terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

EDITORIAL: ANDA UM PAI A CRIAR UMA FILHA...

isabel moreira big

Hoje escreve o PTJORNAL que “Isabel Moreira chamou “traidor” ao Presidente da República por este não enviar a proposta de Orçamento de Estado para fiscalização preventiva. Numa mensagem no Facebook, a deputada socialista chamou ainda “inútil”, “calculista” e “autocentrado” a Cavaco Silva.”
Antes de prosseguir convém clarificar alguns pontos. Um deles é que esta senhora é deputada pelo Partido Socialista –isso já é aflorado no texto. Outro, é que esta parlamentar -pelas suas tropelias para não lhe chamar garotices, faltas de educação e sobretudo que não está à altura do mandato que lhe foi confiado pelos portugueses e pelo maior partido da oposição-, tem-se mostrado desalinhada, como se escreve aqui. Como ela própria se afirma detestar unanimismos”, o que incomoda um cidadão comum, como eu, não é propriamente a sua irreverência. O que incomoda mesmo é a sua vulgaridade para atingir um seu objectivo, como se pode inferir destas suas ofensas (graves) ao Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva. Goste-se ou não dele, tivesse ou não merecido o nosso voto que o elegeu, para todos os efeitos é o presidente eleito de todos os portugueses. Não pode ser ofendido na sua honra, como está acontecer nos últimos tempos, por qualquer um e muito menos por quem tem responsabilidades como comentador e acesso à televisão ou, como neste caso, por quem tem obrigação de usar a assertividade como lema diário de conduta.
Os insultos rasteiros começaram com o escritor e jornalista Sousa Tavares, ao apelidar o presidente de “palhaço”. Sem se entender muito bem a medida, o Ministério Público arquivou a ofensa. Depois do DIAP de Lisboa ter aberto um processo ao director da Revista Sábado sobre um comentário ao Chefe da Nação, num país que tem duas justiças, uma para pobres e outra para ricos, Cavaco Silva mantém aberto um processo de difamação agravada contra um cidadão anónimo que, presumivelmente, o terá insultado nas cerimónias do 10 de Julho, em Elvas.
Outro ponto que não será despiciente é o facto desta senhora deputada ser filha de Adriano Moreira, uma individualidade com um trajecto público digno de nota na causa pública. Um homem que serviu o Antigo Regime e, sem mácula, continua a ser ouvido e lido com respeito pelo cidadão comum (como eu). É certo que nenhum pai é responsável pelas atitudes dos filhos se estes forem maiores de idade, como é o caso. No entanto esta ligação a um pensador digno e humilde professor de direito dá que pensar. Será que esta senhora deputada, nem que fosse pela reverência que deve ao progenitor, não deveria ter outro comportamento? É certo que a nossa história recente está cheia de “estórias” assim. Parece-me é que no Estado Novo acontecer os filhos serem comunistas no seio de uma família conservadora e lutarem contra o situacionismo até seria entendível. Agora, em plena democracia, em que todos podem manifestar a sua opinião, e mais aqui, neste caso, em que se trata de uma parlamentar, é que não se consegue entender esta desrespeitosa forma de se dirigir ao Presidente da República. Claro que, aposto, uma grande maioria dos seus prosélitos, e mais uma dita esquerda hipócrita e que se conduz nos valores ao sabor do vento e das conveniências, vão bater palmas à gratuitidade e vulgaridade desta senhora que, se calhar, hoje já muitos admitirão, ao ser convidada pelo Partido Socialista, constituiu um erro de casting.
Por outro lado e fugindo um pouco à linha condutora desta crónica, há um caso curioso que salta aos nossos olhos, e que era bom que se fizesse um estudo à actual composição da Assembleia da República: estudar a árvore genealógica dos deputados com assento parlamentar. Provavelmente, pelos apelidos familiares, ficaríamos todos surpreendidos (ou talvez não) e a saber que, pelos vistos, existe uma casta, um certo sangue azul que continua a ser defendido na política partidária, nas universidades e também na sociedade portuguesa.


3 comentários:

Super-febras disse...

Amigo:

Nas palavras do meu falecido avô Carlos, o ultimo parágrafo do seu interessantíssimo artigo ...é... Tiro e queda!

Um abraço
Álvaro José da Silva Pratas Leitão

Lurdes Pedroso disse...

Goste-se ou não, o Presidente da Republica Anibal Cavaco Silva nunca foi o Presidente de todos os portugueses!

Anónimo disse...

Desculpe Lourdes Pedroso, mas num texto tão vasto ,não precisa-se ser tão exegética.Se o Presidente é de todos os portugueses o de poucos não é o tema da escrita.
O tema é o desrespeito de uma deputada a investidura presidencial.
Quando uma pessoa é culta pode expor suas diferenças sem gritos nem palavras grosseiras.