Há uma semana, mais precisamente na terça-feira
dia 30 de Setembro, uma coordenadora do CESP, Sindicato dos Trabalhadores do
Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, acompanhada com mais cerca de
meia-dúzia de dirigentes e delegadas sindicais estiveram na Praça do Comércio a
distribuir panfletos em que era acusada a ACIC, Associação Comercial e
Industrial de Coimbra, de, desde 2009, ignorar a estrutura sindical para uma
revisão salarial para o Comércio Retalhista do distrito de Coimbra. Até aqui
nada de anormal. Se eu não escrever mais nada, tratou-se de uma arruada, uma
manifestação de repúdio para censurar o comportamento desleixado da ACIC,
enquanto entidade responsável e representativa dos empresários. Mas se eu
disser que esta demonstração foi deliberadamente apresentada em frente ao
estabelecimento do presidente da associação comercial o caso já muda de figura.
Mais ainda, se eu revelar que os folhetos distribuídos aos transeuntes na velha
praça declaravam ipsis verbis “Encontro/Concentração
de dirigentes e delegados sindicais do comércio, em frente à (nome da firma),
loja do Presidente da ACIC” não teremos dúvidas de que estaremos
perante um declarado e reiterado abuso de poder por parte do CESP, repetido na
mensagem escrita. Ou seja, o Sindicato estava a confundir funções. Embora
pareça a mesma coisa não é! Sendo o mesmo sujeito, estatutariamente, cumpre funções
diferenciadas. Ali, na Praça do Comércio, está o comerciante no seu desempenho
comercial. A mesma pessoa será o presidente da ACIC quando estiver investido em
funções associativas ou dentro da sede da secular associação comercial, com
sede na Avenida Sá da Bandeira.
Por muita razão que assista ao CESP –e não
duvido-, este sindicato deve estar alertado para não baralhar o cu com as calças. É certo que a acção
nem teve grande repercussão, no entanto a meu ver e salvo melhor opinião, este
género de manifestações, confundindo o empresário com a agremiação empresarial e
como se ambos fossem relapsos no cumprimento de uma obrigação, fica mal e não
dignifica quem a profere. Talvez valesse a pena a direcção do CESP pensar
nisto.
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