(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)
REFLEXÃO:
O MEU VIVER É
MAIS IMPORTANTE QUE O TEU
É
da sociologia, quando as crises,
estrutural
ou de conjuntura económica, rebentam
os
princípios e os valores descem ao seu mais baixo
nível
de
humanidade e
ressalta
o pior que habita
dentro
de nós. Na Baixa, resultado de uma
luta
pela sobrevivência, vamos sabendo de
jogadas
pouco dignificantes entre operadores.
Sem
pretender uma supremacia no
campo
da moralidade e da ética,
nem
que fosse apenas durante um minuto,
era
bom que todos pensássemos que o Sol
quando
nasce, pelo
menos na região abrangida
pela
sua luz,
é para todos.
Valerá
a pena pensar nisto?
Segundo
dados recentemente anunciados, desde 2011 perdemos 500 caixas de
Multibanco por dia.
Depois
de, dez em dez metros, tropeçarmos com
este moderno meio de pagamento em tudo o que era rua da Baixa, com o
aforismo popular de que não há fartura que não dê em fome a vir
ao de cimo, eis que começa a ser preocupante a sua falta. Com o
encerramento da dependência da Caixa Geral de Depósitos na Rua
Ferreira Borges, num ápice, desapareceram duas máquinas de
transacções automáticas - uma
na rua larga e outra na Praça do Comércio
-
que eram um instrumento fundamental para os pequenos negócios que
não detenham terminais de recebimento. Segundo queixumes que nos vão
chegando, esta carência é mais uma machadada na pequeníssima loja
de miudezas, que, assoberbada com custos fixos, tenta evitar mais um.
Saindo o cliente com a promessa de ir levantar dinheiro, pela grande
distância a percorrer, é certo que não regressa ao ponto de
encontro.
Neste momento a servir o pequeno comércio e os turistas que nos visitam há máquinas instaladas na Loja do Cidadão, Rua da Sofia e Largo da Portagem. Num triângulo demasiado extenso, começa a gerar inquietação. Talvez o executivo municipal devesse debruçar-se sobre esta questão.
Neste momento a servir o pequeno comércio e os turistas que nos visitam há máquinas instaladas na Loja do Cidadão, Rua da Sofia e Largo da Portagem. Num triângulo demasiado extenso, começa a gerar inquietação. Talvez o executivo municipal devesse debruçar-se sobre esta questão.
ASFALTO
SUJO
(Esta imagem é de 2010, quando o Partido Socialista, na CMC, estava na oposição)
Não
é a primeira vez que escrevemos sobre a limpeza do chão que
pisamos. E também da sociedade do entulho. O que nos parece é que, nunca como até agora, as ruas,
becos, praças e largos se mostraram tão sebento. Por vezes, em
certas ruelas mais estreitas, sobretudo em dias mais quentes, o
cheiro torna-se nauseabundo.
Já
sabemos que, por declarações do vereador responsável Carlos
Cidade, os meios camarários, instrumentais e humanos, são cada vez
menos e que se vai abrir concurso para fazer face ao problema. Ainda
que se compreenda a explicação, não se pode aceitar de ânimo
leve. Para exemplificar, basta percorrer a Praça do Comércio e
verificar como se encontram as pedras da calçada onde esteve
instalada a FanZone.
Estando nós no pico turístico, Julho e Agosto, o cartão de visita que passamos a quem vistoria a cidade “Património Mundial da Humanidade” é deprimente. Como se adivinha, não traz nada de bom.
Estando nós no pico turístico, Julho e Agosto, o cartão de visita que passamos a quem vistoria a cidade “Património Mundial da Humanidade” é deprimente. Como se adivinha, não traz nada de bom.
FEIRA
DE VELHARIAS MUDOU DE LOCAL
Tal
como já tínhamos escrito anteriormente e manifestado a nossa
apreensão, pelos vistos a Feira de Velharias, que nos últimos
trinta anos se realizou na Praça do Comércio, mudou definitivamente
para o Terreiro da Erva.
É
fácil de entender os argumentos do executivo municipal que servem de
base para esta alteração. Ou sejam: que devido
ao alargamento de esplanadas na antiga praça velha o espaço se
torna cada vez mais exíguo para manter ali o certame. É
verdade, porém, pela razão apontada, não se
aceita facilmente o
que se está a fazer. A Feira de Velharias, mesmo sem qualquer apoio
municipal ao longo das suas três
décadas de existência, quer na sua
divulgação, quer no
acomodamento dos vendedores,
manteve-se relativamente
viva somente pela sua
localização privilegiada, já que os executivos, este e os
anteriores na sua totalidade, olharam sempre os expositores com
sobranceria e demérito pelo seu desempenho social na revitalização
da cidade. Agora, o que se pretende é fazer dos mercadores uma espécie de actores, que à sua custa, gratuitamente, concorram para dinamizar e salvar o investimento camarário no popular terreiro.
Embora
a pedir remodelação há muito tempo, diga-se a propósito, não era
esta alteração que se pretendia. Aliás, conforme já escrevemos,
esta mudança de local sem pensar nas consequências pode ser-lhe
fatal e ditar o enterro deste popular evento a que já todos nos
habituámos. Qualquer
pequeno investidor inexperiente sabe que o local de instalação de
um ponto de venda é uma premissa fundamental para o sucesso do
empreendimento.
Quando,
por exemplo, Aveiro continua estender a sua feira de antiguidades e
velharias por mais artérias do casco velho, e com isso a contribuir
para os cofres do município com mais taxas, Coimbra, persistindo em
não onerar o espaço público ocupado mas ao mesmo tempo abandonando e não
fazendo nada para a sua manutenção, continua a enterrar tudo o que
possa servir de ponto de apoio e revitalização à Baixa.
É pena, não é?
É pena, não é?
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