segunda-feira, 17 de novembro de 2014

NÃO MATEM A FALECIDA

(Imagem da Web)



Esta semana mais uma mulher morreu às mãos do seu companheiro, de cerca de sessenta anos. Tal como muitos outros, este homicídio foi seguido de suicídio do assassino.
O que está acontecer à geração de homens nascidos nas décadas de 1950, 60 e 70? O estudo e diagnóstico já foram feitos até à exaustão. Segundo parece, por parte do autor, predominam os factores da baixa auto-estima, o ciúme, a obsessão e a posse. Por já tanto ter sido dito e escrito, não vou continuar a bater no ferro molhado. Na qualidade de mais de meio-século e a sentir na carne um problema que muitos daqueles sentiram, que é o partir uma família a meio, dividir os bens por dois o que aparentemente, pelo sonho e sacrifício na sua obtenção, era indivisível, julgo-me no direito e na obrigação de, ainda que paternalista, escrever umas frases simples: não molestemos nem matemos a companheira de uma vida! Respeitemos o falecimento de um amor que morreu. Façamos o luto com coragem na dor que toca os dois. Honremos as memórias, o lado bom que a vida em comum nos deu. Os filhos alguma vez perdoarão um matricida? No nosso egoísmo, pensemos neles. Uma separação e a divisão do património não são o fim de tudo. Apesar de já um pouco velhos, há sempre alguém disposto a recomeçar tudo de novo. Façam como eu. Embora triste, aceitando a inevitabilidade do destino, estou bem!


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