sexta-feira, 17 de julho de 2015

O BOLO CACO NA BAIXA






IMAGEM E EDIÇÃO: ALEX RAMOS
TEXTO, LOCUÇÃO E REALIZAÇÃO: LUÍS FERNANDES


Abriu ontem, na Rua Visconde da Luz e no antigo espaço da Perfumaria Pétala, o “Caco - o Original”. É um novo conceito, isto é, no sentido de se enveredar pela originalidade, de se apostar em produtos novos e não existentes no léxico comercial da Baixa da cidade. Dá para perceber que todos estamos um pouco fartos de mais do mesmo e, sem deixar de respeitar o tradicional, buscamos novidades e uma diversidade que, nos últimos anos se perdeu. Por isso mesmo, está de parabéns o "Caco - o Original".
Tanto quanto pude apreciar, as pessoas acorreram às provas para verem e para crerem, e querem. Podiam ver-se vários clientes encostados ao balcão e também no primeiro-andar a comerem a “sandes desfiada” –uma especialidade da marca- de carne, com ou sem queijo da serra. Reparei também que acompanhavam a refeição com batatas fritas –de receita caseira e temperadas com orégãos- e molho de alho. A sopa do dia pareceu-me também tentadora. Quantos aos doces prefiro nem referir a tentação e o quanto tive de me conter para não me atirar de cabeça. Desde os palitos do Caco, com Nutella ou ovos-moles de Aveiro, até ao croissant brioche e os pastéis de nata, de fabrico próprio, todos pareciam sorrir para mim.
O “Caco –o Original”, depois de Lisboa, Leiria e Faro, abriu em Coimbra o sétimo ponto de venda. Segundo Ricardo Mendes, o gerente desta loja de Coimbra, “foram criados cinco novos postos de trabalho, para já, até termos uma noção das necessidades.”

O QUE É O BOLO DO CACO?

O Bolo do Caco é um pão de trigo, tradicional da Ilha da Madeira, com um formato redondo e achatado. Outrora, na Pérola do Atlântico, segundo referem alguns forais quinhentistas, era proibido construir fornos particulares para que a população fosse cozer o pão às fornalhas do Rei, aos conventos religiosos, ou ao grande senhor abastado de terras e, naturalmente, fosse taxada –como se vê o irracional confisco de impostos já vem de longe. Então, para grandes males grandes remédios e a provar que o português é desenrascado, o povo, utilizando as condições naturais da luz solar, passou a cozer o Bolo Caco em cima de um caco de basalto. O facto de não precisar de forno generalizou o seu fabrico em cima de uma chapa ou de pedra. É este cozimento que o distingue do pão tradicional assim como ter batata-doce e outros ingredientes secretos na sua confecção.




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