Logo à noite, quando o Sol estiver a preparar
o aconchego, e o São Pedro a pensar se deve mandar uns baldes de água cá para baixo, a Praça do Comércio estará transformada num enorme salão de Baile
e a Miquelina, senhora de enormes virtudes, com poiso certo na Avenida onde
exerce a profissão de vendedora ambulante de carinhos aos mais solitários, bem
agarradinha ao “Toino Malaqueco”, protector de todas as meninas abandonadas da
vida difícil e a que alguns maldosamente chamam de fácil, estará ansiosa para
mostrar os últimos passos de dança ensaiados. Para além disso, presume-se que
cerca de uma dezena de lojas vai estar aberta até à meia-noite –pelo menos os
velhinhos, os coxos e os que não sabem dançar vão marcar presença na “Noite
Branca”, realizada pela APBC, Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, que
se junta à autarquia por efeitos do programa das Festas da Cidade e cujo dia comemorativo é
no próximo Sábado, 4 de Julho.
Quando baterem as vinte e duas badaladas na
Cabra –é a torre da Universidade, nada de confusões- a orquestra “Smooth”, “com doze músicos e duas vozes”, conforme consta no repertório
anunciado às massas, como quem diz aos comerciantes, e espalhado pela Baixa.
É de prever que poucas lojas
comerciais estarão abertas. E não é por mais nada, simplesmente os
comerciantes, velhos e novos, habituados a dançar sempre a mesma música “isto é que vai uma crise”, é mais que
natural que vão aproveitar para dar um pézinho de dança. E podem, Não podem? Claro
que podem! Homessa!
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