quarta-feira, 11 de julho de 2018

BAIXA: CRÓNICA DA SEMANA PASSADA




INÍCIO DA HISTÓRIA

Na semana passada dois novos estabelecimentos surgiram no espectro comercial da Baixa. O primeiro foi o “Maximum”, na Rua da Louça, em frente ao café do Fernando, um popular centro de animação social na rua estreita.
Numa iniciativa empresarial de uma cidadã vinda da Rússia, a Júlia Prihodko, que estando presente em Portugal há cerca de oito anos já consegue falar melhor a língua de Camões que muitos que conheço, é um franchisado espanhol com um novo conceito cuja novidade é apresentar um preço único de 12 euros para qualquer produto à venda na loja.



O segundo foi o “In Vintage”, um bonito estabelecimento com réplicas de artigos vanguardistas direccionados ao turista, no antigo espaço da MEO, que encerrou há pouco tempo, ao lado da Cristal, na Rua Ferreira Borges.
Já com alguma experiência no ramo, a “In Vintage” possui já outro ponto de venda na mesma rua onde, durante muitos anos, funcionou o José de Melo, este, com artigos virados ao coleccionismo de moedas, selos e outros.


TRANSFERÊNCIAS


José António Machado, um nosso colega muito estimado, que durante décadas foi funcionário do falecido José Maria Cerveira, no desaparecido Café Arcádia, e outras tantas esteve estabelecido com um restaurante ao fundo das Escadas do Gato passou o seu negócio.
O novo adquirente é Francisco Baptista, um dinâmico empresário da restauração, que é dono do reputado Restaurante Aeminium. De mangas arregaçadas e agarrado à plaina de carpinteiro, foi um gosto vê-lo hoje todo empolgado para abrir ainda neste fim de semana próximo. Segundo as suas palavras, “vai ser uma bonita e moderna taberna portuguesa. Vai chamar-se a “Taberna da Laura”, em homenagem à minha querida avó”.


Neste fim-de-semana encerrou a sapataria Bull’s, na Rua da Louça. Tranquilizem-se os seus muitos clientes que é apenas um "até já", uma paragem por uns dias. O que se passa é que Rui Carvalho, o proprietário, vai mudar para outra loja ao lado, a dois passos, onde funcionou a “Loja do Euro”.
Sem confirmação, conseguimos apurar que, devido a um imprevisível atraso nas obras de remodelação do novo espaço, o Rui foi obrigado a fazer um pequeno interregno. Conseguimos saber também que esta pausa é breve na venda de sapatos da marca “Bull’s”.


RAINHA SANTA NOS LIVRE DA PROGRAMAÇÃO DESTE ANO



O cartaz das Festas da Cidade de Coimbra deste ano informava que a alegoria em honra da Rainha Santa se realizava entre 30 de Junho e 08 de Julho.
Tenho para mim que é sempre possível melhorar seja lá o que for. Mas, para isto acontecer, é preciso que se apresentem propostas que conduzam a uma maior eficiência – escusado será dizer que terão de ser fundamentadas.
Não me vou pronunciar sobre a programação de todos os eventos, já que não estive presente na sua maioria. Juntando algumas iniciativas empresariais, apenas à noite e na cidade, vou apenas incidir neste fim de semana, último. Foi tudo feito em simultâneo no Sábado, 07 de Julho, como se os munícipes fossem senhores do dom da ubiquidade, estar presente em toda a parte ao mesmo tempo. Para piorar, no Domingo, para além da Procissão da Rainha Santa, no regresso ao alto de Santa Clara, não aconteceu nada.
Será que a Casa da Cultura municipal estará a precisar de um programador? Por um servicito remunerado a recibo verde, e pela entrega à causa pública, conheço um sujeito que pode ajudar.

COMERCIANTES ENTREGUES A DEUS


Foi no passado 04 de Julho, Dia da Cidade, que os vendedores (des)ambulantes, há cerca de 15 anos e outros 30 a fazerem negócio junto da Loja do Cidadão, ainda era o terreno um parque de estacionamento automóvel a céu aberto, receberam guia de marcha para ocupar outro terreiro próximo, o Largo da Maracha.
Como é de prever, conseguir informações fidedignas é mais difícil que bater um papo com o Presidente da República. O pouco que se sabe é que foram transferidos a toda a pressa para o novo espaço com a explicação sumária de que “era preciso porque se vai inaugurar qualquer coisa”. São mais de quatro décadas aos tombos com estas pessoas. Num baralhar e dar de novo, num desrespeito total, por parte deste e de todos executivos do após 25 de Abril para com a venda ambulante, os vendedores são marginalizados e, de mandato em mandato, vão deixando o problema para resolver para quem vier a seguir. É de adivinhar que este poder político hodierno está à espera que eles se cansem e desistam, mas, num caso de estudo de reconhecida sobrevivência a este povo, eles adaptam-se a todos os climas e trocam-lhes as voltas.
Por outro lado, no mesmo largo há uma loja de artigos desportivos, a “Medalha de ouro”, por acaso a última sobrevivente de um ramo que foi completamente absorvido pelas grandes superfícies, que com a instalação dos tendeiros fica com a montra e porta de acesso integralmente submersa – já para não falar que os novos vizinhos estão a vender calçado desportivo alegadamente de marca.
A pergunta que emerge é: perante tanta falta de sensibilidade camarária, como é que se resolve uma coisa destas?
Este caso não servirá de paradigma para o modo com este executivo socialista encara os comerciantes? Ou seja: trata os mercadores como objectos. Não é de admirar que a Baixa comercial esteja como está, pois não?

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