quinta-feira, 5 de julho de 2018

HOJE A RAINHA SANTA DÁ INÍCIO A UMA VISITA À BAIXA





Pelas 19h00, a Rainha Santa Isabel, padroeira da cidade, saiu da Igreja de Santa-Clara-a-nova em direcção à igreja de Santa Cruz onde ficará acomodada até ao próximo Domingo, em que regressará à sua casa de sempre.
Não se prevêem, nem por parte da Rainha nem por parte do seu séquito, grandes compras no comércio da Baixa. Ao que tudo indica, seguindo o hábito anterior, são três dias apenas para descansar e colocar a conversa em dia com o senhor Rei Afonso Henriques e seu filho, D. Sancho I. Não se sabe ao certo se a confabulação abordará somente a política local ou política nacional.
É mais que certo que virão à baila dois assuntos. O primeiro é a razão dos vendedores (des)ambulantes de etnia cigana terem sido hoje transferidos a toda a pressa para o Largo da Maracha com a explicação sumária de que “era preciso porque se vai inaugurar qualquer coisa”. Presume-se que tem a ver com a visita, ontem, à nova meia Avenida Central.
É natural que a Rainha Santa deixe no ar perguntas ao Executivo municipal liderado por Manuel Machado:

- Não chega já de andar com esta gente aos encontrões de um lado para outro? Para quando uma solução digna e definitiva numa situação que se arrasta há quarenta anos?

E outra ainda:

- Alguém se lembra que no Largo da Maracha está um comerciante de artigos desportivos que, fosse lá por que fosse, viu o seu espaço visual invadido por tendeiros? E mais ainda: que, sem aviso prévio, está obrigado a concorrer com outros vendedores a venderem à sua porta também calçado desportivo?

E outra ainda:

- Por que razão, este ano, a distribuição de colchas emprestadas aos particulares passou para a Casa da Cultura, na Rua Pedro Monteiro, mal servida de transportes públicos?

Ao que parece algumas velhinhas, residentes aqui na Baixa, descontentes com a transferência – nos anos anteriores a cedência era feita na Casa Aninhas, na Praça 8 de Maio, e depois no Mercado Municipal – fizeram chegar à padroeira o seu desagrado.
Desconhece-se se, por todos estes atropelos societários, a Rainha irá impor penalizações em jeito de penitências. A acontecerem, é muito provável que Machado, com um megafone na varanda da Câmara Municipal, seja obrigado a pedir perdão pelos desatinos dos últimos quatro anos, mais uns meses e uns dias a todos os munícipes que se sentirem lesados pelo seu reinado, que não deixa história na vida da cidade.

Sem comentários: