sexta-feira, 31 de outubro de 2014

UMA CALÇADA ARMADILHADA




Edmar Ferreira, funcionário da firma A. Loureiro, e Gualter Oliveira, proprietário da Ourivesaria Marialva, vizinhos, porta com porta na Rua Visconde da Luz, já perderam a conta às vezes que saíram espavoridos das suas lojas para darem uma mão a alguém que se estatelou em frente aos seus estabelecimentos.
Segundo Edmar Ferreira, “sabe o que é, Luís, o passeio deu-se, cedeu, e está completamente desnivelado. As pessoas vêm descansadas e, de repente, falta-lhes chão. Ainda ontem uma senhora caiu aqui. Corri para ela e ajudei-a a erguer-se. Perguntei se tinha ficado ferida mas respondeu que não. A esfregar os joelhos, mais que certo com dores, lá seguiu a coxear em sobe e desce e em busca de uma calçada menos agressiva.
Também Gualter Oliveira está desgostoso com a armadilha que está à sua porta e acrescenta: “quando chove ficam aqui umas poças de água e ainda é pior! Isto está uma lástima!”
De salientar que, no geral, os pisos em calçada portuguesa em toda a Baixa estão uma calamidade. Os buracos com falta de pedras são incontáveis. A situação não está pior por que alguns comerciantes, dentro das suas possibilidades, vão remendando, ora calcetando, ora colocando cimento para que ninguém se magoe. Está de ver que, quando se chega a este ponto, alguma coisa não bate certo. Estes arranjos minimalistas não dão sorrisos e simpatias para o executivo? Sei lá! Se calhar não! Eu não sei nada!

(Texto enviado para conhecimento à Câmara Municipal de Coimbra)

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