Realizada pela AFERM, Associação de Folclore e Etnografia do Mondego, desde
logo de manhã e até às 18h00, está decorrer hoje a Feira da
Rainha Santa no Terreiro da Erva. Trata-se de uma recriação de um
antigo certame já desaparecido da cidade nos anéis do tempo.
Comparticipada por doze ranchos folclóricos da região, o enquadramento paisagístico das "barraquinhas" está muito bem conseguido e dá uma animação invulgar ao espaço.
À hora a que passei para provar as tentadoras guloseimas confeccionadas
pelos grupos etnográficos, por volta do meio-dia, com o Sol
envergonhado, o tempo estava ameno e agradável para passear. Sem
muito calor, havia poucos visitantes no popular largo recentemente
reclassificado pela Câmara Municipal de Coimbra e onde a toxicodependência se impõe pela negativa. Falei com alguns
membros dos populares agrupamentos e a opinião era unânime: o sítio é lindo, mas não houve
publicidade por parte do organizador, a AFERM, ou da autarquia, entidade comparticipante, para levar lá compradores.
De
facto, digo eu, a única informação mais à mãos foi a dos dois
jornais diários, Diário de Coimbra e Diário as Beiras, que falavam
desta realização. Ora, sabendo nós que, infelizmente, cada vez
menos as pessoas lêem jornais, como é que se pode entender que a
edilidade comparticipe nestes eventos mas depois não faça nada para
os promover? Não é a primeira vez que escrevo isto: nestes dias de
festa, por que não se opta por colocar três painéis grandes a
atravessar as ruas? Como exemplo, um no Largo da Portagem, outro
junto à Câmara e na entrada da Rua da Sofia e outro junto à Auto
Industrial? Se for preciso um modelo, basta ir a Aveiro, ao quarto
Domingo e sempre que se realiza a Feira de Velharias, para verificar
a eficácia da informação à antiga portuguesa. Será que em
Coimbra, por ser denominada “Cidade do Conhecimento”, é
demasiado clássico?
A
MENINA DANÇA?
Mais
logo, a partir das 21h30, teremos uma serenata futrica em homenagem à
Rainha Santa Isabel – que, como se sabe, veio passar o
fim-de-semana à Baixa da cidade e regressa amanhã ao alto de Santa
Clara. Ainda não se sabe se a esposa de D. Dinis estará de corpo e
alma no Terreiro. Há quem diga que a benfeitora é mais virada para
a transformação de flores em pão do que música em pé de dança.
Embora sem confirmação oficial, presume-se que estará presente
apenas em espírito.
Quando
baterem as 23 badaladas, silenciosas por causa do sono justo da
Rainha Santa e dos primeiros Reis de Portugal, na torre sineira da
Igreja de Santa Cruz o Anacleto, um popular polidor de esquinas da
Baixa de Coimbra, e a sua consorte Ifigénia, que, durante o dia,
trabalha na "penaixada" no Largo das Ameias e à noite, em horas extraordinárias,
labuta na Avenida Fernão de Magalhães em serviço social a dar
assistência aos mais velhinhos, estarão a ensaiar o primeiro passo de
dança no Baile da Rosa.
Vamos
lá?
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