A pedido de manter a sua identidade na
sombra, a declaração de indignação chegou-me assim:
“Vindo
de Lisboa, cheguei hoje a Coimbra no comboio Intercidades. Como é de norma
desci em Coimbra B, na denominada Estação Velha. O meu lugar calhou na ponta
mais longitudinal do trem. Quando vinha a aproximar-me do atravessamento da
linha reparei que no lado oposto a ligação para Coimbra A, para a Estação Nova,
estava já em andamento e sem esperar pelos passageiros da composição vinda da
capital. Aguardei cerca de quarenta minutos pelo transporte seguinte.
Não é a primeira vez que isto acontece. É sempre igual com os comboios
especiais, seja Intercidades, Alfa, ou outro qualquer. Diria até que é sempre
assim. Durante os meses do ano faço várias vezes este trajecto. Poderia
aventar-se que eu, apesar dos meus 65 anos, até tenho problemas de locomoção e
este facto poderia ser a consequência directa da ligação ferroviária não
esperar por mim. Acontece que, como você sabe –porque me conhece bem-, sou
ligeiro no andar e rápido no pensar. A composição acessória espera cerca de
pouco mais de um minuto. Esta anomalia, num desrespeito pelos passageiros que
viajam na CP e num desprezo absoluto pelo desenvolvimento da Baixa de Coimbra,
a gerência da maior empresa de material circulante português, aparentemente,
está a marimbar-se para todos.
Falei
com um responsável na Estação de Coimbra B sobre este procedimento lesivo e a resposta
que ouvi foi que “era assim porque ninguém reclamava.”
Chego a pensar que há má-fé neste contrato de transporte promovido pela
CP. Sabe em que baseio a minha razão? É que o bilhete que me vende em lisboa
prescreve “Coimbra B” e não “Coimbra A”. Quero dizer que, com esta omissão
deliberada, é como dissessem: aguenta o dissabor por que não pagaste para ser
transportado até à Baixa da cidade.
O que acha você desta forma de trabalhar dos Caminhos de Ferro
Portugueses?
(Texto enviado para a direcção central da CP)
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