(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)
REFLEXÃO: O POPULISMO EM CADEIA
Foi
no semanário Expresso deste último fim-de-semana que, numa longa
entrevista, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando
Medina, revelou que pretendia uma redução drástica do preço dos
passes sociais na zona metropolitana. Ou seja, de cerca de 60 euros
passariam para 40.
Para
isto acontecer, defendia uma cabimentação em Orçamento Geral do
Estado (OGE) em cerca de 60 milhões de euros. Como um erro é sempre
acompanhado de um outro ou vários, veio logo a seguir o presidente
da Junta Metropolitana do Porto defender o mesmo para a cidade invicta. Porque quando se trata de mamar à custa do Orçamento para
conquistar votos todos querem um lugar na fila, logo o presidente da
Câmara Municipal de Braga veio colocar o dedo na ferida: “não
poderia haver qualquer tipo de discriminação entre os municípios
portugueses”.
Em
face de um previsível chumbo pelo Tribunal Constitucional,
apressou-se o Governo a anunciar a medida a todo o país. Segundo
declarações do ministro do Ambiente, previsivelmente, serão
inscritos no OGE 60 milhões de euros para Lisboa, entre os 15 e os 20 milhões para o
Porto e entre os 5 e 10 milhões para o restante todo nacional.
Ontem,
o
presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses,
Manuel
Machado, presidente
do agrupamento e, ex-aequo, presidente da Câmara Municipal de
Coimbra, apressou-se
a apoiar a medida governamental com a seguinte declaração:
“Encaro
como positivo. É uma leitura correta, dado que o Orçamento do
Estado é fruto da coleta dos impostos de todos os cidadãos
portugueses”.
Apenas
para exemplificar, se levarmos em conta que, conforme foi publicado
nos jornais locais, a população da área de Assafarge, a cinco
quilómetros da cidade dos estudantes, a partir das 19h00 não pode contar com transportes colectivos, podemos aceitar as declarações de
Manuel Machado como justas? Devemos ou não desvalorizar o frete ao
seu partido? E, transversalmente
ao país,
onde cabe a defesa dos munícipes lesados pela política
governamental de financiar por inteiro os transportes das duas únicas
zonas
metropolitanas de Lisboa e Porto?
A
meses de duas importantes eleições, Europeias e Legislativas, vale
tudo? Pelos vistos, vale mesmo! É
o populismo em marcha!
Termino
com uma citação de Albert Camus: “A
política é constituída por homens sem ideias e sem grandeza.”
ADEUSINHO
MÊS DE AGOSTO
Lentamente,
como caracol em folha de couve, o ano percorre o seu tempo. Como
nevoeiro que se instala e depressa se evapora, o mês de Agosto chegou ao fim. Com o seu final anunciado foi-se um pouco de nós. É
como se com ele fosse um pouco da nossa vida e o passado fosse mais
passado. É certo que ao escrever isto estou a ser parcial, afinal
comemoro o aniversário neste mês e talvez seja por isso que sinto a
nostalgia, o sentimento da melancolia, ou talvez uma saudade de um
marco que dura pouco e é tão marcante na minha existência.
É
tão curto o mês de Agosto! É talvez a unidade de tempo mais
desejada e, no entanto, como gelado que se come rapidamente em
lambidelas de prazer, parece esvair-se por entre os dedos. Quase sem
darmos por isso, à noite, verificamos que o pôr-do-sol se instala
mais cedo e o crepúsculo poético, aquele prazer que nos invade em
entrar pela agradável noite dentro, avisa que, até ao final do ano,
vai ser cada vez mais rigoroso a cortar na luz solar.
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quiser ler mais clique em cima desta frase.
SOPRAR
VELAS COM MUITO FÔLEGO
Numa
feliz e bonita iniciativa, na
semana passada,
um grupo de trabalhadoras da arte de comprar e vender surpreenderam o
“velho
lobo”
do comércio, José Marques, com um bolo, duas velinhas e o cantar de
parabéns. Sempre alheio a fotografias, talvez porque apanhado de
surpresa e vindo de um grupo de senhoras lindíssimas, o companheiro
das lides mercantis habituado a travar grandes batalhas, não
resistiu à simpatia e charme feminino, e deixou-se focar pela
objectiva em memória para a posteridade.
Se
quiser ler mais clique em cima desta frase.
A
ÚLTIMA VIAGEM
Na
semana passada, na A1, Auto-Estrada, na zona da Mealhada, num brutal
acidente provocado pelo rebentamento de um pneu, para além de outras
duas lamentáveis mortes, faleceu Jaime Cardoso.
O
Jaime, mais conhecido entre nós por “Jaimito”,
quando muito jovem trabalhou durante muitos anos na desaparecida
sapataria Elegante, na Rua Visconde da Luz. Porque já foi há muito
tempo, embora entre nós o conhecimento fosse breve, não é por esse
facto que o Jaime, pela sua dedicação ao comércio da Baixa como
valor maior, será esquecido e deixará de ser um de nós e para
sempre recordado.
Pelo
facto, na última viagem desta vida, como sempre é a nossa forma de
estar e noticiar todos os que pertenceram a esta grande prole, que é
o comércio tradicional, entendemos prestar esta curtíssima
homenagem ao malogrado Jaime.
Em nome da Baixa, em nome de todos os profissionais da compra e venda, se posso escrever assim, à família enlutada, neste dia de sofrimento, as nossas sentidas condolências. Até sempre “Jaimito”!
Em nome da Baixa, em nome de todos os profissionais da compra e venda, se posso escrever assim, à família enlutada, neste dia de sofrimento, as nossas sentidas condolências. Até sempre “Jaimito”!
Por
doença prolongada, faleceu na semana passada Antenor Lopes Flórido.
Mais conhecido entre nós, aqui pela Baixa, pelo sobrenome Flórido,
o agora finado com 90 anos, pessoa recatada e um pouco reservada, foi
sempre muito respeitado no Centro Histórico.
Homem
dos sete ofícios e com o bichinho nos negócios, teve
comparticipações em vários estabelecimentos. O último, e que
manteve e mantém nas mãos do seu filho Rui, talvez a menina dos
seus olhos, que curiosamente perpetua a analogia ao seu nome no
feminino, foi o café Flórida, no Largo das Ameias. A par com
oextinto café Angola, que, creio, chegou a ser também sócio, nas
décadas de 1960/70/80/90, juntamente com a desaparecida Cristal,
estes três estabelecimentos formavam um triunvirato no Largo das
Ameias. Abriam às 6h00 da manhã para servir os milhares de
passageiros que começavam a desaguar na Estação Nova ao raiar da
aurora e que vinham trabalhar na cidade. Com o declínio da indústria
e do comércio na cidade, os comboios a chegar ao centro da cidade
foram sendo cada vez menos, os cafés foram acompanhando o mesmo
trajecto e foram fechando para tristeza de todos nós. Com a mesma
cadência de finitude das coisas, as pessoas seguem o mesmo destino
como agora o nosso amigo Flórido.
À
sua família enlutada, em nome de toda a Baixa comercial, se posso
escrever assim, os nossos sentidos pêsames. Até sempre, senhor
Flórido.
É
PRECISO VOTAR NO ORÇAMENTO PARTICIPATIVO
(Foto do jornal online Notícias de Coimbra)
Nesta
última sexta-feira, nas instalações da Junta de Freguesia de
Almedina, agora agregada em União de Freguesias de Coimbra (UFC),
decorreu a apresentação pública pelos proponentes ao concurso do Orçamento Participativo promovido pela UFC.
Nesta
primeira fase, foram escolhidos nove projectos, que estarão em
votação presencial nas delegações das juntas de freguesia, Santa
Cruz, São Bartolomeu, Almedina e Sé Nova, pelos fregueses
recenseados nestas áreas de correspondência até ao final do mês.
Salienta-se que pode consultar o horário aqui (Clique em cima).
Escusado
será dizer que a sua participação, eleitor na União de freguesias
de Coimbra, será essencial. Sem o seu voto na ideia que melhor
julgar corresponder a uma maior cidadania participativa não será
possível alcançar o mérito que todos os concursantes esperam. Não
se acomode, vá lá! Faça o mínimo, que é escolher!
Na
última quarta-feira, inserido
na temática “Noites
de Música no Coração da Cidade de Coimbra”
e n’”A
Rota das Tabernas”,
numa realização conjunta entre a Câmara Municipal de Coimbra, Casa
Municipal da Cultura, e a APBC, Agência para a Promoção da Baixa
de Coimbra, com jantar servido pelo restaurante Padaria Popular,
assistiu-se a um memorável espectáculo de fado proporcionado por um
fantástico grupo instrumental e voz.
Parabéns
aos organizadores. Quando quiserem, com o mesmo meticuloso arranjo,
façam o favor de repetir. A Baixa, com os seus residentes e amigos à
cabeça, agradecem.
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