Esta
semana, na noite de segunda para terça, o antigo quiosque Lobo e
agora Mellos, foi assaltado com recurso a arrombamento. Sem
especificar o montante, Guilherme Melo, o proprietário, de semblante
abatido, perante a minha interrogação do montante, foi lacónico:
“um valor muito considerável!”
Continuei
a falar com a vítima deste nefasto incidente, que, contrariamente ao
segredo inexplicável que rodeia sempre estas coisas, deve ser
público, e perguntei: posso escrever sobre o que aconteceu,
Guilherme?
-Pode!, respondeu.
-Pode!, respondeu.
Continuei
a interrogar:
-fizeste
participação na PSP?
-Não!
Para quê? Não dá em nada!
Olhe,
há cerca de dois anos e pouco fui assaltado no mesmo modo. Era tempo de festas estudantis. Foi a meio da madrugada. Só que, na altura,
vinham a entrar uns estudantes residentes no prédio e, ao meterem a
chave na fechadura, deram de chofre com um encapuzado a remexer nas
minhas coisas. Ao aperceber-se que tinha sido descoberto o
assaltante, calmamente, deixou o que estava a fazer e subiu as
escadas em direcção a um ponto de fuga, por onde, certamente, teria entrado.
Baralhados pela calmaria do energúmeno, os estudantes só deram
conta quando viram tudo remexido. Porém ele já tinha escapado!
No
dia seguinte, pela manhã, fui apresentar queixa na PSP. Reparei que
o agente, presumivelmente, estava para sair de turno. Recebeu-me com
rispidez. Começou por perguntar-me se ia participar um furto ou um
roubo. Comecei a ficar sem fôlego, estas questões jurídicas, acho
eu, não devem ser colocadas assim. Acabei por me vir embora sem
fazer nada.
No
dia seguinte voltei e, já com outro agente, apresentei a
participação.
Não
valeu de nada! Os estudantes foram ouvidos mas, como não
reconheceram o meliante, acabou por ser arquivado. Fartei-me de
caminhar para a polícia. Foi uma perda de tempo!
Já
entende por que não apresentei queixa desta vez?
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