quarta-feira, 29 de julho de 2015

BAIXA: MAIS TEMPO PARA O "QUIMBOIO"



A pedido de manter a sua identidade na sombra, a declaração de indignação chegou-me assim:

“Vindo de Lisboa, cheguei hoje a Coimbra no comboio Intercidades. Como é de norma desci em Coimbra B, na denominada Estação Velha. O meu lugar calhou na ponta mais longitudinal do trem. Quando vinha a aproximar-me do atravessamento da linha reparei que no lado oposto a ligação para Coimbra A, para a Estação Nova, estava já em andamento e sem esperar pelos passageiros da composição vinda da capital. Aguardei cerca de quarenta minutos pelo transporte seguinte.
Não é a primeira vez que isto acontece. É sempre igual com os comboios especiais, seja Intercidades, Alfa, ou outro qualquer. Diria até que é sempre assim. Durante os meses do ano faço várias vezes este trajecto. Poderia aventar-se que eu, apesar dos meus 65 anos, até tenho problemas de locomoção e este facto poderia ser a consequência directa da ligação ferroviária não esperar por mim. Acontece que, como você sabe –porque me conhece bem-, sou ligeiro no andar e rápido no pensar. A composição acessória espera cerca de pouco mais de um minuto. Esta anomalia, num desrespeito pelos passageiros que viajam na CP e num desprezo absoluto pelo desenvolvimento da Baixa de Coimbra, a gerência da maior empresa de material circulante português, aparentemente, está a marimbar-se para todos.
Falei com um responsável na Estação de Coimbra B sobre este procedimento lesivo e a resposta que ouvi foi que “era assim porque ninguém reclamava.”
Chego a pensar que há má-fé neste contrato de transporte promovido pela CP. Sabe em que baseio a minha razão? É que o bilhete que me vende em lisboa prescreve “Coimbra B” e não “Coimbra A”. Quero dizer que, com esta omissão deliberada, é como dissessem: aguenta o dissabor por que não pagaste para ser transportado até à Baixa da cidade.
O que acha você desta forma de trabalhar dos Caminhos de Ferro Portugueses?


(Texto enviado para a direcção central da CP)

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