É tão difícil ser como somos. Apresentarmo-nos
aos outros como queremos ser. Todos defendemos a verdade, mas, perante a pureza
dela, essa realidade pura e dura, preferimos a mentira. A verdade dói, magoa,
fere a alma. Somos mentirosos não pela essência mas pela necessidade. É única
forma de sobreviver num universo de faz-de-conta onde cada um não pode ser o
que quer ser mas antes o que os outros querem que sejamos. Vivemos num mundo de
sombras onde cada um busca um modelo de requinte inexistente. O
desenvolvimento tecnológico é, por um lado, a tentativa de transformar o
esforço físico em facilidade tornando o pensamento raquítico, por outro,
projectando a supremacia no andróide pela desistência da perfeição humana.
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