terça-feira, 18 de novembro de 2014

COGITANDO SOBRE...

(Imagem da Web)



Num convite que muito me honra, fui desafiado a colaborar n’O Campeão com uma página semanal. Suponho, a primeira interrogação que o leitor fará é que mal terá feito à administração do jornal para merecer levar comigo desta forma continuada. A segunda, embora interesse pouco, é saber quem é o escriba. Se na primeira não me posso pronunciar, na seguinte devo apresentar-me. Como actividade profissional principal, sou comerciante na Baixa da cidade. Como ocupação secundária escrevo sem ser escritor. No mesmo modelo deste agora encetado, colaboro com O Despertar há cerca de três anos. Como todos os homens têm sempre um “vício”, creio, o meu é garatujar. Em metáfora, sou uma espécie de ladrilhador feito pelo tempo e que pela sua experiência empírica, mosaico a mosaico, compõe os painéis da sua vida passada, presente e futura. Nesta com a prosápia de se julgar presciente. Portanto, do mesmo modo ou parecido, sou um fraseador. Um contador de histórias do homem da rua. Com muito gosto por me sentir útil, uma espécie de muro das lamentações na zona onde estou inserido. Através da junção das palavras que me são ditas, torno públicas as suas aflições, contentamentos e sonhos. Por sentir que estou a fazer feliz alguém, nem que seja por um dia, sinto-me muito bem. Escrevo por mim mas sempre direccionado para o outro.
Como se vê, não sou jornalista. Ninguém espere que seja independente. Sério sim, mas parcial! As minhas crónicas serão sempre de influência e tentando atingir um objectivo –que é o de sensibilizar o poder decisório para alguém ou grupo em particular ou, no geral, pelo bem comum. Sem partido político, ou ideologia de esquerda ou direita, sou liberal por convicção, no verdadeiro sentido de respeitar a idiossincrasia, a forma de ser, de cada um. Mesmo na dificuldade em conseguir, faço tudo para ser credível e honesto. Sou um coleccionador de sonhos desfeitos. Sem me alongar, já tentei realizar muitos mas, como se o destino me colocasse à prova no sofrimento e estando embrenhado na angústia poder falar dele, ficaram pelo caminho. Como os governos do futuro, ninguém espere de mim nada de novo. Sou mais do mesmo. Ainda que de forma diferente, pelo amadorismo implícito, talvez seja mais apaixonado na descrição.
Em resumo, até me tornar intragável, espero que me aturem um tempo. Muito obrigado pela oportunidade.

Sem comentários: