terça-feira, 21 de julho de 2015

A CONSPIRAÇÃO




Não percebo, sinceramente, a razão de não ter sido incluído nas listas de deputados à Assembleia da República pelo Partido Socialista. Digo e escrevo sempre bem –mesmo que pense o contrário do secretário geral, António Costa. Até no afiar de espadas. E Costas há muitos mas como o de Lisboa são raros.
Mesmo que considere que o António José Seguro é um beirão de têmpera e, ao não aceitar ser incluído nas listas, deu uma lição de moral e ética ao seu sucessor não o elogio para não desagradar ao Costa. Faço tudo para ser amigo do peito do presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Manuel Machado, o gerente disto tudo –e até já fiz uma promessa de ir a Fátima e rezar a Nossa Senhora se ele for para ministro e ceder o seu lugar a outro. Bem sei que ele era da linha segurista mas eu não sou tipo de rancores. E sempre estive ao seu lado. Faço tudo para estar sempre de acordo com Machado. E até defendi que lhe fosse erigida uma estátua. Ainda agora quando ele se insurge contra as declarações do primeiro-ministro, Senhor dos Passos Titubeantes, a declarar que está programado transferir serviços do tribunal para o antigo Hospital Pediátrico, estou completamente ao lado de Machado. Os amigos são assim. Ele é o meu ícone urbano, carago! –é certo que às vezes ele torce o nariz aos meus apoios, mas isso, para aqui, não interessa nada.
É verdade também que, apesar de já ter feito umas reclamações na Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos contra as Águas de Coimbra, é preciso ver que nunca pretendi atingir o chefe, o meu ídolo Pedro Coimbra. Gosto deste homem, é um homem de sucesso –é por isso mesmo que estou sempre, sempre, noite e dia, ao seu lado. Se fosse um simples militante de base não lhe ligava nenhuma. Uma pessoa safa-se é com os importantes. Dos simplórios não reza a história.
Gosto de Carlos Cidade, o número três na autarquia, e até já escrevi várias vezes que gostava de o ver na cadeira mais alta da Praça 8 de Maio –tenho de confessar que estou à espera de um lugarzito de assessor mas, como sou humilde, qualquer um me serve desde que dê um rendimento de mil euritos.
Já fui mais amigo do que agora de Helena Freitas, a número um na lista à Assembleia da República e escolhida pelo grande Costa. As nossas relações de amizade estavam um bocado esfriadas, como quem diz no congelador, mas agora, agora que sei que vou ouvir a sua voz doce no hemiciclo, já me passou tudo. I love you Helena. Sou um tipo completamente desinteressado. Razão tinha a minha mãezinha quando dizia: “ai Toino, Toino! És tão desligado! Nunca há-des ser deputado da Nação, carago!”
Porque será que não fui incluído na lista? Sou um gajo bem-parecido e até tenho boa lábia! Na minha rua sou o maior da cantareira! Isto só pode ser mesmo conspiração! Não consigo entender este desprezo pela minha pessoa! Nem me admira! Os bons, como eu, ficam sempre na prateleira!

Sem comentários: