(Imagem desviada do jornal online Notícias de Coimbra)
1
- Amanhã,
Sábado, num raio de trezentos metros, vão acontecer na Baixa cinco eventos que, sendo realizados e apoiados pela Câmara Municipal de
Coimbra, pela concorrência entre si, acabam por se enfraquecerem uns
aos outros. Um é a Feira de Artesanato Urbano que, entre as 10h00 e
as 19h00, decorre entre as Ruas Visconde da Luz, Ferreira Borges e
Largo da Portagem; outro é o Festival de Folclore fomentado pelo
Rancho das Tricanas de Coimbra, no Terreiro da Erva a partir das
18h00 e a entrar noite dentro; outro ainda, o XVIII Festival de Folclore, Encontro de Tradições, organizado pelo Rancho Folclórico e Etnográfico Moleirinhas de Casconha, que vai ser na Praça 8 de Maio, por volta das 21h00; outro mais, "Concertos no Palácio da Justiça, Serenata de Cordas", organizado pela Orquestra Clássica do Centro, pelas 21h00; e outro mais ainda, este durante Sábado e
Domingo por todo o dia no parque da cidade, é a iniciativa
“(RE)viver, Tempos, Sabores e Tradições”, promovido pela
União das Freguesias de Coimbra (junta agregada constituídas pelas
juntas da Sé Nova, Almedina, São Bartolomeu e Santa Cruz).
Isto
é, num hábito enraizado de décadas, talvez porque burro velho
não muda, o Pelouro da Cultura, numa certa arrogância e desprezo,
não aprende a calendarizar os espectáculos e a defender os
intervenientes.
2
– Como vou incidir mais especificamente no evento
desenvolvido pela União de Freguesias de Coimbra (UFC), começo com
uma ressalva: retirando o almoço grátis para todos fregueses das
juntas associadas que se vai realizar amanhã, Sábado, e que, embora
creio ser a contento de todos os representantes partidários no
executivo, me parece algo impertinente em período de próximas
eleições, louvo a iniciativa de promover uma feira à antiga onde,
para além de jogos tradicionais, se mostram profissões em
desaparecimento e artífices em pleno labor. Porque a cultura é filha de um deus menor, já há muito tempo que
escrevo sobre a necessidade de realizar um certame deste género em
Coimbra. Ou seja, na substância tiro o meu chapéu à UFC.
Já
na forma,
com o formato apresentado, tenho as maiores reservas. E não refiro a
competência do aliado da UFC no projecto, o GERC, Grupo Etnográfico
da Região de Coimbra, porque conheço bem o seu mérito em defesa da
tradição. O que coloco em dúvida é o sistema agora e já
reiterado anteriormente na Feira Cultural de Coimbra pela Câmara
Municipal de Coimbra (CMC)
- parceiro
nesta iniciativa – de
não
convidar
todos
os
agrupamentos que
exercem na cidade e na região. E por vezes, num certo desrespeito pela sua história local, vão desafiar entidades de fora para
virem cá para dentro.
3
– Tratando-se
de verbas públicas envolvidas, como é o caso da UFC e da CMC, estas
autarquias
têm obrigação averbada
de generalizar os convites a todos os sujeitos culturais da área envolvente ao seu
magistério. Até porque em Junho, último, a edilidade, numa generosidade nunca vista, contemplou com subsídios praticamente toda e qualquer agremiação que respire na cidade. Então, sendo assim, não haverá uma obrigação acrescida de pedir contrapartidas?
Como
é que foram distribuídos os convites para participar na festa do "RE)viver, Tempos, Sabores e Tradições"? Quais os
critérios? Enquanto munícipes, gostaríamos muito de saber.
Por
exemplo, o Rancho das Tricanas de Coimbra, com sede na área da junta
de freguesia de Santa Cruz, na Rua do Moreno, desde 1938, não foi
convidado para fazer parte do empreendimento no Parque Dr. Manuel
Braga. Porquê?
Sem comentários:
Enviar um comentário