Costa, meu amigo desconhecido, mesmo sem ter
votado em ti, tenho tentado acreditar –e lutar contra as vozes ventosas da devastação-
que, apesar da turbulência que antecedeu a tua eleição para secretário-geral do
Partido Socialista, não és farinha do mesmo saco político que nos governou até
agora –provavelmente, às tantas, estás a chamar-me pateta, mas paciência! Olha que
chego a defender-te perante meus amigos que te esconjuram, camarada. Palavra de
honra! Podes até dizer que sofro do síndroma de Estocolmo –estás a ver, aquela
reviravolta que faz com que a vítima se afeiçoe ao algoz. Sei lá! Se calhar?!
Vou dizer-te, companheiro, talvez sejas a última espectativa que me resta antes
de me anular completamente e me fechar de uma vez por todas ao voto “obrigatório” –pelo menos para mim.
Meu caro amigo, decidi escrever-te. Mesmo que
não leias estas singelas palavras, como nem perco nem ganho, teimei na acção.
Estou a começar a perder a fé em ti, meu rapaz, sobretudo depois da tua oração caucionada. O aumento de impostos –ainda que
compreensível pelas exigências discriminatórias de Bruxelas- está a deixar-me
um amargo de boca. Esperava mais de ti, meu lampião da esperança. Sempre esperei que tratasses de emagrecer as gorduras do Estado –sabes
ao que me refiro, não sabes?- e até agora ainda não vi nada. Podes até dizer
que ainda só passaram cem dias, é verdade! Por isso mesmo, dou-te mais um tempo
para provares o que vales. Mas estás a escorregar na lama, meu cavaleiro
andante. Estás a fazer pouquíssimo para mostrar o teu valor –e olha que já
visionei o vídeo do Youtube a
explicares o Orçamento. E não me convenceste. Não vai ser com conversa fiada.
Quero acções! Quero obras, Costa!
Salvo melhor opinião, António, estás a perder
o rumo que te propuseste e fizeste anunciar aos portugueses.
A cada dia que passa, estás a tornar-te cada
vez mais parecido com o Passos Coelho, que Deus tem na terra e o mantenha
arrumadinho no cantinho da Lapa antes que destrua por completo o PSD e a
Social-democracia.
A cada dia que passa, acredita, homem de Deus,
cada vez é mais difícil recuperares e restaurares a esperança que se esvai por
entre os dedos como água da chuva. E eu até te enviei os parabéns. Para recobrares, penso, como diria o vermelho
camarada Álvaro, vais ter de banir certos comportamentos e expulsares algumas “folhas secas” do partido e mostrares
que, apesar de estares longe, na capital do império, sabes o que se passa na
província –como calculas, refiro a vergonha
que se passou em Coimbra com a falsificação das fichas de militantes e que o
Ministério Público, a coberto da Suspensão Provisória do Processo, pouco
interessado em aplicar a justiça da verdade e da cidadania, optou por aplicar
umas “multas” aos prevaricadores. Já
que os visados não se demitem, meu caro amigo, se queres dar uma ideia de
honestidade política e que não tens nada a ver com certa gente, tens de dar uma
varredela em certos salafrários cá na terrinha, em Coimbra. Se não enalteceres
a honestidade de quem denunciou e não fizeres nada, Costa, e desculpa a
franqueza, dás a parecer que, tal como outros que já passaram pelo teu lugar de
primeiro-ministro e destruíram a fé num homo-politicus
novo, és igual.
E para terminar, caro amigo desconhecido, não
podes consentir casos iguais ao do actual Ministro da Cultura, João Soares, em
que, como sabes, um seu filho foi contratado para a Câmara de Lisboa. Admito, o
processo de admissão até poderia ter sido limpo mas é preciso provar. À mulher
de César não basta ser séria. Fazer uma coisa destas é escorregar na casca da
banana. Bem sei que não é fácil. O país está cheio de vícios sistémicos.
Tem cuidado, António. Tem muito cuidado! Se queres
ganhar esta batalha –para que Portugal saia por cima- tens de ter muita atenção com as pessoas que te rodeiam. Não podes facilitar nem um milímetro.
Recebe um abraço caloroso deste teu admirador e que,
apesar do que enunciei, espera ardentemente que venças os teus objectivos. A
tua vitória é a minha. É a de Portugal!
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