O gigantesco olho, colocado no meio da Praça 8
de Maio, que até há pouco tempo foi um lago com uns repuxos e por ordem directa de Manuel
Machado, presidente da Câmara Municipal de Coimbra, foi recentemente alagado,
está ser muito bem cuidado.
Sem resposta objectiva, a
curiosidade mina o pessoal. Não se sabe a que se deve a transformação e a falta
de informação está a criar pruridos, sobretudo, nos polidores de esquinas.
Depois, como sempre nestas coisas, cada um manda sua posta de pescada. Após várias hipóteses anuladas num longo leque restam duas. Uma é que ali, naquelas
águas inertes, como símbolo de redenção, estão as lágrimas de sofrimento dos
que por ali passam diariamente e vêem o estado em que se encontra o comércio e a
Baixa no seu todo. Outra, é que esta mudança traz água no bico e está ali para
gozar com Castanheira Barros, já que este advogado de Coimbra, na última sessão
aberta ao público do executivo, interrogou se Machado era da Maçonaria. É que para
os “pedreiros livres”, o olho
luminoso, da sabedoria e da providência e que tudo vê e prevê, representa o
supremo criador de todas as coisas. Segundo as alegações do “Zé Malaqueco”, “isto foi uma chapada a frio do “Manel da
Pera” para o “Castanheira da co-incineração”. O gajo é danado! Quem se mete com
ele apanha –a fazer lembrar o outro… ai, como é que se chamava o tipo que dizia
isto?...”
Seja lá por que for, a verdade é que o “olho”
está um brinquinho. Embora com alguns dias de existência, logo nesta
segunda-feira por serem perceptíveis uns papéis à tona, foi esvaziado e cheio
com nova água. Hoje, durante a tarde, dois funcionários afadigavam-se em limpar
as grades em redor. Pode ser inventiva minha mas até parece que Machado anda a
ler o que escrevo aqui no blogue e, para não me dar motivo para ferroada –já que,
depreciativamente por não saber da questiúncula, chamei cinzeiro gigante à menina do seu olho. Imagino-o a chegar à
edilidade, logo de manhã, antes de despir o sobretudo, dirigindo-se à
secretária, a primeira ordem que dá no gabinete da presidência é: “mande a brigada antifúngica inspecionar o
lago da praça. Quero aquilo sempre limpo e com a água mudada todas as semanas.
Ando com um azar danado com o Tribunal Administrativo. Só me faltava agora
virem os romenos demandarem a autarquia. Estou em crer que, não deve tardar
muito, estão a mandar para lá os miúdos tomar banho. Se lá apanham algum vírus
já estou eu à pega! Por é que tudo me acontece? São esses gajos da oposição!
Não podem com a minha imagem. Estou lindo, não estou, Maria? E sabe? É também o
meu sucesso! Essa cambada não pode com a minha fama, com o meu brilho! Que eu
ande sempre na televisão! Invejosos de uma figa!”
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