segunda-feira, 10 de setembro de 2018

COIMBRA: QUANDO A GOTA NÃO BATE COM A PERDIGOTA

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MAIS EMPRESAS CRIADAS, MAS MAIS
ENCERRAMENTOS EM 2018 NO DISTRITO
DE COIMBRA”



O Diário as Beiras (DB), num costume já enraizado, hoje volta a fazer capa com uma notícia que, prosseguindo no interior, diz exactamente o contrário.
Na primeira página, em título, escreve: “NOVAS EMPRESAS AUMENTAM E INSOLVÊNCIAS BAIXAM NO DISTRITO”.
Em desenvolvimento no interior, o subtítulo é o seguinte: “Mais empresas criadas, mas mais encerramentos em 2018 no distrito de Coimbra”.
O nosso decagenário jornal escreveu alguma mentira? Não senhor! Afinal, levando à letra o que está escrito, tecnicamente um maior número de encerramentos não é sinónimo de mais falências. Pode parecer confuso, mas nem todos os fechos de actividade dão origem a processo de insolvência.
Então o que está mal? O que me parece de pouca honestidade intelectual é o leitor ser induzido em erro, isto é, ser levado a pensar numa franca melhoria, traduzida em desenvolvimento económico, que não se verifica ao analisar os dados do caderno.
Então o que diz a página 18 do DB? Que “nos primeiros oito meses de 2018, foram criadas, no distrito de Coimbra, 815 empresas, mais 45 do que no ano passado. Os dados são divulgados pelo Barómetro Informa D&B, que aponta, neste parâmetro, para o crescimento de 5,8 por cento em Coimbra, abaixo da média nacional que se fixa nos 10 por cento, quando comparado com período homólogo.
(…) No distrito, a má notícia chega quando se analisam os encerramentos. Aí, os dados apontam para um aumento do número de empresas a fechar portas na ordem dos 34,7 por cento. Ao todo foram 353 empresas a encerrar a actividade, enquanto, em 2017, este indicador fixava-se nas 262.
Sem mandato para o efeito, em nome de Manuel Machado e do governo socialista na cidade, em nome do povo que lavra no rio, que só lê o título dos jornais, todos agradecemos a gentileza. Ficando inscrito na coluna de crédito para a formação de uma maior cultura popular falaciosa, o jornal pode ficar com a certeza de que não se esquecerá este “favorzinho”.

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