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Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem "PRIMEIRO DERAM O CÚ...":
Muito pelo contrário. Faz parte do dever cívico de todos os cidadãos denunciar as injustiças e os incumprimentos da lei para que depois quem de direito possa atuar. Pior seria se o Estado tivesse de ter um fiscal em cada esquina, aí sim seria um comportamento pidesco.
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RESPOSTA
DO EDITOR
Meu
caro anónimo, com o devido respeito pelo seu comentário, não
surpreende que Vossemecê seja um admirador dos denunciantes
encapuzados. Aliás, atentando à sua condição de comentador atrás
da cortina, em coerência, Vossa Senhoria não poderia defender outra
posição. Mas há um porém: Vossa Mercê, estando comprometido com
o seu modo de agir o que o leva a defender a desonra, está
completamente errado. Sem pretender qualquer superioridade moral, a
dignidade, a hombridade pela condição humana, o respeito pelo nosso
semelhante, a integridade que deveria ser exigível na mostra do
rosto enquanto símbolos de pureza e verdade e traço de
humanidade deveriam ser princípios estruturantes de um Estado no
tratamento recíproco relacional entre governantes e governados. Não
são! Sabemos bem! A questão é: por que não são?
A
meu ver, que sou um simples escriba de bancada, não são valores
básicos do Estado, porque a Nação, enquanto agregação abstracta
de pessoas, para além de não as representar institucionalmente como
pessoa de bem, na forma e na substância, transformando-se em
estrato ditatorial com laivos animalescos, selváticos, egoístas e
absurdos, repercute na sua acção pragmática o pior, o mal, que o
humano conserva no alçapão profundo da sua alma.
Por
outras palavras, por silogismo, não haverá Estados ideais que,
intrinsecamente, busquem o bem-estar e a felicidade colectiva -haverá
alguns que, segundo a imprensa, estarão lá próximo como o Reino do
Butão.
Continuando
no meu ponto de vista, nenhum Estado que se apregoe de democrático
deveria aceitar queixas anónimas - e ainda menos incrementar a sua
promoção.
Não
sou anjinho a pontos de acreditar que alguma vez será possível tal
procedimento assente na transparência e nos direitos de cada um. Por
outro lado, também não me custa compreender o que leva um país a
desenvolver tais políticas sociais escabrosas, não-educacionais e
não-formativas: precisamente para poupar meios de investigação. Ou
seja, para tapar o buraco da sua própria ineficácia. Este
situacionismo, é como se nos transmitisse inequivocamente que,
arbitrariamente, os fins justificam sempre os meios, a qualquer preço
a pagar pelo cidadão desde que o mandante o considere como ordem a
cumprir sem contestação. Onde cabe aqui a equidade, o Direito e a
justiça enquanto virtude das virtudes?
Por
outro lado, a situação mantém-se em injustiça gritante porque o
Estado não garante a segurança de um denunciador que dá a cara.
Fosse assegurada a integridade física e moral de quem faz a
imputação e tudo seria diferente.
Por
outro lado ainda, como se sabe, sendo a delação feita sem rosto
torna impossível a demanda por difamação para repor o estatuto
anterior. Ora, sendo o Estado o maior beneficiador, logo, sempre que
por falta de prova não houvesse matéria acusatória, deveria arcar
com as consequências de um estigma que, mesmo na inocência, destrói
uma vida.
Por
conseguinte, apesar do meu contraditório, até admito que defenda a
sua tese, mas faça um favor à sociedade: guarde-a só para si.
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