Há dias baptizei a rotunda alagada existente na Praça 8
de Maio como o “Cinzeiro” -alegoria
ao fumador, mártir da Pátria e além-fronteiras -quando as havia, é claro- que em
defesa da causa, do seu vício, preferindo quebrar que torcer, por ele, abdicando
da saúde, se entrega nos braços do fumo e por ele morre. Ora, nunca até agora
houve alguém a lembrar-se deste herói esquecido. Tanta medalha por dá cá aquela
palha, ou uma ervita, e nem uma para o fumante.
Ora, como há sempre gente reaccionária e que
não pode com o fumo alheio, está de ver e mais que certo, sabotou o meu plano.
Ou, às tantas e se calhar, não concordou com o nome –ou, sei lá, para me
desprestigiar como criador de alcunhas- e não foi de modas, jogou lá para dentro
uma mão cheia de cêntimos. Provavelmente a querer dizer que “Lago dos cêntimos” é mais apropriado.
Como não sou egoísta, e por outro lado como o monumento ainda não foi
inaugurado, cá por mim, pode ficar com esta nova denominação.
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