefasta partida, para a sua família um grande
abraço de solidariedade e os nossos sentidos pêsames neste momento de dor. Até
um dia, José Luís!
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