O “nosso” Manuel Ribeiro, o maior prosador
intelectual licenciado aos balcões do comércio na universidade da vida, está
internado na enfermaria de dermatologia do HUC, Hospital da Universidade de
Coimbra. Agitador do conservadorismo implantado, fundador de grandes casas
comerciais já desaparecidas, como o Eldorado, na Rua Eduardo Coelho e Adelino
Veiga, e o Infinito, na Rua da Sofia, o Ribeiro é mais reconhecido na Baixa que
o primeiro rei de Portugal, que dorme o sono dos justos na Igreja de Santa
Cruz.
Quem me chamou a atenção foram as pedrinhas da
calçada. Habituadas a serem diariamente acariciadas pelos pés do “Manel” e a ouvirem os seus discursos
contra o Grande Capital que há-de
submergir todo o comércio tradicional e a classe trabalhadora que o compõe, não
páram de chorar a sua falta.
Posso
informar que, felizmente, não é nada que faça tombar o “arranha-céus” do Ribeiro. Tanto quanto me foi confidenciado, foi
obrigado a recolher ao estaleiro para
compor uma das rodas –como quem diz
uma das pernas- que se encontrava em mau estado de conservação. “Começou por ser uma feridazita na perna
esquerda, que não dei grande confiança porque pensei logo que era um ataque descarado
da perna direita, e o problema foi esse. Uma pessoa deixa correr, não liga, e
quando dá por ela está tramado. A direita lixa tudo! Agora, em recuperação,
tenho de estar aqui em trabalhos oficinais. Aproveito este meio para transmitir
aos meus amigos que me aguardem e que não é desta que a direita me derruba.
Isso é que era bom!”
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