Sem
grande margem de erro, o Luís Cortês é o figurão mais conhecido na Baixa de Coimbra. O seu palco de desempenho artístico divide-se
entre a Praça 8 de Maio e o Largo do Poço. Com apenas cinco por
cento de visão, vê mais e entende os humanos do que os ditos cujos com
total perspectiva. Com um só braço toca órgão muito melhor, acima, acima, que grandes teclistas famosos e de renome mundial. Com
uma só boca, e se estiver com um grãozinho na asa, canta
melhor que uma revoada de rouxinóis.
Para
além disso, e num campo pouco conhecido muito para lá da sua áurea de
figura típica, é o conimbricense a quem mais vezes furtaram o
instrumento – o órgão, obviamente. É de tal maneira a repetição
que, no Centro Histórico, já é conhecido pelo “Homem do cartaz ao peito”.
Como
recordista absoluto, são muitas as queixas na PSP contra
desconhecidos. De tal modo é assim que, alegadamente, corre o risco
de não lhe aceitarem mais participações. É de prever que o
Guinness World Records, o popular registo mundial de recordes, sem
que o Cortês precise de concorrer, lhe atribua o ceptro do maior
bacoco a ser roubado.
Hoje,
na primeira metade laboral do dia, os comerciantes da Rua Eduardo
Coelho, seus incontáveis admiradores, foram encontrar o Luís na
esquina que dá para a frente da Rua das Padeiras com mais um cartaz
ao peito a soletrar:
“ROUBARÃO-ME
O ÓRGÃO”
Por
um lado, é certo que se trata de uma “calinada” na língua
portuguesa, mas, por outro, o Cortês, presumidamente, sabendo o que vai acontecer,
passa logo para o futuro.
Portanto,
se não está perceber nada deixe que não está só: eu também não!
Mas isso não interessa nada! É preciso é seguir a onda beneficente. Não é
mesmo para compreender.
O
que sei é que o nosso maior cromo de reconhecido valor
turístico, para dar continuidade à sua performance musical e
recordista precisa de mais um órgão para continuar a sua
actividade.
Quer contribuir para esta boa causa local e nacional?
Quer contribuir para esta boa causa local e nacional?
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