quarta-feira, 19 de setembro de 2018

BAIXA: O RECORDISTA








Sem grande margem de erro, o Luís Cortês é o figurão mais conhecido na Baixa de Coimbra. O seu palco de desempenho artístico divide-se entre a Praça 8 de Maio e o Largo do Poço. Com apenas cinco por cento de visão, vê mais e entende os humanos do que os ditos cujos com total perspectiva. Com um só braço toca órgão muito melhor, acima, acima, que grandes teclistas famosos e de renome mundial. Com uma só boca, e se estiver com um grãozinho na asa, canta melhor que uma revoada de rouxinóis.
Para além disso, e num campo pouco conhecido muito para lá da sua áurea de figura típica, é o conimbricense a quem mais vezes furtaram o instrumento – o órgão, obviamente. É de tal maneira a repetição que, no Centro Histórico, já é conhecido pelo “Homem do cartaz ao peito”.
Como recordista absoluto, são muitas as queixas na PSP contra desconhecidos. De tal modo é assim que, alegadamente, corre o risco de não lhe aceitarem mais participações. É de prever que o Guinness World Records, o popular registo mundial de recordes, sem que o Cortês precise de concorrer, lhe atribua o ceptro do maior bacoco a ser roubado.
Hoje, na primeira metade laboral do dia, os comerciantes da Rua Eduardo Coelho, seus incontáveis admiradores, foram encontrar o Luís na esquina que dá para a frente da Rua das Padeiras com mais um cartaz ao peito a soletrar:
ROUBARÃO-ME O ÓRGÃO”
Por um lado, é certo que se trata de uma “calinada” na língua portuguesa, mas, por outro, o Cortês, presumidamente, sabendo o que vai acontecer, passa logo para o futuro.
Portanto, se não está perceber nada deixe que não está só: eu também não! Mas isso não interessa nada! É preciso é seguir a onda beneficente. Não é mesmo para compreender.
O que sei é que o nosso maior cromo de reconhecido valor turístico, para dar continuidade à sua performance musical e recordista precisa de mais um órgão para continuar a sua actividade.
Quer contribuir para esta boa causa local e nacional?

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