Há cerca de um mês, abriu a “Corina Sapataria”, na Rua Adelino Veiga.
Sobre gerência de Ana Brito e apoio do marido Luís Brito, proprietários de um
estabelecimento congénere, a sapataria “Low
Cost”, na Rua Sargento Mor, esta nova sapataria promete dar que falar na
nobre arte de aconchegar os pés. Tal como a casa-mãe, na “Corina
Sapataria” há uma preocupação: ter qualidade a baixo preço. Segundo Ana Brito, “sinceramente, estamos muito satisfeitos. No princípio,
confesso, estávamos com muito medo. Mas depois, entre o avançarmos ou estarmos
quietos, pensámos: vamos em frente. Se não der, perdemos apenas o valor de uns
meses de renda, já que o artigo existente volta para a nossa primeira loja. E
valeu a pena! O aforismo de que “quem não arrisca não petisca” aplica-se
completamente. Felizmente, estamos a petiscar!”
Há um pormenor muito interessante que ressalta
na paisagem: quem passou anteriormente na Rua Adelino Veiga, quando esta antiga
loja, que pertenceu à desaparecida Fetal, esteve encerrada, mais que certo, apercebeu-se
do quanto contribuía para o apagamento da artéria do poeta morto. Agora, com
este novo estabelecimento aberto, que dá pelo nome de "Corina" -que significa "virgem", "imaculada"-, parece que uma nova luminosidade desceu
naquele local. Não há dúvida de que as lojas comerciais, com a sua luz, cor e
movimento, são o espírito que impede que as vias pedonais, outrora tão cheias
de vida, caiam num silêncio sepulcral onde o fenecimento e a solidão são uma
constante. É uma pena que quem manda não veja, não sinta a sensibilidade, e
tenha de ser a iniciativa privada, sem apoio de espécie alguma, a desencadear a
revitalização das cidades.
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