Letras
Nomadas Cigana deixou um novo comentário na sua mensagem
"COIMBRA,
CAPITAL DA VENDA AMBULANTE COM ARTE, SEGU...":
Deve pensar que é a última bolacha do pacote, se o incomoda, exija condições, não critique. Agora se o racismo lhe está a subir à pele, já é feio da sua parte.
RESPOSTA
DO EDITOR
Começo
por lhe agradecer o comentário. Agradeço-lhe também que não
contamine a discussão, manipulando o seu objecto, com frases como
“agora
se o racismo lhe está a subir à pele, já é feio da sua parte”.
Relembro-lhe
que a venda ambulante, em Coimbra, não é apenas composta por
vendedores de etnia cigana, há pessoas (ou houve, porque a maioria
desistiu) de várias origens.
Como
ressalva, gostava de lhe dizer que, contrariamente ao que parece
aflorar, estamos do mesmo lado da barricada, ou seja, escrevendo por
mim, procuramos uma solução digna para um problema que exige
respeitabilidade para um sector que precisa urgentemente de ser
disciplinado com regras. O deixa-andar, num incomodativo deixa-correr
por parte de quem manda, é querer provocar o conflito e a guerra
entre os estabelecidos e os precários. Uns e outros, sem qualquer
supremacia, merecem respeito.
Continuando,
no referente à sua expressão “se
o incomoda, exija
condições, não critique”,
claro que me incomoda ver o estado deprimente a que chegaram os
espaços dedicados à venda ambulante (fixa). Por isso mesmo, perante várias alterações do Regulamento
do sector que redundam sempre em faz-de-conta, em operações de
cosmética, em mentiras indecentes,
tenho vindo a denunciar a forma despudorada como se
faz pouco
de quem tenta ganhar a vida honestamente, a quem chamo os vendedores
da esperança perdida.
O
objectivo desta não-acção
é, claramente, o extermínio de uma profissão que sempre foi e deve
continuar a ser respeitada.
Há
cerca de vinte anos que escrevo sobre o procedimento
do poder político local eleito para com os vendedores ambulantes.
Perante a apatia de entidades
responsáveis, este tratamento indecoroso transforma a urbe em
cidade
do ridículo. E você? O que tem feito para alterar a situação?
Tem feito alguma coisa? Ou a sua rebelião assenta só na premissa do
racismo?
Fundei
o blogue em 2007 e, como pode ler aqui,
mais aqui,
ali, e mais ali,
e outra vez ali,
e mais ali,
e ali,
e ainda aqui,
e outra vez aqui,
as minhas crónicas, na direcção de ser justo,
vão sempre no sentido de se atribuir a cada um o que é de justiça.
Claro que a um direito corresponde sempre uma obrigação. Quero
dizer que quem vende na rua deve ser tratado com equidade,com regras
iguais, sem falso paternalismo que não é mais do que uma
discriminação disfarçada
e aviltante.
Por
parte dos executivos camarários, desde o início de 1970 e com maior
acutilância no final do milénio, perseguem
uma metodologia assente no “chutar”
as pessoas de um lado para o outro como se fossem coisas – no
último meio século, num raio de cinquenta metros no Bota-abaixo,
junto à Loja do Cidadão, já mudaram os vendedores ciganos três
vezes. É um processo que se alicerça no ostracismo, na exclusão,
na indiferença que fere, no previsível cansaço
dos operadores. Basta lembrar que na Praça do Comércio, no
início de 2000, eram cerca de uma dúzia de pessoas. Hoje, só dois
vendedores se mantêm em actividade.
Para
derrota destes políticos da treta – e é um elogio sincero, não sendo a primeira vez que o manifesto – com os vendedores ciganos nunca
conseguiram levar à sua rendição.
Para terminar, se permite a opinião, já que escreve bem e sabe expressar o que lhe vai na alma, junte a sua voz à minha e, juntos através da escrita, “pressionemos” o actual executivo para, concedendo espaços dignos e com direitos e obrigações, dar nobreza a quem comercializa na rua.
Deixe lá a carta do racismo, essa já não cola em parte nenhuma e limite-se a agradecer os benefícios que os contribuintes dão a muitos "espertalhões" da sua etnia.
Cumprimentos
Para terminar, se permite a opinião, já que escreve bem e sabe expressar o que lhe vai na alma, junte a sua voz à minha e, juntos através da escrita, “pressionemos” o actual executivo para, concedendo espaços dignos e com direitos e obrigações, dar nobreza a quem comercializa na rua.
Miguel deixou
um novo comentário na sua mensagem "COIMBRA,
CAPITAL DA VENDA AMBULANTE COM ARTE, SEGU...":
Deixe lá a carta do racismo, essa já não cola em parte nenhuma e limite-se a agradecer os benefícios que os contribuintes dão a muitos "espertalhões" da sua etnia.
Cumprimentos
Sem comentários:
Enviar um comentário