Mais de seis décadas depois as humildes irmãs
das Criaditas dos Pobres abandonaram a Cozinha Económica, no Terreiro de
Mendonça. De idade avançada presumo que este facto poderia ter
contribuído para o corte com este exemplar serviço de solidariedade social
na Baixa de Coimbra. Apesar de ter tentado chegar à responsável e obter umas
palavras tal não me foi possível –o que também não é de admirar já que esta
congregação prima pela discrição e pelo fazer bem sem olhar a quem.
Sem pretender lançar achas numa fogueira silenciosa, mesmo assim ouso especular –e é mesmo pura suposição- que a
notícia no Diário as Beiras (DB), neste último 15 de Maio, pode não ser alheia
a este facto e ter feito derramar um copo que, pela indiferença de quem manda e
pode e deve tomar mais atenção, já estaria cheio há muito. Noticiava o DB, “A Associação Cozinhas Económicas Rainha
Santa Isabel alertou esta quinta-feira para a dificuldade em garantir a sustentabilidade da
instituição e disse prever um défice de cerca de 15 mil euros para
2014 devido ao número de refeições gratuitas fornecidas. Em
2013, a Associação Cozinhas Económicas Rainha Santa Isabel (ACERSI) registou 92
mil refeições fornecidas de forma gratuita, sem que tenha sido “atualizado o
apoio da Segurança Social”, fazendo com que “pela primeira vez” na direção de
Arminda Lemos, que é há quatros anos presidente da associação, o orçamento
anual preveja “um défice” de 15 mil euros. A presidente da instituição alertou
que as Cozinhas Económicas “não têm mais capacidade de resposta”, caso o número
de refeições continue a aumentar. Arminda Lemos referiu também que tem
“esperança” que a celebração de novos acordos, por parte da Segurança Social,
com outras cantinas sociais, leve a “uma redistribuição” das pessoas. “
Uma certeza posso garantir, toda a Baixa, toda
a cidade está em dívida com o altruísta e prestimoso serviço que durante mais
de seis décadas a congregação das irmãs das Criaditas dos Pobres prestaram. A
Câmara Municipal de Coimbra, mesmo que a responsável pela ordem se demita da homenagem,
deve tomar em conta uma consagração futura, por exemplo, no Dia da Cidade.
Na parte que me toca, enquanto comerciante e escrevinhador do que se passa por aqui,
em nome da Baixa, em nome de tantos pobres e desabrigados da sorte que durante
tantos anos puderam contar com o desinteressado apoio destas irmãs do bem-fazer,
o nosso MUITO OBRIGADO!
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