terça-feira, 7 de outubro de 2014

EDITORIAL: VALE TUDO?




Há uma semana, mais precisamente na terça-feira dia 30 de Setembro, uma coordenadora do CESP, Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, acompanhada com mais cerca de meia-dúzia de dirigentes e delegadas sindicais estiveram na Praça do Comércio a distribuir panfletos em que era acusada a ACIC, Associação Comercial e Industrial de Coimbra, de, desde 2009, ignorar a estrutura sindical para uma revisão salarial para o Comércio Retalhista do distrito de Coimbra. Até aqui nada de anormal. Se eu não escrever mais nada, tratou-se de uma arruada, uma manifestação de repúdio para censurar o comportamento desleixado da ACIC, enquanto entidade responsável e representativa dos empresários. Mas se eu disser que esta demonstração foi deliberadamente apresentada em frente ao estabelecimento do presidente da associação comercial o caso já muda de figura. Mais ainda, se eu revelar que os folhetos distribuídos aos transeuntes na velha praça declaravam ipsis verbis Encontro/Concentração de dirigentes e delegados sindicais do comércio, em frente à (nome da firma), loja do Presidente da ACIC” não teremos dúvidas de que estaremos perante um declarado e reiterado abuso de poder por parte do CESP, repetido na mensagem escrita. Ou seja, o Sindicato estava a confundir funções. Embora pareça a mesma coisa não é! Sendo o mesmo sujeito, estatutariamente, cumpre funções diferenciadas. Ali, na Praça do Comércio, está o comerciante no seu desempenho comercial. A mesma pessoa será o presidente da ACIC quando estiver investido em funções associativas ou dentro da sede da secular associação comercial, com sede na Avenida Sá da Bandeira.
Por muita razão que assista ao CESP –e não duvido-, este sindicato deve estar alertado para não baralhar o cu com as calças. É certo que a acção nem teve grande repercussão, no entanto a meu ver e salvo melhor opinião, este género de manifestações, confundindo o empresário com a agremiação empresarial e como se ambos fossem relapsos no cumprimento de uma obrigação, fica mal e não dignifica quem a profere. Talvez valesse a pena a direcção do CESP pensar nisto.

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