quinta-feira, 13 de novembro de 2014

BAIXA: INVENTEM-SE NOVOS CONCEITOS



No último Sábado, logo de manhã, fui surpreendido por um telefonema de uma funcionária do Instituto dos Registos e Notariado, da Loja do Cidadão, a informar-me de que os documentos do meu automóvel estavam na sua posse. Um munícipe de nome Pedro Silva –a quem, depois de já ter telefonado, mais uma vez, aproveito para agradecer o gesto de grande significado e cidadania- tinha encontrado o registo patrimonial próximo do espaço da antiga Triunfo e junto à Rua dos Oleiros. Foi o resultado de um estacionamento rápido e, duplamente a marcar o erro, não ter trancado o carro e deixar lá dentro os documentos.
Pelo facto de ter sabido de que havia mais papéis espalhados no local onde Pedro Silva encontrou os documentos voltei ao terreiro. Então, de uma forma impressionante que tocava a alma, perante os meus olhos estava um recanto atapetado com invólucros de seringas. Dava que pensar!
A Baixa, entre as Ruas Direita e Oleiros, nos seus becos mais esconsos e casas decrépitas, sobretudo à noite, está transformada em área pública de consumo endovenoso de drogas duras. Bem sei que a criação de uma sala de chuto assistida gera polémica. Isto mesmo se passou comigo até ver tantos depósitos de seringas vazios. Não seria melhor mudarmos o conceito? Isto é, aceitar discutir este assunto sem pré-conceitos e chegarmos a uma solução do menor custo para todos. Ou, continuando a enterrar a cabeça na areia e fazendo de conta de que não se passa nada, deveremos continuar a ignorar uma realidade que se passa à frente dos nossos olhos?

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