LEIA AQUI O DESPERTAR DESTA SEMANA
Para além do texto "REFLEXÃO: UM MILAGRE NO NATAL", deixo também as crónicas "ROSTOS NOSSOS (DES)CONHECIDOS"; "A BAIXA CHEIRA A NATAL"; e "POSSO DAR-LHE UM ABRAÇO?".
REFLEXÃO: UM MILAGRE NO NATAL
Há cerca de um ano o meu amigo, num terno
abraço e encostado no meu ombro, chorou como só quem sofre um rasgão na alma
pode lacrimejar assim. Com meio século levou a maior bofetada que um pai pode
apanhar do destino: o seu filho único, com pouco mais de 20 anos, na flor da
primavera vital, acabara de se suicidar. Que pai e mãe pode aguentar uma
tragédia assim na sua própria casa de família? Quando toda a luz existencial
dos pais estava projectada naquele jovem aparentemente cheio de felicidade,
como entender um acto derradeiro nunca até aí anunciado? Como aceitar que o seu
menino, a maior estrela dos seus
olhos, bom aluno e a finalizar o
curso universitário, a namorar como qualquer jovem da sua idade acabara de pôr
termo à vida? Mas a Natureza, ou Deus para quem acreditar, fecha uma porta e
abre uma janela. Agora com 50 anos, a esposa triste, solitária, desgostosa com
a bofetada do acaso, que eu vi há um ano atrás, hoje é uma mulher feliz: vai
ser mãe de gémeos. Depois de uma inseminação artificial bem-sucedida, dentro de
pouco tempo vai sentir nos seus braços a razão do seu viver. Só pode mesmo ser
um milagre de Natal!
ROSTOS NOSSOS (DES)CONHECIDOS: O CANTOR
Recordo-me bem dele, por volta de meados da
década de 1970, a cantar no Clube Recreativo Alma Lusitana, na Rua do Clube, em
Santa Clara, no intervalo dos bailaricos com os conjuntos musicais que ali iam
animar as “soirées” e “matinés”. Nessa altura, entre outros que
não lembro, davam cartas na cidade os grupos “Vikings”, os “Sombras”,
os “Wakers” e o “Rodrigo de Matos”. Tinha uma figura esguia e, como artista que se
preza, mantinha uma certa distância para com os seus admiradores. Não dava
autógrafos a qualquer um. Creio nunca ter falado com o Victor Santos nesses
idos anos que desapareceram nos anéis do tempo.
Há cerca de um mês comecei a vê-lo diariamente,
por aqui, a calcorrear becos, ruelas e ruas largas, entre o Largo da Portagem e
a Praça 8 de Maio. Com um grande descaramento, meti-me com o cantor que
conheci. Agora, tal como eu, muito mais velho. Conte-me lá Victor Santos, o que
é feito de si? Por onde andou nas últimas três décadas?
“Comecei
a cantar no Alma Lusitana com 10 anos, com vários agrupamentos musicais,
sobretudo nos intervalos e quando me deixavam. O gosto de cantar nasceu comigo.
Foi um talento que Deus me deu. Tive vários convites para integrar várias
bandas mas nunca calhou. Em 1984 fui para a Suíça trabalhar para um hotel.
Aconteceu ser convidado por um espanhol, o Rafael, para cantar no Casino de
Berna. E lá me estreei com muitas ovações do público presente.
Em 1989 tive um acidente grave. Fiquei com perturbações oftalmológicas
e, como via mal e para me curar, fui para França ter com a minha mãezinha. Lá
recuperei completamente a visão e em 1990 gravei o meu primeiro álbum em
cassete com música variada. Com composições de João Simões, este trabalho foi
produzido pela minha protetora. Também escrevo os meus temas. A trabalhar no
que aparecia, em pintura, colagem de papel de parede e outras atividades, em
1991 gravei um novo álbum com dez faixas, com o Américo Monteiro, agora
conhecido como Emanuel. As músicas são dele. Neste trabalho discográfico tive
muito sucesso com duas canções: “Quero-te Cigana” e a “Boneca chorona”. Quando
vou atuar pedem sempre para as cantar. São lindas estas composições! Até hoje
já gravei 10 álbuns. O meu último espetáculo foi em 12 de setembro, nos
arredores de Paris. Foi para uma associação portuguesa. Aqui na cidade, graças
ao José Simão, então presidente da junta de Freguesia de Santa Clara, já cantei
na Feira Popular para 5000 pessoas.
Cheguei a Coimbra em 15 do mês passado. Estava a passar contrariedades
por terras de Astérix. Desde 2007 que apenas vivo da receita das minhas festas.
Sinto que as pessoas não sabem de mim. Precisava de um bom empresário.
Necessito de trabalhar, de ser contratado para festas populares. Tenho tudo
para poder mostrar um bom “show” musical. O meu contacto telefónico é o número
962033522 e podem ver uma amostra dos meus trabalhos no YouTube. Tenho de
confessar, estou com muitas dificuldades. Sou muito crente. Tenho muita fé na
Rainha Santa Isabel. Peço todos os dias a Deus que me dê trabalho para eu poder
continuar a trilhar o caminho do bem. Quem sabe não teria sido Ele que o enviou
ao meu encontro? Tenho muita esperança que, por este meio de informação
pública, se abram umas janelas e eu possa passar um Natal melhor. A melhor
prenda que me poderiam dar, nesta altura, era ir à televisão! É mesmo o meu
sonho! Do fundo do coração, o meu muito obrigado!”
ROSTOS NOSSOS (DES)CONHECIDOS: O CANTOR
Recordo-me bem dele, por volta de meados da
década de 1970, a cantar no Clube Recreativo Alma Lusitana, na Rua do Clube, em
Santa Clara, no intervalo dos bailaricos com os conjuntos musicais que ali iam
animar as “soirées” e “matinés”. Nessa altura, entre outros que
não lembro, davam cartas na cidade os grupos “Vikings”, os “Sombras”,
os “Wakers” e o “Rodrigo de Matos”. Tinha uma figura esguia e, como artista que se
preza, mantinha uma certa distância para com os seus admiradores. Não dava
autógrafos a qualquer um. Creio nunca ter falado com o Victor Santos nesses
idos anos que desapareceram nos anéis do tempo.
Há cerca de um mês comecei a vê-lo diariamente,
por aqui, a calcorrear becos, ruelas e ruas largas, entre o Largo da Portagem e
a Praça 8 de Maio. Com um grande descaramento, meti-me com o cantor que
conheci. Agora, tal como eu, muito mais velho. Conte-me lá Victor Santos, o que
é feito de si? Por onde andou nas últimas três décadas?
“Comecei
a cantar no Alma Lusitana com 10 anos, com vários agrupamentos musicais,
sobretudo nos intervalos e quando me deixavam. O gosto de cantar nasceu comigo.
Foi um talento que Deus me deu. Tive vários convites para integrar várias
bandas mas nunca calhou. Em 1984 fui para a Suíça trabalhar para um hotel.
Aconteceu ser convidado por um espanhol, o Rafael, para cantar no Casino de
Berna. E lá me estreei com muitas ovações do público presente.
Em 1989 tive um acidente grave. Fiquei com perturbações oftalmológicas
e, como via mal e para me curar, fui para França ter com a minha mãezinha. Lá
recuperei completamente a visão e em 1990 gravei o meu primeiro álbum em
cassete com música variada. Com composições de João Simões, este trabalho foi
produzido pela minha protetora. Também escrevo os meus temas. A trabalhar no
que aparecia, em pintura, colagem de papel de parede e outras atividades, em
1991 gravei um novo álbum com dez faixas, com o Américo Monteiro, agora
conhecido como Emanuel. As músicas são dele. Neste trabalho discográfico tive
muito sucesso com duas canções: “Quero-te Cigana” e a “Boneca chorona”. Quando
vou atuar pedem sempre para as cantar. São lindas estas composições! Até hoje
já gravei 10 álbuns. O meu último espetáculo foi em 12 de setembro, nos
arredores de Paris. Foi para uma associação portuguesa. Aqui na cidade, graças
ao José Simão, então presidente da junta de Freguesia de Santa Clara, já cantei
na Feira Popular para 5000 pessoas.
Cheguei a Coimbra em 15 do mês passado. Estava a passar contrariedades
por terras de Astérix. Desde 2007 que apenas vivo da receita das minhas festas.
Sinto que as pessoas não sabem de mim. Precisava de um bom empresário.
Necessito de trabalhar, de ser contratado para festas populares. Tenho tudo
para poder mostrar um bom “show” musical. O meu contacto telefónico é o número
962033522 e podem ver uma amostra dos meus trabalhos no YouTube. Tenho de
confessar, estou com muitas dificuldades. Sou muito crente. Tenho muita fé na
Rainha Santa Isabel. Peço todos os dias a Deus que me dê trabalho para eu poder
continuar a trilhar o caminho do bem. Quem sabe não teria sido Ele que o enviou
ao meu encontro? Tenho muita esperança que, por este meio de informação
pública, se abram umas janelas e eu possa passar um Natal melhor. A melhor
prenda que me poderiam dar, nesta altura, era ir à televisão! É mesmo o meu
sonho! Do fundo do coração, o meu muito obrigado!”
“POSSO DAR-LHE UM ABRAÇO?”
Hoje (terça-feira), durante todo o dia, várias crianças e
adolescentes, em grupo, com cartazes a apelar ao amplexo e coletes refletores
com a marca impressa “Leos de Portugal”,
andaram nas ruas largas, Visconde da Luz e Ferreira Borges, a interpelar os
transeuntes para oferecerem um abraço.
Segundo Filipa Martins, uma das crianças
envolvidas neste projeto, “ao todo somos
vinte e cinco utentes da Casa de Formação Cristã Rainha Santa Isabel, com sede
na margem esquerda do Mondego, e fomos convidados para esta iniciativa pelo
“Leos de Portugal” –um movimento ligado à Fundação Lions Portugal, que visa a
solidariedade social “e tem por
objetivos causas filantrópicas, educativas, formativas, científicas e culturais”.
Pegando nas palavras da monitora Cláudia
Teixeira, “esta atividade está ser muito
importante para todos nós. É como se distribuíssemos doçuras a quem passa e
se cruza connosco, tantas vezes embrulhado em mil e uma preocupações.”
Quando pergunto como reagem as
pessoas responde a Filipa: “os jovens
aderem mais. Estão mais recetivos ao abraço. Já os mais velhos, talvez um
terço, resiste ao envolvimento. Julgam que queremos vender alguma coisa ou
pedir um donativo. Mas, depois de falarmos e mostrarmos os cartazes –onde se
pode ler “Abraços grátis”- alguns deles deixam-se abraçar”. Continua
Cláudia, “é uma experiência única.
Trazemos alegria para as ruas e estamos a promover a paz. Sentimo-nos como
mensageiros e agentes da fraternidade. Tendo em conta a quadra natalícia, com a
palavra e o gesto, é uma forma de distribuirmos felicidade harmonia e conforto.
Agora, faça o favor de dar e receber um forte abraço de todos nós!”
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